A idéia era um post mais vídeo do que texto. Entretanto, problemas técnicos impediram ter o vídeo editado e publicado — o que ocorrerá oportunamente. Mas, independentemente disso, há muito o que falar sobre a incrível Triumph Tiger Explorer.
O ronco do seu motor de 3 cilindros em linha, de 1.215 cm³ confirma o que venho notando: esses motores emitem um delicioso ronco que lembram o do 6-cilindros boxer do Porsche 911. E já que “ronca parecido ao Porsche”, em matéria de ronco o motor de 1,2 litro da Tiger Explorer está de parabéns. Ele gera 137 cv a 9.300 rpm e cabe a você dar conta disso tudo. Você e o controle de tração. Ultimamente, a potência das grandes motos tem subido tanto que esses controles se fazem necessários.
E elasticidade também é com ele. O torque máximo, de 12,3 m·kgf, está a 6.400 rpm. Para o leitor ter uma noção de sua força, estando parado engatei 3ª marcha e com aceleração normal, baixa, a moto saiu como se estivesse tudo certo, sem nada estranhar ou reclamar, saiu forte e acelerou liso. E olhe que suas marchas são longas, a 1ª passa dos 60 km/h. O motor é uma barbaridade. No começo, enquanto ainda estamos nos acostumando com a moto, para saber qual marcha está engatada é necessário olhar no mostrador do painel, já que ela acelera feito um canhão em qualquer marcha e em qualquer giro. E ele é dócil, suave, macio. Motor fácil de dosar sua potência, pois é linearmente progressivo em toda a faixa de rotação.
Bem, já que o leitor já teve uma idéia do monstro que é esse motor, fica difícil imaginar que seja possível domar tudo isso, mas acontece que conseguiram. A moto, apesar de alta é comportada, leve de pilotar. Muito boa de curva, deita e levanta com naturalidade e leveza. Freios, excelentes, e com ABS que pode ser totalmente desligado, opção que valorizo, principalmente em estrada de terra.
Ela tem controle de velocidade de cruzeiro, útil para estradas desertas, e tem controle de tração, tremendamente útil quando se trata de domar o despejo de tamanha potência numa só roda. É fácil, creia, muito fácil errar na dose da subida de giro desse canhão, ainda mais se pensarmos em piso molhado.
Mesmo em arrancadas fortes a frente pouco tende a sair do chão. Na estrada a bolha protege bem, o que permite viagens rápidas e descansadas.
Na certa o leitor interessado irá me perguntar como ela é comparada à BMW GS 1200. Bem, este não é um comparativo, seriam muitos itens a avaliar, todavia adianto que na terra a Tiger Explorer é bem mais leve e jeitosa.
Mas tudo isso tem um preço, ou melhor, alguns preços a pagar. Primeiro preço: tamanha potência gera um bocado de calor, então quando o ventilador do grande radiador liga vem ar quente para valer nas canelas. E quando digo quente para valer é isso mesmo, bem quente, então ela é uma moto que não é das melhores no trânsito, já que as canelas sofrem. Para amenizar isso, só botas de cano alto.
Segundo preço: é uma moto para um, só piloto. O assento do carona está muito acima do piloto, o que provoca um desequilíbrio acentuado quando está ocupado. O centro de gravidade sobe muito e vai lá para atrás. Além disso, o carona sofre se ficar por ali por um tempo mais prolongado, fica meio desprotegido, sem apoio. Sendo assim, apesar da moto ser nota 10 para viajar, só é 10 se for para ir sozinho, caso contrário ela se torna ruim.
Terceiro, o preço: R$ 55.400,00
AK
Fotos: autor
FICHA TÉCNICA TRIUMPH TIGER EXPLORER | |
MOTOR E TRANSMISSÃO | |
Tipo | Arrefecido a líquido, 3 cilindros em linha, duplo comando no cabeçote, 12 válvulas, gasolina |
Cilindrada | 1.215 cm³ |
Diâmetro e curso | 85 x 71,4 mm |
Potência | 137 cv a 9.300 rpm |
Torque | 12,3 m·kgf a 6.400 rpm |
Formação de mistura | Injeção eletrônica seqüencial, acelerador eletrônico |
Escapamento | 3 em 1, tubos de aço inoxidável, silenciador lateral de aço em aço inoxidável |
Transmissão secundária | Cardã |
Embreagem | Multidisco em banho de óleo, comando hidráulico |
Câmbio | 6 marchas |
Capacidade de óleo lubrificante | 4 litros |
CHASSI, TREM ROLANTE E INSTRUMENTOS | |
Quadro | Quadro Trellis de aço tubular |
Braço oscilante | Unilateral, liga de alumínio, fundido com eixo acionador |
Roda dianteira | Liga de aumínio fundido, 10 raios, 2,5×19 pol. |
Roda traseira | Liga de aumínio fundido, 10 raios, 4×17 pol. |
Pneu dianteiro | 100/80R19 |
Pneu traseiro | 150/70R17 |
Suspensão dianteira | Garfos invertidos Kayaba de Ø 46 mm, 190 mm de curso |
Suspensão traseira | Monoshock Kayaba com reservatório de óleo remoto, pré-carga ajustada hidraulicamente, ajuste de carga na distensão, 194 mm de curso |
Freio dianteiro | Discos duplos flutuantes de Ø 305 mm, pinças Nssin de 4 pistões, com ABS |
Freio traseiro | Disco de Ø 282 mm, pinça deslizante Nissin de dois pistões |
Instrumentos/funções | Pacote de instrumentos multifuncional em LCD contendo velocímetro digital, computador de bordo, conta-giros analógico,indicador de marchas, medidor de combustível, indicador de manutenção, indicação de temperatura ambiente, relógio, botão de rolagem no guidão e indicador do monitoramento da pressão dos pneus |
DIMENSÕES E CAPACIDADES | |
Comprimento | 2.248 mm |
largura no guidão | 885mm |
Altura sem espelhos | 1.410 mm |
Altura do assento | 840 e 860 mm |
Distância entre eixos | 1.530 mm |
Ângulo da cabeça/avanço | 23,9°/105,5 mm |
Tanque de combustível | 20 litros |
Peso em ordem de marcha | 259 kg |