Dentre as muitas classificações de veículos surgidas recentemente, nem sempre há tanta precisão quanto à descritiva para os automóveis de traseira truncada dotados de comportamento superlativo. São os hot hatches. Na categoria o nacional Renault Sandero R.S. desponta pelo equilíbrio entre desempenho e preço. É o carro para os sensíveis às respostas mecânicas refinadas, sem abrir mão da missão básica, transportar quatro pessoas confortavelmente, incluindo crianças pequenas devidamente levadas em bancos ancorados nos engates Isofix.
É um exercício Renault Sport, área de engenharia esportiva da marca francesa, e no caso integrante de série restrita a 1.500 unidades, nas quais uma plaqueta de colocação desvalorizada — sob a alavanca do freio de estacionamento… — indica tratar-se de Racing Spirit.
Para identificar, habitáculo com teto preto, apliques vermelhos nas saídas de ar, nos instrumentos, nas costuras dos bancos. Fora nas capas das pinças dos freios a disco nas quatro rodas em liga leve e aro 17” com bons Michelin Pilot Sport 4 205/45ZR17. Cor externa apenas branco, prata e preto.
Renault implementou os sistemas do automóvel — estrutura, freios, suspensão com amortecedores de maior carga e barra estabilizadora mais grossa, assistência de direção eletro-hidráulica, câmbio reduzido em suas seis marchas. Não mexeu no motor, um 2-litros, L-4, 16 válvulas, produtor de 150 cv e 20,9 m·kgf de torque — a álcool (145 cv e 20,2 m·kgf com gasolina). Prática de uso, de 0 a 100 km/h em ótimos 8 s. Se o condutor aspirar a piloto, o sistema RS Drive oferece três modos de comportamento. Desde o mais contido, mantendo ligado o controle de estabilidade; ao Sport, com respostas mais rápidas ao acelerador, marcha-lenta mais alta; Sport+ é para os nascidos com GPS, os que se acham, e aí se permitem desligar o controle de estabilidade e voltar ao tempo dos homens sem medo. Quem sabe e gosta, encontrará parceiro sempre disposto, e com confortos como alarme sonoro para a troca de marchas, dispensando olhar para o ponteiro do conta-giros.
É bom ao uso normal, apesar do motor não ter sido melhorado, e pelo fato de sua potência específica — cv x litro de cilindrada — ser inferior a outros carros sem pretensões esportivas, SUVs coreanos ou o inimaginável Ford EcoSport, o conjunto muito auxilia a bons resultados e boas sensações.
Média de consumo em cidade civilizada, circa 11 km/litro, gasálcool.
Poderia ser melhorado: um pouco mais de trabalho no motor e remapeamento da injeção ganharia uns 10% de potência; a Renault poderia examinar um trambulador de marchas de qualquer Volkswagen para absorver o DNA, o cloc de engates precisos. E relocar a plaquinha, expondo-a como carteira de identidade da versão especial e competente. R$ 66.400.
Uruguai, base de utilitários Peugeot e Citroën
Em seu bem-sucedido processo de sobrevivência e rentabilidade, grupo PSA, das marcas Peugeot e Citroën, seguiu tendência mundial e racionalizou produção de todos seus veículos em apenas três plataformas. No caso, na América Latina duas se distribuem entre Argentina e Brasil. Terceira, comercial, sem semelhança com as outras, baseará utilitários. No Continente, montados no Uruguai.
Sistema muito assemelhado ao realizado — ou cometido — no Brasil para os carros Premium – Audi, BMW, Jaguar, Land Rover e Mercedes: quase a totalidade de partes importadas e poucas mão de obra e partes de produção regionalizada — no Mercosul. No caso uruguaio, os pequenos furgões Peugeot Expert e Citroën Jumpy utilizam bancos, pneus, bateria, rádio e instalação elétrica. O mais vem da França, e o índice de regionalização parte de 30%.
Furgões iniciais com capacidade de carga de 1,5 t, motor Diesel de 4 cilindros, 1,6 HDI, 115 cv, câmbio manual de 6 marchas, tração dianteira. Após, versões mistas para passageiros e carga, e depois as exclusivas a passageiros. São de tamanho médio, concorrentes ao Mercedes-Benz Vito feitos na Argentina.
