Caro leitor ou leitora,
Essa história me chegou por WhatsApp, desconheço a autoria, mas resolvi publicar por achá-la muito interessante e merecer ser com partilhada com você.
Se for reivindicada autoria terei o maior prazer em dar o devido crédito e, em caso de o autor não concordar, retirarei a matéria.
Juvenal Jorge
AEROentusiastas – editor-chefe
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COMO UM ACIDENTE CRIOU UMA CIA. AÉREA
Autor desconhecido
Em 12/7/1954 uma tripulação da FAB voava no C-47 matrícula 2041, levando carga do Rio para Porto Alegre, uma distancia considerável na época. A rota prevista estava sobre densa camada de nuvens, sem se poder conferir referências no solo. Naquela época o instrumento de navegação mais usado era o radiogoniômetro. Como muitos sabem, esse instrumento captava a direção de onde provinham ondas de radiofaróis ou emissoras de rádio comerciais, e um ponteiro apontava para onde a aeronave deveria ir (essa a razão pela qual as rádios comerciais tinham que transmitir seu nome e prefixo a intervalos regulares).
Mas eis que o bendito radiogoniômetro deu problema e tiveram de se orientar pela bússola. Bússola, vento de traves e sem referência no solo resulta quase sempre em desvio de rota, em especial em grandes distâncias. O resultado é que se viram perdidos, sem conseguir mais contato de rádio com as bases previstas e o combustível foi acabando. Resolveram furar a camada e pousar de barriga.
Por sorte não encontraram um morro pelo caminho e acabaram pousando num milharal. Naquela época o C-47 era um valioso avião, e a FAB terraplanou uma pista ao lado de onde pousaram, montaram um pequeno hangar e em dois meses recuperaram o C-47, deixando para trás uma pista e um pequeno hangar.
Naquela cidade existia um frigorífico que vendia muito para São Paulo, mas perdia vários embarques pelas estradas muito ruins do caminho. Resolveram tentar levar suas carnes mais nobres de avião — e a coisa deu certo. Como os aviões voltavam vazios, começaram a trazer passageiros na rota inversa e descobriram um nicho de mercado que nem desconfiavam.
A cidade próxima do local onde pousaram se chamava Concórdia. E o frigorífico era a Sadia. Estava criada a Sadia Transportes Aéreos, que mais tarde se tornaria a Transbrasil.
Coisas de radiogoniômetro.
Tripulação do C-47 2041
Cmte – Maj Av Ernesto LEBRE
Copiloto – Maj Av Aroldo VELOSO
Mecânico de bordo – 2S QAv Severino ANDREIS
JJ
Foto:Arquivo da FAB provavelmente