Eu queria ter 14 anos novamente. Com essa idade, comprei minha primeira motocicleta zero-km, uma Honda CB 125 S 1974, na concessionária Fórmula G, na Praça Panamericana, em São Paulo. E deixei lá minha velha e feiosa Zündapp 1969.
Para ficar mais bacana, e também para poder correr em Interlagos, coloquei um guidão “morcego”, uma alternativa, na época, para os radicais semi-guidões do tipo Tomaselli, que iam fixados diretamente nas bengalas da suspensão dianteira. E ainda coloquei um escapamento direto do tipo “megáfono”, na tentativa de fazer aquele motorzinho render um pouco mais. Escapamento esse que hoje me levaria diretamente à presença de um delegado de polícia.
Fico imaginando então, eu, com 14 anos de idade (ou qualquer outro garoto apaixonado por motocicletas), me deparando com esta maravilha da indústria motociclística, a Yamaha YZF-R15. Pequena, sim, mas de longe, e pelas fotografias, nem parece. Até passa por uma Yamaha YZF-R1, um foguete de mais de 200 cv.
O motorzinho de apenas 155 cm3 da Yamaha R15 não é bobo não, fornece 18,8 cv a 10.000 rpm, potência essa mais do que suficiente para uma tocada bastante esportiva numa pista, logicamente aproveitando ao máximo a sua estreita faixa útil de potência e torque, que é de 1,5 m·kgf a 8.500 rpm.
Não são apenas os números que impressionam na nova Yamaha YZF-R15, mas, principalmente, o que esse pequeno motor monocilindro tem para chegar a eles. Com densidade de potência de 121,3 cv/l e taxa de compressão de 11,6:1, ele tem comando de válvulas variável, o que garante uma boa dose de potência tanto em baixas rotações quanto em altas. O sistema de arrefecimento é a água e o câmbio é de seis marchas, com embreagem deslizante e assistida. Assim como as grandes superesportivas, a Yamaha R15 tem quadro Deltabox de aço, com balança traseira de alumínio.
Com 14 anos, eu rodava por aí fazendo barulho e nem usava espelhos, pois eles não combinavam com aquele guidão baixo. Só que hoje isso não é possível, então a Yamaha R15, com seus dois semiguidões do tipo Tomaselli, fixados diretamente nas bengalas da suspensão dianteira, tem dois enormes espelhos retrovisores fixados na carenagem integral. E o escapamento, cheio de aparatos para minimizar emissões poluentes, quase não faz barulho.
Eu já havia experimentado a Yamaha YZF-R15 em três ocasiões, no Autódromo de Interlagos e em um kartódromo, com a versão de corrida da Copa Yamaha R15, e depois com a versão de rua, mas ainda em uma pista, no Circuito da Capuava. Nessa última ocasião pude, inclusive, comparar as duas versões, a de rua e a de pista. Mas ainda não havia tido a oportunidade de avaliar a Yamaha R15 no trânsito urbano, como fiz agora.
Nas três ocasiões anteriores, ficou claro, inclusive pelas fotografias, que a Yamaha YZF-R15 é pequena demais para alguém muito grande e pesado, mas isso não diminui a suas virtudes. Na cidade, no entanto, isso fica mais evidenciado. O guidão baixo, a carenagem integral e os enormes espelhos reduzem a maneabilidade da motocicleta no meio do trânsito, algo que, certamente, um garoto de 14 anos de cinco décadas atrás não estava nem um pouco preocupado. Mesmo assim, a motoquinha é leve e muito ágil.
Radical, a Yamaha YZF-R15 é uma mini-R1, extremamente esportiva. Para curtir essa motocicleta nas ruas, bastam R$ 21.790 para ter uma zerinho, praticamente igual às das pistas. A garantia é de três anos e a Yamaha R15 está disponível nas cores azul (Racing Blue, a cor oficial da Yamaha), cinza fosco (Titanium Grey) e preto (Midnight Black).
GM