Montagem por operação indireta, somando a PSA, seus importadores no Uruguai e a Nordex, fábrica especializada em montagem no vizinho país — é autêntica montadora — recebe partes e as agrega, e tem intimidade com nosso mercado: faz-nos o Kia Bongo. Esforço consumirá total de US$ 20M, incluindo adequação das instalações, individualizar e desenvolver fornecedores, e construir pista de testes com 1,2 km. Capacidade instalada de 6.000 unidades anuais, 10% do pretendido pela PSA como vendas regionais da marca em 2021.
Picape
Decisão da PSA fazer picape não é novidade. Foi tomada há meses e a Coluna a divulgou. Fato novo é definir produzi-lo, até 2021, no Uruguai, anunciada por Pablo Averame, nº. 1 em produtos para América Latina, em entrevista a Rodrigo Barcia do Autoblog Uruguay. Não se trata do recém-lançado modelo Peugeot Pick-Up 4×4 feito com a associada chinesa Dongfeng para o mercado africano, mas produto centrado nos lucrativos similares feitos no Mercosul.
Peugeot Express mantém-se importado, Citroën Berlingo voltará a sê-lo, idem para Boxer e Jumper, antes construídos pela Fiat sobre base Ducato, com a saída da operação no Brasil.
Lançamento de Jumpy e Expert na Fenatran, outubro, São Paulo.
Roda-a-Roda
De novo – Mercedes-Benz não digere o enorme prejuízo e a oportunidade perdida para fazer a Maybach, sua marca de super luxo, superar Rolls-Royce. Foi ao Pebble Beach Concours d’Élegance, Monterey, Califórnia, com evolução do conceito mostrado ano passado na mesma festa de automóveis antigos.
Tempos de glória – Levou o conversível Vision 6. Quase 7 m de automóvel, bela distribuição de espaços, uma escultura impositiva e móvel por motorização elétrica. Fará bonito até em Mônaco em frente a longos iates e seus helicópteros.
Realidade – Muita eletrônica, motor elétrico 750 cv, autonomia de 320 km, 0 a 100 km/h em 4 s. Motor menor ante o V-12 Mercedes, permite adicional compartimento de bagagens sob o capô — como uma cesta de picnic…
Bom – Boa notícia. Produção até o final da década. Não precificado, mas dá tempo para você se capitalizar por trabalho; pelo previsto boom no valor das ações em Bolsa; ou vender a guarda de segredo nestes tempos de Lava Jato.
Caixa – Porsche apresentou o novo Cayenne, mais esportivo e atlético. Mudou tudo para parecer não ter mudado. Entende-se a cautela: o Cayenne é seu produto mais rentável, trampolim da marca. Afinal, convenhamos, casa de carro esporte fazer SUV, ter sucesso e lucros, foi caminho corajoso.
Como – As novas barras frontais cromadas remetem-no à matriz Volkswagen. Grupo óptico menor para exibir ter evoluído tecnologicamente, maiores tomadas de ar para identificá-lo com carro esporte, e linha mais baixa do teto.
Por baixo – Mais equipamentos comuns com o Panamera, sedã esportivo da marca: eixo traseiro elétrico, direcional, e sistema 4D Chassis Control. Perdeu 55 kg, embora não seja uma ninfeta aos 2.040 kg. Duas versões: Cayenne, 3 litros, turbo, 340 cv e 45,9 m·kgf de torque; Cayenne S, V-6 2,9-l biturbo, 440 cv e 56,1 m·kgf de torque. Caixa automática Tiptronic, 8 marchas, tração integral.
Local – GM Argentina, construtora do Cruze, iniciou fazer os motores 1,4 turbo, injeção direta, nele aplicados. Antes importava do México. Carros enviados ao Brasil serão quase totalmente argentinos.
Ensaio – Líder de vendas entre os picapes da marca, Ranger diesel 2,2-litros ganhou série especial: cabine dupla, automática, 4×4, eletrônica para estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, vidros, travas e retrovisores elétricos. É a Sportrack, e se bem aceita será produto de linha.
Caminho – Randon, de implementos de transportes está na Expedição da Rota de Integração Latino-Americana. Busca desenvolver nova rota comercial entre Mato Grosso do Sul e o Chile, para usar portos do Pacífico para cargas nacionais.
Ações – Para viabilizar há necessidade de redução burocrática, de entraves alfandegários, melhoria das estradas, e construção de ponte binacional sobre o Rio Paraguai. O caminho pelo Pacífico reduz 8.000 km ante o do Atlântico.
