O TIggo 7 perfaz quatro modelos Chery lançados em menos de um ano. Enquanto a maioria dos fabricantes oferece uma linha de produtos com ampla lista de opcionais e visual que segue um padrão de estilo, a Caoa Chery opta por um caminho diferente: o Tiggo 7 tem linhas que caminham com segurança entre o arrojado e elegante e em nada parecidas com os menores 5X e 2; além do fato de não haver opcionais para as duas versões do Tiggo, a 7 T e a TXS
O Tiggo 7 T tem preço público sugerido de R$ 106.990) e o Tiggo 7 TXS, R$ 116.990 — preços para o Estado de São Paulo.e que podem variar de acordo com a intrincada legislação tributária de cada unidade da Federação.
A proposta comercial da Caoa Chery para o seu novo produto é disputar consumidores interessados no Jeep Compass, líder inconteste dos 20,7% do mercado brasileiro de suves, e do Kia Sportage. Para tanto, a fabricante disse ter aprimorado o seu pós-venda, por exemplo, desenvolveu um sistema que permite entregar uma peça em até 36 horas caso a concessionária não tenha o item em estoque. E caprichou no acabamento da versão TXS, a única disponível na apresentação.
Se ainda é cedo para avaliar o serviço de manutenção, a sensação a bordo é das melhores, ainda que persistam certos detalhes passíveis de melhorias, em alguns casos pontos herdados de outros modelos da marca. É o caso da localização do controle elétrico dos espelhos retrovisores: situado no canto esquerdo da aba inferior do painel implica em deslocar o corpo para efetuar os ajustes. Estivesse na porta do motorista próximo do comando dos vidros e trava de portas permitiria ajustar os espelhos na mesma posição de condução.
A posição das quatro portas USB (duas dianteiras e duas traseiras, estas últimas junto à saída de climatização) também demandam uma dose generosa de paciência, ginástica e tato para encaixar o cabo nas tomadas.
Como você vai descobrir isso após acessar o interior do Tiggo 7, esses detalhes são relativamente encobertos pelos dois pontos fortes do suve montado no município goiano de Anápolis. O primeiro deles é o estilo da carroceria com linhas esculpidas e de belo equilíbrio. A versão brasileira, segundo a fabricante, ganhou molduras e soleiras pintadas na cor do veículo.
As opções da paleta de cores restringem-se aos clássicos branco (metálico e perolizado), prata e preto metálicos. Há o uso de cromados em doses homeopáticas nas molduras dos faróis de neblina e nas lanternas traseiras.
O acesso ao interior do Tiggo 7 é facilitado por portas amplas e fechadura acionada por chave presencial, que arma os retrovisores externos de boas dimensões ao destravar as portas e vice-versa. A carcaça desses espelhos acomoda câmeras e sensores que auxiliam nas manobras de estacionamento e alerta de obstáculos.
Um detalhe importante é a chave-reserva também ser presencial, igual à titular, o que nem sempre ocorre, é uma chave comum.
O espaço interno é amplo nos compartimentos dianteiro e traseiro e a sensação de conforto e sofisticação logo se destaca pelo revestimento interno executado em couro e com costuras aparentes que remetem a automóveis bem mais luxuosos e caros. O volante multifuncional exibe comandos do painel no raio esquerdo (exibidas na tela de 4,8” do computador de bordo), e comando do controlador automático de velocidade no raio direito; a direção é eletroassistida e indexada à velocidade. .
Por dentro do arco superior do volante de dimensões generosas (380 mm de diâmetro) enxerga-se o quadro de instrumentos com velocímetro à esquerda e conta-giros à direita com escalas que se encaixam nesse campo visual. Há de se convir, porém, que o ponteiro do conta-giros de movimento anti-horário é muito estranho (como no Peugeot 5008), caso acadêmico de forma sobrepujar função — percebe-se claramente a intenção do designer de fazer os dois instrumentos iguais, um espelho do outro.
.Entre as opções mostradas no computador de bordo está a pressão e temperatura de cada um dos pneus, 225/65R17 na versão T e 225/60R18 na versão TXS, sempre montados em rodas de liga de alumínio. Comandos de luzes (atrás do raio esquerdo do volante) e limpadores de para-brisa dianteiros e traseiro (direito) completam o conjunto.
