Coluna 3214 6.agosto.2014 rnasser@autoentusiastas.com.br
Coreana SsangYong remodelou o utilitário esportivo Korando focando nos sentidos do consumidor. Atacou o visual alterando frente — faróis agora com luzes por LEDs, traseira, painel. E, parte das sensações físicas, o interior, com ar-condicionado digital.
Mantém dois atrativos maiores: harmônico conjunto mecânico, liderado por motor Diesel, e preço, competindo com similares com motor a gasálcool. Motorização Diesel, 4 cilindros, 2,0, 16 válvulas, turbo, produzindo 175 cv de potência, transmitida às rodas por caixa de seis marchas, automática. Dispõe de tração nas 4 rodas on demand. Significa dispensar o motorista do comando, processando eletronicamente a necessidade da tração, distribuindo-a entre os eixos. Não há marcha reduzida. A mudança de marchas pode ser por manetes sob o volante.
Preços atrativos para proposta e configuração. R$ 110.900 para a versão de entrada e R$ 124.900 para a Executiva, de topo, diferenciada por teto lunar, estofamento em couro, banco com ajuste elétrico.
O Korando é o produto mais vendido da coreana linha SsangYong, empresa agora controlada pelo poderoso grupo indiano Tata.
As expectativas de comercialização as melhores na opinião de Avelino Jr, sócio do grupo Naju, com lojas em Brasília, DF, Vitória, ES, e Cuiabá, MS, são de 300 unidades mercado Brasil/mês. Em Brasília, praça onde a relação entre população e vendas de utilitários esportivos é a maior do país, a expectativa é de incrementar a participação. O executivo entende, a chegada do novo Korando e do Rexton W, utilitário esporte de porte maior, ausente do portfólio de produtos por dois anos, representem crescimento de vendas, exceção na previsão de queda do mercado doméstico para veículos importados em 2014.
Novidades no Novo, de novo, Uno
Depois do criativo trabalho de criação do Novo Uno em 2010, a Fiat implementa seu cavalo de batalha, seu produto mais vendido: pequenas alterações externas para apenas identificar a modelia. Dentro, alteração total em painel, comandos, revestimentos.
Entretanto, maior implemento foi dado ao grupamento de segurança e conforto, com equipamentos de série para as versões 1,4 e possíveis opções para as movidas por motor 1,0.
No incremento estão a pioneira oferta no segmento para a capacidade de ligar sem introdução da chave, e o sistema start-stop – desliga após 5 segundos quando parado e liga com o pressionar do acelerador para sair. Outro item de relevo será o ESC, o sistema eletrônico de estabilidade. Como conforto, em especial nas cidades com trânsito do pára-e-anda, maior evidência é o sistema Dualogic, automatizador do câmbio, com prometido acionamento por manetes.
A Fiat quer chamar atenções e valora a apresentação. Será em Buenos Aires na primeira semana de setembro, com vendas imediatas.
Enfim, o Novo Ka
A Ford encerrou a Operação Biquíni, aplicada ao lançamento do sucessor do Ka. Iniciativa, como a peça de vestuário, em múltiplos eventos mostrou partes, suprimiu o essencial. Agora foi a fundo, mostrou tudo.
Na monoplataforma base para Fiestas e EcoSport, tem o charme visual da boa equipe de design da Ford Brasil, auxiliado pela grade inspirada na então associada Aston Martin, novo motor 1-l de três cilindros e 85 cv, pacote de atrativos eletrônicos pelo Sync, incluindo serviço como ligar automaticamente para 192 Samu em caso de corte súbito na linha de alimentação de combustível ou deflagrar bolsas de ar, indicativos de acidente. Porém difícil imaginar o crítico sistema brasileiro de saúde receba o sinal, disparando ambulância equipada ao socorro.
O motor de três cilindros é via para economia e redução de consumo, no Brasil aberta pelo VW up!, mais moderno, com o bloco em liga leve em lugar do ferro aplicado pela Ford.
Versão simples, R$ 36.000 (Coluna fechada à véspera da apresentação oficial e valor vem de boa fonte). Preços assustam revendedores: altos, dão elevados lucros unitários apenas à Ford, e inibem vendas. Ford fez assim durante a Autolatina, deu lucros — e despencou na participação de mercado a 9% sem volta.
GM e revendedores suspeitos de cartel
Fabricante e distribuidores HMD — agora Dutra Veículos — e Itororó Brás, pagarão R$ 38,5 milhões para suspender as investigações sobre a venda de 200 ambulâncias ao estado de São Paulo-SUS em 2005.
No acordo assinaram Termo de Compromisso de Cessação, detendo o curso do processo, através da promessa de não mais praticar o ilícito. No caso a General Motors pagará R$ 33 milhões, e seus concessionários deverão recolher respectivos R$ 450 mil e R$ 2,4 milhões sob o rótulo legal de Contribuição Pecuniária.