Mais um – Exceção entre os muitos prometidos e não viabilizados, Foton Caminhões iniciou vender primeiras unidades. São Minitruck de 3,5 t, e Citytruck de 10 t, produzidos na fábrica da Agrale, Caxias do Sul, e empregam componentes nacionais, motor Cummins; câmbio ZF; diferencial Dana.
Futuro – Eagle, protótipo de pneu do futuro, inteligentes e conectados, foi trazido pela Goodyear ao Brasil. Movido por inteligência artificial, rede de sensores coleta dados sobre o meio ambiente, incluindo superfície da pista.
Super Super – Michelin trará à América Latina seu pneu Sport Pilot 4S. É reposição a automóveis de hierarquia — Porsches, Ferraris, Mercedes-AMG —, mas utilizáveis por automóveis com rodas adequadas. Aderem mais, freiam mais, mais estáveis, duram mais e, charme adicional, anel circundante impede danos às rodas em caso de raspadas nos meio-fio.
Preço? – Caso igual a consumo de lancha: quem pergunta não pode comprar…
Ajuda – Porto Seguro Transportes ampliou a extensão do guincho gratuito aos seus segurados: em caso de acidente, 400 km. Mais ? https://goo.gl/PdMqQC
Anúncio – Capacidade industrial esgotada pela demanda ao Kwid, sem necessidade de anunciá-lo, Renault tentou fazer campanha publicitária para todos os seus produtos. Um incentivo a viagens de automóveis.
Proposta – Conceitualmente ideia boa, quebrar estereótipos regionais — baianos lentos, cariocas malandros, nordestinos preguiçosos —, mas não foi entendida. Ante reclamações nordestinas, por onde começou, retirou-a do ar.
Imagem – Para exibir ligação entre consumidores e seus carros, Shell, pela agência Wunderman, fez filme onde paraquedista Arthur Zanella salta, e seu Chevrolet Montana é jogado de avião.
Lei – Comissão de Viação e Transportes da Câmara Federal aprovou prazo de 180 dias para análise de Defesa Prévia dos motoristas multados. Matéria ainda irá a Plenário, permitindo esclarecimentos e pressões dos interessados sobre os deputados. É Projeto de Lei 6857/2017 da deputada Elcione Barbalho, PMDB-PA
Marcha a ré – Emenda, da deputada Christiane Yared, PR-Pr, é desfaçatez: 45 dias para motorista se defender. E quatro vezes mais para Detrans analisar. País recolhe muitos impostos sem retribuir em serviços; Detrans se transformaram em usina de formação de recursos por multas. Prazos deviam ser iguais.
Gente –Lee Jae-yong, executivo, 3o. homem mais rico da Coreia do Sul, vice-chairman do conglomerado Samsung, preso. OOOO Doações a entidades não governamentais ligadas à ex-presidente Park Geun-hye, deposta e também presa, em troca de favorecimentos. OOOO 5 anos de prisão: entre ser ouvido e condenado, 9 meses. OOOO Gerald Lautenschläger, alemão, desafio. OOOO Diretor de Operações Europa na recém-renascida Borgward. OOOO Do ramo, ex-Opel, preparará volta da marca. OOOO
Os Mercedes Axor e o milho em espiga
Milho é o segundo produto agrícola brasileiro, de previstas 97 milhões t na safra 2016/7, 46% de crescimento, e transportá-lo em espigas, carga não padronizada, do campo ao processo beneficiamento, exige área e volume.
Centro-Oeste lidera produção, liderada pela cidade mineira de Patos de Minas. Nela o operador Elias Caixeta, presidente da Transgrãos, adquiriu 105 cavalos-mecânicos Mercedes Axor 2536 6×2. Da marca tem agora 280 caminhões.
Os Axor são extrapesados, tracionam semirreboque com 13,6 m de comprimento, aumentando o volume de carga, exigência da operação. Projeto e adequações aplicadas pela Mercedes-Benz compatibilizam-no às demandas dos usuários, com agrados a empresário e operador. Aos primeiros, resistência, durabilidade, operação econômica, dimensionamento mecânico para operar em estradas asfaltadas ou de campo, e ampla rede de concessionários para assistência. A quem dirige, materializa o conceito Econfort, de operação confortável, rivalizando com automóveis bem-dotados, com nova geração de bancos, volante multifuncional, sistema de som, tacógrafo digital, novo painel, freio a tambor, eixo de tração sem redução nos cubos, câmbio automatizado com funções EcoRoll, Power e Manobra, suspensão pneumática no chassi, a ar na cabine, vidros elétricos, ar-condicionado.
RN