Coluna 2714 2.julho.2014 rnasser@autoentusiastas.com.br
Mudar tudo sem mudar o conceito. Este é da boa formulação, espaço interno, rodar agradável e de baixo custo e, sobretudo, manter o rótulo de derivado do Logan, e sua positiva fama de carro perto do inquebrável. O desafio é para o novo Sandero, imposto a engenheiros e designers da Renault no Brasil — onde surgiu —, repetir a fórmula sobre a nova plataforma do Logan — e manter o fluxo de caixa na Renault, com densa representação de 40% nas vendas da marca no país. A versão anterior do Sandero, ainda em remanescentes unidades nas revendas, vendeu 500 mil unidades.
O Novo seguiu o caminho aberto pelo Logan, ser montado sobre plataforma amplamente revista — estrutura; direção, freios, suspensões, e novas sensações aos usuários, no visual e pelo emprego de melhores materiais e texturas mais agradáveis ao contato. Implementou o conforto, com ar-condicionado automático, mudança do sistema elétrico antigo para o uso do sistema multiplex, capaz de suportar todas as atuais exigências e itens eletrônicos, sensores, comandos, interligações — sistema tradicional exigiria fios aos quilômetros. Na parte relativa à evolução do sistema Media NAV, central multimedia, uma de suas funções é ser o controle do controlador automático de velocidade. Não é exagero tecnológico, pois é demandada em 75% dos Logan. Nele, além, dois programas: um avalia os dados obtidos durante a condução. Outra aconselha posturas no dirigir buscando otimizar a economia. Muitas funções, mas não inclui uma, simplória, porém exigência do dia, a câmera de ré.
No geral, em relação à geração passada, em últimas unidades a preços induzidos, mudaram-se 80% das peças. Mantém a garantia total de três anos.
Visualmente tem o traço personalizante do novo designer-chefe da marca, com o losango como logo dividindo o painel frontal e a linha lateral superior, do capô à traseira do carro.
Opções
Motores 4 cilindros, bloco em ferro, cabeçote em liga leve, 1,0, 16 v, 77/80 cv (gasolina/álcool) — nota “A” no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular; e 1,6, 8V, 98/106 cv. Decoração em padrões Authentique, Expression e Dynamique. Motor 1,0 mandatório na Authentique, opcional na Expression, indisponível em Dynamique.
Câmbio manual por cinco marchas, sem opção de automática.
Chegado na crise que contrai 15% das vendas, a Renault implementará vendas do Sandero com equipamentos extra e instigará melhor relacionamento com os revendedores da marca. Aliás, no geral, esta crise fere em especial duas categorias: fornecedores de auto peças e revendedores.
O Novo Sandero mantém a regra adotada pelo Logan. Mudar, deixando de ser simplório instrumento de mobilidade, para ganhar equipamentos e confortos para elevar-se no mercado, incorporando mais cuidados construtivos e itens de conforto.
Versão | R$ |
Authentique | 29.890 |
Expression 1.0 | 34.990 |
Expression 1.6 | 38.590 |
Dynamique | 42.390 |
Na prática a opção mais equilibrada, especialmente por itens de conforto e segurança, é a Expression 1,6.
Novo Sandero |
Argentina permite os fora de série
Uma aragem de bom senso automobilístico perpassou a Argentina. Seu Congresso aprovou projeto dos deputados Paula Bertol e Eduardo Amadeo, autorizando a re fabricação de veículos antigos e a produção de esportivos. A atividade, na qual os argentinos tem inegável talento, estava vedada pelo cartorialismo latino: para impedir que velhas estruturas mecânicas de ônibus recebessem carrocerias novas e fossem assim considerados, colocando em perigo usuários e terceiros pelo uso de mecânicas desgastadas, passaram o rodo de maneira ampla e irrestrita, barrando os carros de pequena produção ou, como lá dizem, AFF — armados fuera de fabrica.
