Terminada a temporada em Abu Dhabi (foto de abertura), a resenha da F-1 em 2025 mostra que conquistar o Campeonato Mundial de F-1 não é tarefa fácil, tampouco barata, cenário que por si só valoriza o inglês Lando Norris. Numa temporada onde ele, Max Verstappen e Oscar Piastri, que terminaram a temporada respectivamente nos três primeiros lugares, o resultado torna-se ainda mais significativo.
Além de interromper a sequência de quatro títulos de Max Verstappen (2021/22/23/24) e ter um companheiro de equipe tão rápido, e mais frio, como Oscar Piastri, Norris superou deficiências e conseguiu reagir nos atos finais de uma temporada de 24 corridas. Hoje, por volta das 11h50, hora de Brasília, a Red Bull anunciou a aposentadoria de Helmut Marko após 20 anos de colaboração como conselheiro especial.

Filho de um extremamente bem-sucedido profissional do setor financeiro da Inglaterra, Lando Norris foi criado para alcançar F-1 e nela brilhar. Num caminho que o impedia de frequentar a escola na maneira tradicional, sua família contratou preceptoras para suprir essa deficiência e, nas pistas, não poupou esforços e recursos para melhorar suas habilidades de piloto.
Os brasileiros Felipe Nasr e Gil de Ferran contribuíram para esse progresso, o primeiro ministrando aulas práticas em treinos particulares e secretos, o segundo aprimorando seu amadurecimento desde que chegou à McLaren em 2019. A contribuição de Ferran foi destacada quando o inglês dedicou a ele a vitória em Interlagos, este ano.

Este ano a McLaren enfrentou dificuldades para manter uma coexistência pacífica entre dois pilotos ávidos e capazes de disputar o título mundial. Tal situação não será mais fácil em 2026 : Norris certamente cobrará status de primeiro piloto e Piastri não abrirá mão na tarefa de se igualar ao companheiro de equipe. Até à semana passada acreditava-se na continuidade da dupla até 2027, quando expira o acordo de Norris. Vale a pena acompanhar o desenrolar da temporada para certificar que os acordos serão mantidos.
O resultado completo do GP de Abu Dhabi você encontra aqui.
2026 já começou
Helmut Marko se aposenta após 20 anos dedicados à equipe Red Bull (Foto: Red Bull)
Dois dias após o término da temporada 2025, já se trabalha, e especula-se, com relação a 2026. A aposentadoria de Helmut Marko, confirmada hoje, por volta das 11h50 e a participação de todas as equipes nos testes em Abu Dhabi, hoje (9/12) e amanhã, são os principais tópicos do dia.

Advogado formado pela Universidade de Graz, onde nasceu aos 27 de abril de 1943, Helmut Marko transformou-se no braço direito de Dieter Mateschitz, fundador da Red Bull junto com o tailandês Chaleo Yoovidhya. A reorganização dessa empresa após a a morte de Mateschitz em 23/10/2022, gerou disputas internas e uma série de demissões que culminou com o desligamento de Christian Horner no fim do primeiro semestre de 2025. Tido como um executivo extremamente frio e exigente, Marko teve passagem pela F-1, onde encerrou sua carreira nos treinos para o GP da França 1972 Clermont-Ferrand. Uma pedra lançada pelo Lotus de Emerson Fittipaldi rompeu a viseira do seu capacete e provocou a perda de visão do olho esquerdo.

Com a promoção de Isack Hadjar para ser o companheiro de Max Verstappen na Red Bull a partir de 2026, a contratação do britânico de ascendência sueca Arvid Lindblad para substituir o franco-argelino na equipe Racing Bulls, foi sua última decisão no time austríaco.
Uma agenda de trabalho das mais intensas marcou o encerramento, hoje das atividades de pista da F-1 este ano. Em 2026 carros, equipes e pilotos retornam às pistas entre os 26 e 30 de janeiro, em Barcelona, e 11 e 13 de fevereiro, no Bahrein. O campeonato terá início dia 8 de março em Melbourne, Austrália.
A intensidade da agenda se justifica em pontos com a avaliação de novos pilotos, checagem de sistemas como a asa dianteira móvel e outros detalhes aerodinâmicos a serem adotados em 2026 e a avaliação de novos pilotos de testes. Cada equipe terá um carro de testes para ser usado por seus pilotos titulares para avaliar os pneus de 2026, mais estreitos. Os demais dez carros serão entregues a pilotos que tenham participado de, no máximo, dois GPs. Entre os poucos titulares de 2025 ausentes estão Max Verstappen, George Russell e Yuki Tsunoda, que estará fora do grid no ano que vem.
Entre os nomes vindos da F-2 aparecem Arvin Lindblad, Ayumu Iwasa, Dino Beganovic, Jak Crawford, Kush Maini, Luke Browing. Frederik Vesti, Pato O’Ward, Paul Aron, Ryo Hirakawa e Stoofel Vandoorne completaram a lista de participantes.

Os tempos de hoje:
1) Jak Crawford, Aston Martin, 1’23”766
2) Paul Aron, Sauber*, 1’23”847
3) Luke Browning, Williams, 1’23’920
4) Frederik Vesti, Mercedes, 1’24”568
5) Ayumu Iwasa, Red Bull, 1’24”925
6) Kimi Antonelli, Mercedes, 1’25”170
7) Pato O’Ward, McLaren, 1, 25”418
8) Ryo Hirakawa, Haas, 1’25”463
9) Dino Beganovic, Ferrari,1’25”720
10) Oscar Piastri, McLaren, 1’26”099
11) Lewis Hamilton, Ferrari, 1’26”138
12) Lando Norris, McLaren, 1’26”142
13) Alex Albon, Williams, 1’26”289
14) Charles Leclerc, Ferrari, 1’26”417
15) Carlos Sainz, Williams, 1’26”454
16) Liam Lawson, Racing Bulls, 1’26”505
17) Arvid Lindblad, Racing Bulls, 1’ 26”51
18) Gabriel Bortoleto, Sauber, 1’26”767
19) Nico Hulkenberg, Sauber, 1’27”004
20) Pierre Gasly, Alpine, 1’27”433
21) Isack Hadjar, Red Bull, 1’27”515
22) Kush Maini, Alpine, 1’27”544
23) Stoffel Verdoorme, Aston Martin, 1’27”743
24) Oliver Brarman, Haas, 1’27”827
25) Esteban Ocon, Haas, 1’31”407
(*) piloto da Alpine, cedido à Sauber
WG
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