Recentemente pude acompanhar o lançamento da Wey, a marca de luxo da GWM, e seu primeiro modelo no Brasil, o Wey 07.
O Wey 07 chega ao Brasil como o topo de linha global da marca. Ele é um suve híbrido plug-in com seis lugares distribuídos em três fileiras.
Um conceito que mistura a comodidade de um minivan ao porte imponente de um suve grande.
Com 5.156 mm de comprimento, 1.980 mm de largura, 1,805 altura e entre-eixos de 3.050 mm, é um automóvel pensado para quem prioriza espaço real, conforto de primeira classe e tecnologia embarcada. A altura livre do solo é de apropriados 180 mm.
A cabine impressiona pela sensação de amplitude. O teto panorâmico amplia a luminosidade, os materiais são de alto padrão e a execução demonstra um cuidado verdadeiro para impressionar. O revestimento integral em couro Nappa legítimo, o teto em Alcantara e a montagem precisa mostram a intenção da GWM de disputar espaço com referências tradicionais.
O isolamento acústico recebeu atenção minuciosa. Vidros duplos nas duas primeiras fileiras, para-brisa de alta densidade e manta acústica cobrindo 96% do assoalho criam um ambiente silencioso mesmo a velocidades elevadas, reforçado por pneus com camada interna de redução de ruído. E tudo isso somado faz realmente uma diferença enorme.
Na segunda fileira há duas poltronas independentes, largas e profundamente ajustáveis, oferecem ventilação, aquecimento, massagem, apoio de pernas e reclinação de até 50 graus. Há persianas laterais, tomada, portas USB e uma mesa retrátil no dorso do encosto do banco do motorista.
O passageiro dianteiro também recebe tratamento especial com o assento gravidade zero, que reclina até 110 graus para distribuir o peso do corpo e aliviar a pressão na coluna.
O banco com gravidade zero do Wey 07 foi desenvolvido pela GWM para oferecer uma postura de descanso realmente confortável. Ele combina três elementos técnicos que trabalham juntos para reduzir vibrações, aliviar pressão no corpo e manter segurança total em qualquer posição.

O primeiro é o sistema de suspensão inteligente do assento, que amortece as irregularidades da estrada e suaviza os movimentos. O segundo é a plataforma de suporte rebaixada, que permite um curso maior de movimentação e possibilita alcançar o ângulo de 110º. Nessa posição, o peso do corpo é distribuído de forma uniforme, diminuindo os pontos de pressão na coluna e reduzindo o cansaço. O terceiro elemento é o cinto de segurança dedicado, totalmente integrado ao assento. Ele se ajusta automaticamente conforme a inclinação, mantendo proteção adequada sem comprometer o conforto.
O resultado é um banco que combina ergonomia, absorção de vibrações e ajuste inteligente, proporcionando uma sensação real de relaxamento durante a viagem. E imagino que seja seguro também. Mas gostaria de ver um teste de impacto com banco a 110º. Pois bancos com a chamada gravidade zero estão cada vez mais comuns na China.
A terceira fileira adota um layout de teatro, ligeiramente mais alto que a segunda, proporcionando melhor visibilidade e sensação de espaço, além de saídas de ar climatizado dedicadas. Quando todas as fileiras estão em uso, o porta-malas oferece bons 239 litros. Com a segunda e a terceira rebatidas, o volume chega a 1.040 litros.
A experiência tecnológica segue o mesmo padrão elevado. O sistema operacional Coffee OS 3 roda em um conjunto digital com painel de 12,3 polegadas, central multimídia de 14,6 polegadas e projeção de dados no para-brisa, para o motorista de 25 polegadas que projeta informações a até 4,5 metros à frente.
Há integração sem fio com Android Auto e Apple CarPlay, Wi-Fi para oito dispositivos (mas o carro leva seis pessoas), comandos de voz em português e controle completo via aplicativo My GWM, que permite acionar a climatização, verificar a carga da bateria e abrir ou fechar o veículo a distância. O sistema de áudio é um ponto alto, com 1.670 W RMS distribuídos em 16 alto-falantes, criando um palco sonoro interessante para audiófilos.

