Me chamo Israel Bento, tenho 28 anos de idade e 10 de CNH. Mal via a hora de chegar aos 18 para me habilitar e poder dirigir legalmente e sem a preocupação com as autoridades. Mas como todo jovem autoentusiasta, se é que na época eu entendia essa palavra, peguei escondido por algumas vezes o Fusca do meu pai para visitar a namorada. Aos 18 eu já tinha meu primeiro carro, um dos oito Fiat Uno da minha vida. Virou vício e em dez anos já se vão mais de 30 carros nessa história.
Está virando um livro que será publicado em breve com todas essas aventuras que envolveram carros mais novos, mais antigos e alguns bem exóticos e icônicos. Já imaginou ter um Fiat 147 e nele transportar sete pessoas numa distância de 150 quilômetros? O caixotinho italiano foi vendido posteriormente para o segurança do cantor Zeca Pagodinho.
Mas eu gostaria de compartilhar aqui minha grande paixão dentro desse universo automobilístico. Depois de quatro unidades na minha garagem ao longo de alguns anos, eu aprendi a admirar um injustiçado e pouquíssimo valorizado modelo da década de 1990. Trata-se do Peugeot 106, o Pug (não é o cachorro) mais querido do mundo.
Com a abertura das importações e a demanda de carros econômicos, a Peugeot se viu dentro de uma grande oportunidade de negócio. Praticamente jogou a primeira geração do 106 em nosso país que logo começou a se destacar entre os curiosos. Em 1997 surgia sua segunda geração por aqui, mais adaptado para nossas estradas.
Mas ao longo da história desse carrinho em solo brasileiro nem a própria fabricante disponibilizou informações precisas sobre o modelo. No meu terceiro 106 vi-me na necessidade de buscar informações técnicas sobre ele. Hoje sou, com grande orgulho, um dos administradores do maior grupo específico no Facebook.
Com parcerias em Portugal, dediquei parte de um modesto canal no YouTube para tratar de assuntos sobre o carro. Meu perfil no Instagram também se rendeu a essa grande paixão e felizmente tenho conseguido ajudar muitas pessoas a entenderem melhor o modelo, desde a hora da compra até sua manutenção.
Agradeço aos muitos amigos que somam forças na hora de colher informações sobre o carro e sou grato de saber que hoje muitos estão olhando para este Peugeot como uma boa opção de sua época. O mais econômico, confortável e bonito da década de 1990 e, mesmo sendo importado, meus esforços para mostrar que peças de reposição para ele não são tão difíceis de achar como julgam os não conhecedores, têm sido recompensados.
Trata-se do melhor custo-benefício entre seus contemporâneos, assim sendo a melhor opção para quem está com pouco caixa mas não abre mão de qualidade. No mundo, é o modelo mais personalizado entre os carros do grupo PSA. Sem falar do design à frente de seu tempo, como todo Peugeot.
Por aqui o 106 disse adeus em 2001 com uma versão especial, a Quicksilver, que inclusive foi meu primeiro 106. De fato, sigo nessa jornada apaixonante. Hoje ainda um hobby, amanhã quem sabe uma profissão.
Um forte abraço aos queridos leitores.
Israel Bento
Angra dos Reis – RJ