Mais à direita do volante com regulagem só de altura está a tela multimídia de generosas 9” e compatível com os aplicativos Android e Apple CarPlay. Os comandos respondem com rapidez e o espelhamento de celulares é completado com facilidade. Olhando para cima nesse mesmo eixo encontra-se um porta-óculos, controles das luzes internas e, na versão TXS, os comandos elétricos da cortina e do teto solar panorâmico. Este é dividido em duas partes que somadas representam uma área de 0,92 m2. O segmento dianteiro oferece movimento basculante e corrediço;. a cortina abrange toda a extensão do teto solar.
O acabamento interno é de qualidade bem acima da média, com plásticos de textura bastante agradável. Na parte inferior das portas os porta-objetos têm boa profundidade e reduzem a possibilidade de queda despercebida de itens,comum quando esses são mais rasos.
Na versão TXS o estofamento é revestido em couro, e o banco do motorista tem regulagem elétrica de altura, de inclinação do encosto e do apoio lombar. Os R$ 10 mil extras do preço de tabela da TXS garantem ainda banco traseiro com amplo descansa-braço central com porta-copos. Neste é digno de nota o amplo espaço para as pernas e o piso com túnel modesto.
Tudo ficaria ainda melhor se parte dos 414 litros do porta-malas, ou mesmo alguns centímetros do espaço interno, fossem trocados por um encosto com mais suporte lateral para melhor encaixe do corpo dos passageiros. No vão entre os dois bancos dianteiros o console engloba um descansa-braço que é também a tampa de um porta-objetos; em cuja face posterior está o difusor da saída de climatização para o banco traseiro e duas portas USB (de difícil visibilidade e acesso).. Ainda neste vão, um porta-objetos com tampa corrediça.
De volta ao posto de comando nota-se a alavanca de câmbio de curso reto, sem a guia tortuosa vista em versões mais luxuosas, e a tradicional sequência P, R,N e D. Trocas manuais sequenciais podem ser feitas com toques para frente (sobe marcha) e para trás na alavanca. Ao lado esquerdo o botão liga-desliga do motor e interruptor do freio de estacionamento eletromecânico. Freios, dianteiro a disco ventilado e traseiro, a disco.
Mais acima ficam os comandos do pisca-alerta, desembaçadores e distribuição do ar-condicionado, além de um nicho para celular e documentos.No canto inferior direito do painel, a tampa do porta-luvas com fecho de movimento horizontal.
Como nem tudo é perfeito, o maior suve da marca — pelo menos até a chegada da versão 8, prevista para lançamento este ano —-, utiliza o mesmo motor turbo flex 1,5-l de quatro cilindros e 16 válvulas com bloco e cabeçote de alumínio, exatamente o mesmo que equipa os irmãos Arrizo e 5X. Apesar das soluções atuais como duplo comando de válvulas com variador de fase no de admissão e das quatro válvulas por cilindro, os 150 cv conseguidos a 5.500 rpm (com álcool; 147 cv com gasolina à mesma rotação), não garantem desempenho tão impressionante quanto o provocado pelo estilo da carroceria ou pelo acabamento interno.
O torque máximo de 21,4 m·kgf (álcool ou gasolina, indiferente) é produzido de 1.750 a 4.000 rpm, ameniza a ausência de uma cavalaria mais emocionante. Curioso destacar que o sistema de injeção eletrônica foi desenvolvido por engenheiros da Bosch brasileira, mas é fabricado na China, óbvia consequência de custos e logística.
Dados extraoficiais indicam velocidade máxima de 180 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 11,5 s. O consumo é característico deste tipo de veículo: 9,7/6,6 km/l na cidade e 10,9/7,6 km/l na estrada. O câmbio é automático de dupla embreagem a seco e seis marchas.
A v/1000 em sexta é de 46 km/h, portanto a 120 km/h de velocidade verdadeira o motor está girando a 2.600 rpm, rotação confortável para a estrada. Rodando, basta um trecho de subida para se notar a bem-vinda lógica do câmbio em não passar para marcha superior, deixando o motor em rotação mais alta do que se espera, mas que pode desagradar a alguns.