O Wey 07 utiliza a arquitetura híbrida inteligente Hi4, combinando um motor 1,5 turbocarregado a gasolina e dois motores elétricos independentes, um em cada eixo. É um arranjo que garante tração integral, respostas imediatas e modulação inteligente do torque. A potência combinada é de 517 cv e 83,6 m·kgf, o que resulta em aceleração de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos.
Há um câmbio de quatro marchas, desenvolvido pela própria GWM, que prioriza eficiência e suavidade. São múltiplos modos de condução que incluem EV, HEV, Esporte, Eco, Neve, Areia, Lama, Normal e AWD. Na maior parte do tempo a tração é elétrica e traseira, o que adiciona um pouco mais de diversão.
A bateria com excelentes 42,5 kW·h permite rodar até 128 km em modo elétrico segundo o Inmetro.
O sistema de recarga é completo. Em corrente contínua, recebe até 60 kW, indo de 30 a 80% em cerca de 26 minutos. Em corrente alternada, chega a 6,6 kW e recarrega de 15 a 100% em aproximadamente seis horas e meia. O modelo oferece ainda a função V2L (vehicle to load ou veículo para carga) para alimentar equipamentos externos de até 3.300 W, recurso útil em viagens, eventos ou raras situações de camping.
Do ponto de vista dinâmico, o acerto de suspensão me cativou. O conjunto é independente nas quatro rodas, McPherson na dianteira e multibraço de cinco braços na traseira, com barras antirrolagem, buchas hidráulicas e subchassi traseiro para maior isolamento de vibrações.
A calibração foi feita com exclusividade para mercado brasileiro e privilegiou conforto contínuo e progressivo, sem comprometer a estabilidade do veículo. Um dos pontos fortes do Wey 07 é que ele é um carro pensado para rodar longas distâncias com suavidade, mesmo em pavimentos irregulares, reforçando a percepção de luxo emocional que a marca quer transmitir.
Andei por uma hora em estradas de terra bem ruins e pude constatar esse atributo. Ainda assim eu gostaria de um pneu perfil 50 em vez dos Continental 265/45 R21 que equipam o modelo, embora eu entenda as questões estéticas.

O pacote de segurança é extenso. São 22 sensores, que incluem 5 radares, 12 ultrassônicos e 5 câmeras, compondo o pacote de condução semiautônoma nível 2+. Há controle de velocidade adaptativo inteligente, assistente de faixa, frenagem autônoma de emergência, visão panorâmica 540 graus com chassi transparente (expressão comercial que combina a visão 360 graus das câmeras com a reconstrução 3D do solo), estacionamento automático e monitoramento de cansaço. A carroceria de alta resistência e seis bolsas infláveis com cortinas amplas completam o conjunto.
O desenho exterior segue uma linguagem minimalista e elegante, com superfícies limpas e proporções bem resolvidas. Tem uma certa elegância. A dianteira exibe faróis full LED matriciais e assinatura luminosa estreita e refinada. As laterais combinam linhas de caráter marcadas com maçanetas retráteis e rodas de 21 polegadas. Na traseira, a barra luminosa horizontal conecta as lanternas e reforça a sensação de largura, além de acender como uma grande luz de freio. Há porta-malas com abertura elétrica por sensor e porta de recarga iluminada. As opções de cor incluem azul Cianita, branco Pérola, ouro Solar, preto Khalifa, verde Esmeralda e verde Turmalina, com interiores em marfim ou preto. Todas muito bonitas.

O Wey 07 representa a visão de Jack Wey, fundador da GWM, de criar automóveis de luxo em que engenharia, silêncio, tecnologia inteligente e conforto emocional se combinam de forma harmoniosa. Com preço de 429 mil reais, chega ao Brasil para confrontar diretamente as marcas premium tradicionais com uma proposta distinta. Oferece mais espaço interno, mais equipamentos de conforto, tecnologia de ponta e uma experiência sensorial que eleva o padrão do segmento.

É um automóvel para quem deseja viajar no mais alto nível e levar todos a bordo com o mesmo cuidado. Em uma palavra: conforto.
PM
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