O mês de julho teve 23 dias úteis, o que ajudou as vendas voltarem a um patamar de 230 mil. Nos últimos 12 meses esse número se repetiu apenas três vezes e isso pode ser um indicador de que a recuperação vem exibindo limites em seu fôlego. Por outro lado tivemos leve reação no varejo, que atingiu 60% do total de automóveis. Sob a ótica das vendas diárias, ficamos com 10.124 licenciamentos/dia de leves.
Na reunião com os cadernos econômicos e imprensa especializada, no último dia 6, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, manteve o tom otimista, apontou as reformas reestruturantes sendo promovidas pelo novo governo, a aprovação da reforma da previdência, que se confirmou alguns dias depois. Há sim expectativas positivas de na macroeconomia, risco país em queda, inflação abaixo do teto e índices de confiança retornando aos níveis de 2013. O PIB do segundo trimestre reverteu a tendência de queda e houve também dados positivos de contratações. As turbulências que o mundo vem enfrentando neste mês pouco ou nada devem afetar o ânimo dos consumidores.
Nas vendas por região, o sudeste seguiu puxando o ritmo de crescimento, +16,9% (sete meses acumulados dos dois anos comparados), enquanto o Sul (+1,3%) e Centro-Oeste (+4,1%) seguem com freio de mão puxado.
Na tabela acima vemos que os números do varejo exibem leve reação, porém somente a Fiat e Renault exibiram crescimento acima do mercado; quem vem puxando mesmo ainda segue sendo as vendas diretas e PcD.
Passados os primeiros seis meses, a Anfavea tomou a decisão de manter as projeções do início do ano inalteradas. Para veículos leves, estima um total de licenciamentos de 2.755.000 unidades, mas este escriba fez as contas e viu que nos 104 dias úteis que teremos até fim de dezembro, as vendas diárias deveriam saltar das atuais 10.500 para acima de 12.000. Tenho dúvidas que seríamos capazes de atingir esse salto, dadas as condições atuais, pois não temos mais novas boas notícias que estimulem os compradores a ir às lojas. Pode ser terminemos 2019 com cerca de 50.000 a 100.000 unidades a menos. A ver.
RANKING DO MÊS E DOS PRIMEIROS SETE MESES
Num mercado que se expandiu 10,9% em sete meses, a Citroën saltou 41%, Jeep cresceu 24%, Fiat e Renault +17%, Chevrolet +16% e Toyota +15%. Em julho a Toyota figurou em 4º lugar nas vendas, seguida da Hyundai, Renault e Ford. Jeep novamente vendeu mais que Honda no mês.
O Onix seguiu vendendo mais que a soma do 2º e 3º lugares, com 20.071 emplacamentos e uma expansão de 29% nos primeiros sete meses do ano (136.974 unidades). Difícil prever expansão ainda maior que essa com a chegada do novo modelo, mesmo porque o HB20 renovado vem praticamente junto.
Nos suves compactos o T-Cross já ultrapassou Captur e EcoSport e segue sua trilha de crescimento. Curioso foi notar a participação da motorização 1,4-L, exclusiva da versão Highline (topo), bem superior às expectativas da VW.
Nos comerciais leves a veterana Strada vendeu 7.021 unidades, em mais um mês forte de vendas, no ano emplacou 43.331 unidades, 13% a mais que mesmo período de 2018, num segmento que se expandiu 9%. Toro veio em segundo e Hilux em 3º, com 3.855 unidades e 15% de crescimento no ano, fôlego invejável para a veterana da Toyota.
Neste semestre três lançamentos prometem balançar o setor, o novo Onix, novo HB20 e novo Corolla. Na esperança de que a indústria retome a patamares de vendas e crescimento, que puxe o crescimento econômico de nossa indústria de transformação.
Até mês que vem!
MAS