O segmento de suves compactos segue aquecido, e a Fiat aposta no Pulse T200 Hybrid para atrair consumidores que buscam redução de consumo de combustível sem abrir mão do desempenho. O veículo, juntamente com Fastback T200 Hybrid, foi apresentado em novembro último, quando tive a oportunidade de dirigir ambos e tecer as primeiras impressões de como são.
Agora rodei uma semana com o Pulse T200 Hybrid, versão Impetus, em diferentes condições de uso, verificando seu comportamento no trânsito urbano e rodoviário para verificar se a combinação do motor 1,0 turbo com o sistema semi-híbrido realmente faz mesmo diferença no consumo e na dirigibilidade.

Ao entrar no Pulse o que se nota de imediato é que nada mudou. Posição de dirigir elevada bastante apreciada no segmento, banco do motorista com boa amplitude de regulagens, embora sejam todas manuais, volante multifuncional bem posicionado e com ajuste de altura e distância, e os intuitivos comandos no painel.

O acabamento interno mistura plásticos texturizados com algumas superfícies macias ao toque, proporcionando um ambiente agradável. A central multimídia de 10,1 polegadas mostra-se responsiva e fácil de operar, com Android Auto e Apple CarPlay sem fio funcionando sem falhas e com a vantagem do carregador de bateria de telefone celular por indução no console central que elimina o incômodo cabo.
Clique nas fotos com o botão esquerdo do mouse para ampliá-las e ler as legendas
Conjunto mecânico e desempenho
O Pulse T200 Hybrid traz o motor tricilindro 1,0 turbo flex de 125/130 cv 5.750 rpm. O torque de 20,4 m·kgf se manifesta cedo, a partir de 1.750 rpm, independente do combustível, garantindo boas respostas ao acelerador. O câmbio CVT de sete marchas com conversor de torque trabalha em sintonia com o motor para oferecer uma condução fluida seja em modo automático ou manual.

No trânsito urbano, o Pulse se mostrou ágil, com boas retomadas e um funcionamento suave do sistema start-stop que desliga-liga o motor a combustão nas paradas. Essa bem-vinda suavidade deve-se ao fato de a partida do motor ser absolutamente silenciosa, sem o conhecido ruído de engrenamento do pinhão do motor de partida com o volante de motor, uma vez que o acionamento pelo motor elétrico ser por correia poli-V — o motor elétrico é o próprio alternador que inverte sua função. E por não haver desgaste do velho motor de partida (“velho” por ter sido criado em 1911), o sistema start-stop deixou de ser desligável.
A citada agilidade no trânsito urbano é creditada aos 4 cv do motor elétrico somados de maneira instantânea ao motor a combustão justamente ao reiniciar a marcha, quando em baixa rotação sua potência ainda é baixa. É isso que faz toda a diferença em relação ao Pulse sem esse sistema e que torna o Hybrid ainda mais agradável de dirigir.
Já em rodovias, o motor mantém um desempenho adequado para a proposta. O modelo tem desempenho declarado pelo fabricante na aceleração de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos e na sua velocidade máxima é de 187/189 km/h. Quando o motorista acelera para contar com mais potência, como numa ultrapassagem, o motor elétrico ajuda, mas esta é imperceptível.

Consumo e eficiência ao longo da semana
O grande atrativo do Pulse T200 Hybrid é a economia de combustível. No trajeto geral de avaliação de 1.150 km na cidade e na estrada, consegui a média global de 13,5 km/l com gasolina, números positivos para um suve compacto. A Fiat declara melhoria de 11,5% de redução de consumo quando abastecido com gasolina, e o maior ganho é sempre no trajeto urbano. Os demais testes de Pulse e Fastback com motor T200 que fizemos foram com álcool, impossibilitando uma comparação direta. Mas se aplicarmos o fator de 70% do consumo de gasolina para o álcool, o sistema semi-híbrido demonstra vantagens.

O sistema semi-híbrido por si só não permite rodar exclusivamente com eletricidade, mas ajuda a reduzir o trabalho do motor a combustão em situações de baixa demanda, como em descidas e trechos planos, e ao sair da imobilidade. Isso faz diferença especialmente na cidade, onde há muitas paradas e arrancadas. E o funcionamento do sistema pode ser observado no gráfico exclusivo da versão no quadro de instrumentos.

O sistema semi-híbrido da Fiat, de tecnologia da Valeo, utiliza um gerador/motor de 12 V e 4 cv. O novo componente substitui o alternador e motor de partida convencionais e está conectado à bateria de íons de lítio de 0,13 kW.h, fornecendo potência suplementar ao motor a combustão, ao mesmo tempo em que gerencia a carga da bateria de íons de lítio do sistema híbrido e chumbo-ácido de 68 A·h e 12 V do veículo. Em desacelerações o sistema muda o direcionamento de cargas e passa a carregar as baterias por regeneração de energia.

Dirigibilidade e conforto
O Pulse T200 Hybrid tem um acerto de suspensão equilibrado, garantindo conforto na cidade sem comprometer a estabilidade em curvas de estrada. O isolamento acústico é satisfatório, mas em rotações mais altas o ruído e aspereza do motor se torna perceptível na cabine. A direção com assistência elétrica tem boa progressividade, tornando-a leve em manobras e em baixas velocidades e precisa em velocidades mais altas.

O funcionamento do sistema semi-híbrido é praticamente imperceptível ao motorista e somente após muita prática e sensibilidade aguçada percebe-se seu funcionamento e o pequeno empuxo ao veículo.

