Há exatamente seis anos, no inverno de 2013, precisávamos de um carro que fosse confiável, econômico, disposto, e que tivesse ar quente para os dias frios de Curitiba, pois a tarefa era levar a esposa ao trabalho todos dias e mais algumas tarefas.Isso totalizava aproximadamente uns 60 quilômetros diários, boa parte utilizando estrada, uma porcentagem menor na cidade.
Conversando com minha esposa, ela me sugeriu o Renault Clio, pois achava o carro interessante pelo valor dos modelos seminovos da época já com a desvalorização. Confesso que tive um pouco de preconceito no início, mas atendi a sugestão dela. Saímos a procura do Clio, e encontramos em uma concessionária alguns modelos.Lembro-me que tinha um bem pouco rodado, porém não tão conservado, outro com 29 mil quilômetros, preço atraente,mas entramos nele, olhamos, e o carro não nos passou confiança. Estava bonito, mas pneus carecas, estofamento com cara de velho — sabe quando o “santo” não bate?
Desistimos dele, porém o consultor nos disse, “Olha, temos um lá no final do corredor, porém é o que esta mais ‘rodadinho’, se isso não lhe importar…” Fomos olhar aquele outro Clio. Tinha alguns sinais na superfície da pintura, marcas de pano, os pneus estavam bons, nos animamos em examiná-lo. Quando entramos sentimos aquele cheirinho de carro novo, extremamente bem cuidado. Nos entreolhamos empolgados, com aquele ar de “é esse”. O carro estava com 46 mil quilômetros rodados, mas muito bem cuidado, tirando as marcas de pano na pintura, provavelmente o antigo dono tinha o hábito de limpá-lo a seco com um pano, que uma cera posteriormente resolveria.
Andamos no carro e adoramos, não se importando com a quilometragem mais alta, acabamos comprando aquele Clio preto, ano 2011, modelo Campus, duas portas, básico. Que “carrinho” esperto! O motor era o D4D 1-litro e 16 válvulas, ele casava perfeitamente com Clio que segundo o manual do proprietário pesava apenas 860 kg em ordem de marcha.
Motor que gostava de girar, nunca senti falta de potência. Como nunca tive medo de rotação, adorava chegar até o corte com ele com sua terceira marcha a aproximadamente 98 km/h pelo velocímetro a 6000 rpm. Era manso até 2.000 rpm, depois ia crescendo e, quando atingia seu pico de torque a 4.250 rpm, dava aquela ‘estilingada’ até 6.000 rpm. Na estrada ele ia super bem, fazendo- me esquecer que estava de 1-litro. Destaque também para sua suspensão superequilibrada e forte, e seu interior apesar de simples, agradável!
Ficamos três anos com ele, nunca nos deixou na mão. Vendemo-lo com 128 mil quilômetros rodados, firme e forte. Sempre lembro com saudade daquele guerreiro e penso, se tivesse ligado para a quilometragem mais alta, e não me atentado para outras qualidades de conservação do carro, talvez não tivéssemos tido essa experiência tão positiva com o Clio.
Rodrigo Canozi
Piraquara – PR