Chegou à Bolívia, à 1h40 da madrugada (horário local) de sexta feira, 23 de agosto, o Boeing 747-400 “Supertanker”, a maior aeronave de combate a incêndios florestais, capaz de transportar cerca de 72.600 litros (19.200 galões americanos) de água ou retardante de fogo.
A medida foi tomada pelo governo da Bolívia visando conter o incêndio florestal que já consumiu cerca de 500 mil hectares (1 hectare = 10 mil metros quadrados) junto à fronteira com o Paraguai.
Normalmente o combate a incêndio com aeronaves é um trabalho que se dá em conjunto com equipes de solo. As aeronaves despejam o retardante de fogo em uma região próxima ao incêndio, com o objetivo de fazer uma espécie de “aceiro” visando conter a expansão do fogo, embora o emprego de água para derramamento direto sobre as chamas também seja outra estratégia empregada.
O emprego de aviões e helicópteros no combate a incêndios florestais é uma prática que remonta da década de 1950, com o reaproveitamento de bombardeiros e aeronaves de transporte obsoletos e/ou de operação comercial antieconômica.
Atualmente, jatos comerciais como Boeings 737, 747, BAe 146 (Avro RJ), Douglas DC-10 e alguns MD-87, retirados de operação regular, estão sendo convertidos para a função de avião-bombeiro, com diversas unidades atuando na linha de frente.
No Brasil, a prática de combate a incêndios com aeronaves ainda é recente e ocorre com o emprego de aeronaves agrícolas adaptadas para tal função. O uso e a conversão de jatos comerciais obsoletos nunca sequer foi cogitado, o que levou a aeronaves ainda em condições de voo quando encostadas, oriundas das extintas Varig, Vasp e uma série de companhias aéreas de carga a perecerem em aeroportos e vendidas como sucataa.
Isso sem falar nos Boeings 767-200 da extinta Transbrasil, aeronaves que na época do encerramento das operações da empresa ainda apresentavam bom valor comercial (poderiam ser aproveitadas até pela Força Aérea, que recentemente arrendou uma unidade do modelo) e que terminaram os seus dias
DA
Nota do autor:
O presidente da República Jair Bolsonaro assinou o Decreto que autoriza as operações GLO (Garantia da Lei e da Ordem), com o emprego das Forças Armadas no combate aos incêndios florestais nas áreas de conservação, terras indígenas e regiões fronteiriças.
Para o combate a incêndios, dois Lockheed C-130 Hércules foram destacados para essa missão, podendo transportar até 12 mil litros de água e/ou agentes químicos. Além dos Hércules, helicópteros Super Puma estão sendo empregados para o lançamento de líquidos em focos de incêndio localizados.