Segurança e assistentes de condução
O Pulse Impetus Hybrid conta com um pacote de segurança satisfatório para a categoria. São quatro bolsas infláveis (dianteiras e laterais), controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, monitoramento de pressão dos pneus, câmera de ré, controle de velocidade de cruzeiro convencional e limitador de velocidade. Há também frenagem autônoma de emergência e assistente de manutenção na faixa.
Clique nas fotos com o botão esquerdo do mouse para ampliá-las e ler as legendas
Conclusão
Depois de uma semana ao volante do Fiat Pulse Impetus Hybrid, fica claro que o modelo entrega uma proposta equilibrada entre desempenho e eficiência. O motor turbo, aliado ao sistema semi-híbrido, permite rodar com economia e com boas respostas ao acelerador. O consumo foi um dos destaques da avaliação, mostrando que o conceito traz benefícios no dia a dia.

O Pulse T200 Hybrid é uma escolha interessante para quem busca um suve compacto com tecnologia moderna e boa eficiência energética. Seu preço inicial de R$ 129.990 para a versão Audace e R$ 144.990 para a Impetus (versão testada) o coloca num patamar competitivo dentro da categoria. Para quem prioriza economia e dirigibilidade agradável, é uma opção acertada.
GB
(Atualizada em 21/3/25 às 15h45)
FICHA TÉCNICA PULSE T200 HYBRID IMPETUS 2025 | |
MOTOR A COMBUSTÃO | GSE T200 |
Descrição | L-3, dianteiro transversal, bloco e cabeçote de alumínio, monocomando com variador de fase, corrente, controle de abertura das válvulas de admissão MultiAir III, 4 válvulas por cilindro, turbocarregador BorgWarner com interresfriador, válvula de alívio elétrica, injeção direta, flex |
Cilindrada (cm³) | 999 |
Diâmetro x curso (mm) | 70 x 86,5 |
Potência máxima (cv/rpm, G/A) | 125 /130 / 5.750 |
Torque máximo (m·kgf/rpm, G e A) | 20,4/1.750 |
Corte de rotação (rpm) | 6.500 |
Taxa de compressão (:1) | 10,5 |
Comprimento da biela (mm) | 149,3 |
Relação r/l | 0,289 |
Densidade de potência (cv/L, G/A) | 125 / 130 |
Densidade de torque (mkgf/L, G e A) | 20,4 |
MOTOR ELÉTRICO | |
Tipo | Alternador quando em função de motor |
Potência (cv) | 4 |
Alimentação | Bateria de íons de lítio |
Capacidade da bateria (kW·h) | 0,13 |
Tensão da bateria (V) | 12 |
TRANSMISSÃO | |
Câmbio | Automático CVT, conversor de torque, 7 marchas à frente e ré, tração dianteira |
Relações das marchas em manual (:1) | 1ª 2,27; 2ª 1,60; 3ª 1,20; 4ª 0,94; 5ª 074; 6ª 0,58; 7ª 0,42; ré 2,60 a 0.42 |
Relações das marchas em automático (:1) | De 2,60 a 0,42 |
Relação de diferencial (:1) | 5,698 |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, McPherson, braço triangular, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra antirrolagem |
Traseira | Eixo de torção, mola helicoidal e amortecedor pressurizado |
DIREÇÃO | |
Tipo | Pinhão e cremalheira, eletroassistida indexada à velocidade |
Relação de direção (:1) | n.d. |
Número de voltas entre batentes | 3 |
Diâmetro do volante (mm) | 370 |
Diâmetro mínimo de curva (m) | 10,5 |
FREIOS | |
Dianteiros (Ø mm) | Disco ventilado / 284, pinça flutuante |
Traseiros (Ø mm) | Tambor / 203 |
Atuação | Hidráulica, ABS. duplo-circuito em diagonal, distribuição eletrônica das forças de frenagem |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | Liga de alumínio, 6Jx17 |
Pneus | 205/50 R17H (Pirelli) |
Estepe | Temporário |
CONSTRUÇÃO | Monobloco de aço, suve, 4 portas, 5 lugares, subchassi dianteiro |
AERODINÂMICA | |
Coeficiente aerodinâmico (Cx) | n.d. |
Área frontal (calculada, m²) | 2,206 |
Área frontal corrigida (m²) | n.d. |
DIMENSÕES (mm) | |
Comprimento | 4.099 |
Largura sem/com espelhos | 1.776 / 1.989 |
Altura | 1.552 |
Distância entre eixos | 2.532 |
Bitola dianteira/traseira | n.d. |
Vão livre entre os eixos | 212 |
Distância mínima do solo | 195 |
ÂNGULOS | |
Entrada (º) | 20,6 |
Saída (º) | 31,4 |
Transposição de rampa (º) | n.d. |
PESOS (kg) | |
Em ordem de marcha | 1.245 |
Carga útil | 400 |
Máximo rebocável sem/com freio | n.d. |
CAPACIDADES (L) | |
Tanque de combustível | 45 |
Porta-malas | 370 |
CONSUMO DE COMBUSTÍVEL INMETRO PBEV | |
Cidade (km/l, G/A) | 13,4 / 9,3. |
Estrada (km/l, G/A) | 14,4 / 10,2, |
DESEMPENHO | |
Aceleração 0-100 km/h (s, G/A) | 9,7 / 9.4 |
Velocidade máxima (km/h, G/A)) | 187 / 189 |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
v/1000 em 7ª (km/h) | 48,6 |
Rotação a 120 km/h em 7ª (rpm)( | 2.470 |
Rotação à vel. máxima em 6ª (rpm) | 5.370 |
|
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||