Desde 2017 o assunto encontra-se em análise, mas nada de profundo se decidiu. A Câmara dos Deputados reuniu, em Brasília, no final de outubro último, Governo Federal e especialistas no tema para tentar definir uma regulamentação.
O debate foi proposto pelo deputado Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP), relator de duas propostas de lei sobre o tema. Em declaração à Agência Câmara de Notícias, afirmou que “é preciso uma avaliação com a sociedade, para a segurança jurídica de fabricantes, proprietários e participantes do trânsito”, disse.
Daniel Tavares, coordenador-geral de Segurança Viária do Ministério dos Transportes, destacou a necessidade de normas específicas, adequação do Código de Trânsito Brasileiro (esse tipo de veículo está proibido de circular), mecanismos legais para fases de testes, adequação da infraestrutura viária (sinalização e limites de velocidade), eventuais ligações de celulares pelos ocupantes, interações no trânsito com os demais veículos e, principalmente, quem responsabilizar em caso de acidentes.
Segundo Paulo Guimarães, executivo-chefe do Observatório Nacional de Segurança Viária, “mesmo com ressalvas tecnológicas, nossa estimativa indica que 5.300 mortes teriam sido evitadas, em 2022, se toda a frota de quatro rodas fosse composta por veículos autônomos”.
O seminário, no entanto, focou mais nos níveis quatro e cinco de automatização veicular (no último não existem nem volante e nem pedais). Estamos hoje no nível 2,5. No exterior alguns países regulamentaram o nível 3 de automatização condicional que permite mãos fora do volante, contudo supervisão permanente do motorista e uma sinalização externa do veículo. Isso exigiria enfoques técnico e legislativo bem mais urgentes.
Outra proposta da Câmara dos Deputados prevê redução de um terço nos pontos acumulados na Carteira Nacional de Habilitação, se o condutor não cometer novas infrações no período de seis meses (em 12 meses, retiram-se os pontos por lei). Já aprovado pela Comissão de Viação e Transportes, é bom não se animar. O projeto ainda passará pelas comissões de Cidadania, Constituição e Justiça, plenários da Câmara e do Senado e depois depende de sanção presidencial.
Outubro forte em vendas indica 15% de crescimento em 2024
A expansão das vendas em outubro teve a seu favor o maior número de dias úteis, 23 no mês passado, contra 21 em setembro. No total foram comercializadas 264.936 unidades, no décimo mês deste ano, contra 217.746 unidades em relação a outubro de 2023 (mais 21,7%). Também foi o melhor outubro dos últimos 10 anos. O crescimento robusto também se sustenta no acumulado dos 10 primeiros meses: 2,123 milhões em 2014 e 1,846 milhão em 2023 (mais 15%).
Segundo a Fenabrave, o mesmo percentual de 15% de aumento nas vendas será mantido no fechamento de janeiro a dezembro deste ano em relação aos 12 meses de 2023. Na primeira previsão feita em janeiro último, a associação das concessionárias esperava 12% de crescimento em 2024 com viés de alta, o que de fato aconteceu. Em julho revisou para 14,7% ao constatar o bom volume de crédito disponível para automóveis e comerciais leves que representam 94% das vendas totais (5% são caminhões e 1% ônibus).
No entanto, não basta o volume de crédito. Avalio que este ano os compradores sentiram que os juros vão aumentar nos próximos meses para combate à inflação e, portanto, as prestações subirão para acompanhar a taxa básica Selic. E, naturalmente, houve um certo grau de antecipação de compras, reflexo previsível. De qualquer forma o avanço do mercado mostra que a indústria deve continuar a crescer nos próximos anos.
City ganha primeira atualização desde seu lançamento
Linha 2025 chegou com pequenas modificações tanto no hatch quanto no sedã. O segmento de hatches e sedãs compactos somados, em que concorre o City, representa cerca de 30% das vendas do mercado brasileiro e no primeiro semestre somou quase 295.000 unidades. Para se ter ideia, apesar de todo apelo e modismo dos suves, estes atraíram 236.000 compradores no mesmo segmento de compactos. Números compilados pela consultoria ADK com exclusividade para a coluna.
O compacto da Honda está no mercado há três anos e, em geral, a primeira renovação ocorre aos quatro (substituição de geração entre sete e oito anos). No caso do City houve antecipação para enfrentar uma concorrência cada vez mais ferrenha pela preferência do consumidor.
São poucas modificações externas. O hatch recebeu alterações na grade com acabamento em preto brilhante, para-choques dianteiro e traseiro de aparência mais robusta. No caso do sedã, os dois para-choques e grade também são novos. Ambos ganharam rodas redesenhadas. Pormenor: apenas o hatch tem ponteira de escapamento cromada.
Uma mudança sensível foi a chegada do freio de estacionamento eletromecânico de imobilização automática (auto-hold), inédito entre os compactos e muito útil no para e anda do tráfego, de série em todas versões menos na de entrada EX. Agora há também carregador de celular por indução, além de duas portas USB-C para os ocupantes do banco de trás (na frente, apenas USB comum). O sistema ADAS de assistência ao motorista agora mantém distância segura do veículo à frente, mesmo em baixa velocidade. Preços inalterados entre R$ 117.500 e R$ 142.400.
FC
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