Boa parte da talentosa mão de obra se dispersou, e a restante dedicava-se a executar bordados jurídicos-mecânicos, fazendo interpretação artesanal dos desvãos legais. Na prática, usar o martelo e o taço para ocupar a lacuna da lei. Outros aplicavam-se a apenas produzir para exportações, mercado factível a poucos, equilibrando-se no garrote legal que, embora não vedasse formal e legalmente a produção, impedia o licenciamento, situação responsável por praticamente inviabilizar os que não ousaram interpretar o texto legal.
Nova legislação para o setor exige cautelas técnicas — para réplicas, projetos e aprovações originais; em criação, mesma base em técnica e responsabilidade.
A atividade, segundo associação dos fabricantes e os parlamentares que a defenderam, sustentava 1.000 famílias, tem seu píncaro nos Pur Sang, imbatíveis réplicas de Bugattis e Alfa Romeos, construídas em Paraná, a 400 km de Buenos Aires, fabricação manual de verdadeiros clássicos, incluindo motores e toda a estrutura mecânica!
Outra referência, vencedor ex piloto, Nestor Salerno, instalado nas beiradas do desativado aeródromo de San Torquato — 50 km da Capital —, produz réplicas de puros-sangues como Ferrari GTO — um destes alcançou ano passado, em leilão italiano, US$ 8,2M — 1/3 do valor venal de um dos 27 GTO originais. Mesmo Salerno tem credenciamento da Lotus, ao tempo do mítico fundador Colin Chapman, para produzir — não é réplica — o lendário Lotus Seven.
A barreira legal inviabilizadora foi afastada e a produção pode ser retomada.
Você jura ser da alsaciana Bugatti, mas é argentina Pus Sang |
RODA-A-RODA
Negócios – No processo de juntar facilidades e sinergias, reduzir custos, garantir sobrevivência, a Daimler — entenda Mercedes — e a Aliança Renault-Nissan investirão 1B Euros na fábrica Nissan de Águas Calientes, México.
Produtos – Efetivarão a fórmula imaginada — como contou a Coluna ao início de 2013 — da fábrica Nissan em Rezende, RJ: montar Mercedes. No caso, desenvolverão motor e plataforma comum para as duas marcas. Produção Nissan em 2017, Mercedes 2018, pico de capacidade 300 mil unidades em 2021.
O que – Infiniti diferente dos conhecidos, mas veículo de menor porte, cupê, sedã e novo utilitário esportivo dividindo plataforma e motores com os sucessores dos Mercedes classes A, B, GLA e CLA.
México? – Mercados dos EUA e Canadá à mão, custos industriais menores, ausência de inimigos climáticos, e boa política comercial com o mundo. Entre os latinos, os mexicanos detém as melhores condições.
Controle – Renault assumiu 67% das cotas da empresa que controla a AutoVAZ, maior fabricante russa — faz os Lada.
E? – Osamu Suzuki, 85, mais um ano à frente da Suzuki. Companhia familiar, sucessão pouco clara, maior percentual de lucro no setor ano passado. Tais condições podem auxiliar as negociações com a Fiat Chrysler Automobiles.
Pânico – A GM chamou mais 4,8 milhões de veículos. Não consegue saber a extensão dos problemas, acidentes, perdas e mortes pela economia sem higiene de diminuir componentes do interruptor de ignição. Seja qual for a extensão do problema, custar-lhe-á muito, e o governo estadunidense, após torrar US$ 10B dos contribuintes para salvá-la, não bisará o socorro.
Resultado – As falhas que motivam os recalls dão prejuízo, matam, fazem trocar presidentes. Desequilibram o caixa e, em tal volume, desestimulam os acionistas a aplicar poupança nas empresas para indenizar erros de engenharia ou omissão assumida. Os eventos com a Toyota e a GM devem mudar as regras mundiais de procedimento.