O Tiggo 7 chega imediatamente às concessionárias Caoa Chery nas duas versões nas cores preto, prata e cinza (metálicas), além do branco perolizado. A fabricante oferece três anos de garantia para o veículo e cinco anos para motor e câmbio.
WG
FICHA TÉCNICA CHERY TIGGO 7 | |
MOTOR | |
Tipo | 4-cil. em linha, transversal, bloco de ferro fundido, cabeçote de alumínio, duplo comando de válvulas com variador de fase na admissão, 4 válvulas por cilindro, turbocompressor com interresfriador, injeção no duto, flex |
Diâmetro x curso (mm) | 77.4 x 79,52 |
Cilindrada (cm³) | 1.496 |
Taxa de compressão (:1) | 9,5 |
Potência máxima (cv/rpm, G/A) | 147/150/5.500 |
Torque máximo (m·kgf/rpm, G/A) | 21,4/21,4/1.750 a 4.000 |
TRANSMISSÃO | |
Tipo | Transeixo dianteiro com câmbio robotizado dupla-embreagem a seco de 6 marchas, tração dianteira |
Relações das marchas (:1) | 1ª – 4,214; 2ª 2,238; 3ª 1,302; 4ª 1,021; 5ª 0,907; 6ª 0,702; Ré 3,487 |
Relaçãões de diferencial (:1) | 1. 4,158 (1ª, 2ª, 5ª, 6ª) 2.. 4,647 (3ª, 4ª, ré) |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, McPherson, braço triangular, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra antirrolagem |
Traseira | Independente multibraço, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra antirrolagem |
DIREÇÃO | Pinhão e cremalheira, eletroassistida indexada à velocidade |
FREIOS | |
Tipo | Hidráulico servoassistido a vácuo, duplo circuito em diagonal, ABS (obrigatório), distribuição eletrônica das forças de frenagem |
Dianteiros | Disco ventilado |
Traseiro | Disco |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | Liga de alumínio, 6,5Jx17 (T) ou 7,5Jx18 (TXS) |
Pneus | 225/65R17 (T), 225/60R18 (TXS) |
CONSTRUÇÃO | Monobloco em aço. suve, 4 portas, 5 lugares |
DIMENSÕES (mm) | |
Comprimento | 4.505 |
Largura | 1.837 |
Altura | 1.670 |
Distância mínima do solo | 160 |
Distância entre-eixos | 2.670 |
Bitola dianteira/traseira | 1.550/1.550 |
Balanço dianteiro/traseiro | 888/912 |
PESOS E CAPACIDADES | |
Peso em ordem de marcha (kg) | n.d. |
Tanque de combustível (L) | 57 |
Porta-malas (SAE/VDA, L)) | 414/1.100 |
DESEMPENHO | |
Aceleração 0-100 km/h (s, G/A) | n.d./11,5 |
Velocidade máxima (km/h, G;A) | 180/180 |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
V/1000 em 6ª marcha (km/h) | 46 |
Rotação a 120 km/h em 6ª (rpm) | 2.600 |
EQUIPAMENTOS TIGGO 7 | ||
T | TXS | |
Acabamento das portas em couro | • | • |
Acabamento do teto em tecido | • | • |
Ajuste de altura do volante de direção | • | • |
Alças de segurança dianteira (LD) e traseiras | • | • |
Ar-condicionado digital bizona | – | • |
Ar-condicionado | • | – |
Câmera de ré com guias dinâmicas de direção | • | • |
Câmera de visão 360° | – | • |
Central de infotenimento tátil de 9″, Bluetooth, navegador com mapa 3Dcom espelhamento Android e Apple CarPlay, controle do ar-condicionado e configuração de funções do veículo | • | • |
Computador de bordo | • | • |
Console central dianteiro | • | • |
Console central traseiro com porta-copos | – | • |
Console de teto com porta-óculos | – | • |
Controle automático de velocidade de cruzeiro | • | • |
Controle elétrico de vidros com função antiesmagamento um-toque (abertura e fechamento) | • | • |
Direção eletroassistida | • | • |
Partida por botão com chave presencial | • | • |
Pomo da alavanca seletora de câmbio em couro | – | • |
Saída de climatização para o bancos traseiro | • | • |
Velocímetro digital | • | • |