Mini Truck – É como se enfeita a denominação dos mini picapes chineses. A Lifan, com montagem no Uruguai, traz seu modelo Foison, com tentativa adequação às características brasileiras e às operações de manutenção.
E? – Difícil inventar em tais caminhõezinhos, mas o Foison tenta: motor 1,3, 85 cv, 11,3 m·kgf de torque, contra demais motores 1,0; caçamba maior, 2,80 m x 1,52 m x 0,33 m, para 800 kg. Duas versões: básica, R$ 34.900, e completa, com ar-condicionado e direção assistida, R$ 37.990.
Foison mini truck |
De volta – Conhecida atualmente como fabricante do bem-bolado esportivo Atom, a Ariel, marca sobrevivente e ativa quando produzia motocicletas com motores de quatro cilindros, entre 1930 e o fim da década de 1950, voltou à atividade de fabricar motos. Faz a Ace.
Montando – Configura as motos sob encomenda, com variáveis em seu chassi exposto, em alumínio polido, suspensão, mantendo motor comum, o Honda V4 VFR 1200. Não tem rádio, aquecedor nas manoplas, pára-brisa … É puro desempenho e adrenalina. Seletiva, entre 100 e 150/ano, a US$ 34.000.
Ariel Ace |
Preparativos – Grupo Chrysler iniciou veicular informações na internet para instigar mercado e consumidores à novidade do novo Cherokee, e cadastro para informações. Totalmente novo, motor Pentastar 3.200 cm³ e 270 cv, câmbio de nove (!) marchas. Outubro, pré-Salão. Mais? www.jeep.com.br
Mais do mesmo – Como esperado, Governo Federal manteve contido — e honesto — IPI sobre os veículos. Com eleições, sem certeza de êxito peto-lulista, e dispensa de mão de obra no setor, não é hora de fomentar preços.
E mais – Ford marcou data para assinalar a nova operação de sua controlada Troller, fabricante de jipes no Ceará: fábrica arrumada e ampliada, novo produto já em fabricação: 15 julho.
Idem – Fiat idem para o novo Novo Uno. 1o de agosto.
Ecologia – Novo acessório para quem passa muitas horas no carro, o Casecar tem série de compartimentos para guardar objetos. Reciclado, feito em couro ecológico, mede 21 cm x 31 cm e custa R$ 29. Afim? (www.amaterra.com.br/onde-comprar/)
Socorro – Utilidade pública trazida pelo grupo ARBR — a turma internética dos proprietários de Alfa Romeo. Se, na faina de manter antigos, você ingerir gasolina, não beba leite. A capacidade de absorção de pequena quantidade deste combustível, é baixa. Assim, deixe quieto, de repouso. Volume de 20 ou 30 ml, recomenda ida imediata — sem dirigir — ao Pronto Socorro para avaliar necessidade de lavagem estomacal.
Leite – É maléfico, no aumentar a capacidade de absorção pelo sistema digestivo e reduzir vômito espontâneo. Com gasolina, maior perigo é o inalação.
Prêmios – Usual em festivais de propaganda, como o de Cannes, são filmes de lançamento, campanhas de venda ou institucionais de produto ou marca. A Volkswagen mudou a escrita: na campanha pelo fim, o Deslançamento da Kombi, ganhou 7 prêmios. Criada pela marca com a AlmapBBDO, sua agência de propaganda. Para ver, www.vw.com.br/kombi
Vitória – O desafio autoimposto pela Mitsubishi, subir o Pikes Peak, corrida montanha acima, no Colorado, EUA, trouxe vitória à marca com seus dois carros elétricos, os MIEV III. A prova é de grande repercussão no mercado estadunidense. Os Miev utilizaram quatro motores elétricos, 603 cv, tração integral, e a marca tem pouca participação nas vendas de elétricos.
RN
A coluna “De carro por aí é de total responsabilidade do seu autor e não reflete necessariamente a opinião do AUTOentusiastas.