O valor é educativo e punitivo, representando 4,5 vezes o valor do contrato do suposto cartel. Pelo TCC as empresas se comprometem a encerrar as práticas investigadas. Melhor pagar antes da condenação, cujo atestado é um inibidor de negócios com o governo.
RODA-A-RODA
Foco – Executivo brasileiro da Volkswagen, chamado a conversar com o todo-poderoso Ferdinand Pïëch, herdeiro da família Porsche, controladora do negócio e ex-presidente executivo e do Conselho, instigado, deu a receita para a marca expandir o sucesso em vendas no Mercosul aos demais países do continente.
Bússola – Foco e ânimo de conquista. Deve acontecer. Volkswagen tem ótimas operações no Brasil e na Argentina, mas é apenas mais uma no restante da América do Sul. A marca disputa a liderança mundial com Toyota e novos mercados são básicos ao êxito.
De novo? – No vai e vem de projetos para voltar ao Brasil com produto feito aqui, nova versão. Na fábrica de Goiana, PE, apertando os últimos parafusos para funcionar, voltou a teoria de linha de montagem para produto maior que os baseados na plataforma Fiat 500L, um deles o Jeep Renegade.
Médio – Em tal espaço, plataforma geraria três produtos: Dodge Dart, Fiat Viaggio e um Alfa. A Coluna publicou isto há dois anos.
Futuro – Pode ser hajam mudanças na operação da Bramotor, montadora da marca Mahindra em Manaus. Ex-nacional, foi adquirida pelo grupo chileno Gildemeister, com ativa operação de distribuição na América do Sul.
Onde? – Interessados em dinamizar a reduzida produção, tem contatado o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A logística de muitos passos para abastecer a Zona Franca de insumos, e tirar os produtos para distribuição, fez desistir as montadoras de automóveis lá instaladas. Pelo visto, para aumentar produção a Bramont procura outra praça.
Preciosismo – Nem sempre as múltiplas circulares das fábricas de automóveis
aos seus concessionários são sobre temas comerciais ou manutenção de produtos. Recente, pela Lotus, inglesa de origem, curiosa recomendação: nas referências em plural, usar simplesmente Lotus, nada de Lotuses ou, como cometiam alguns revendedores, o plural latino Loti.
Freio e rédea – Encerrado o seminário Perspectivas, pela atuante Automotive Business, em meio às mais opostas declarações entre otimismo e pessimismo quanto ao mercado de automóveis 2014, ponto é claro: todos os fabricantes contêm custos. Mais importante garantir rentabilidade que aumentar vendas.
Simpósio – Da SAE em Belo Horizonte, MG, dia 21. Tema interessante: A inovação guiada pelo Design, com palestras e exemplos práticos.
Salão – Em sua 28ª. edição, 30.outubro a 9.novembro, Salão do Automóvel manterá a tradição das mazelas. Para a imprensa o ônus da sempiterna disputa entre fabricantes e importadoras para as entrevistas no primeiro dia. Um salve-se quem puder sobrepondo duas dezenas de eventos.
Disputa – Fabricantes ganharam a batalha pela imprensa superficial, como as TVs que esgotam o assunto em segundos. Dia seguinte, fica quem é do ramo. Sérgio Habib, da JAC, ainda não fabricante, importador, fará a seu modo: plantão no estande, disponível no horário de funcionamento.
Momento – As revistas Evo, sobre automóveis de performance, e Octane, encerraram edição na Argentina. Pablo Pérez Companc, piloto — filho do homem mais rico do país, encerrou a iniciativa, devolveu pagamento de assinaturas.
Bala – Exemplo de paixão dos Companc por esportivos é a rica frota doméstica e o circuito próprio para usufruí-los. Não será questão de caixa, mas de negócio não lucrativo, sem lugar em agenda de empresário bem-sucedido.
TAP – Português Miguel Pais do Amaral informou a seu governo disposição em adquirir a estatal de aviação TAP. Promete manter o bom projeto operacional e abrir o capital. Disputa com Frank Lorenzo, ex-dono da Continental Airlines. TAP é conduzida pelo brasileiro Fernando Pinto. Demitido da Varig, foi lá, salvou-a.
Mercado – Ocasião para comprar jipe Troller T4 antigo e Fiat Novo Uno. Um terá novo modelo à venda em princípio de agosto. Outro, meio próximo mês.
Finor – Bugatti, marca assinaladora da finesse construtiva e esportividade marcante, agora VW, entra em outro campo: moda. Criou duas coleções, uma lembra o elegante Ettore Bugatti, fundador e Le Patron. Outra, Extreme Performance, o vencedor Tipo 35.
Força – Heliar, marca de baterias para automóveis fabricadas pela Johnson Controls, reuniu mais de 200 convidados em torno de seu distribuidor em Vitória, ES, a Distbat. Faz parte do negócio ouvir as pontas do processo, distribuidores e consumidores.
Exemplos – Jaqueta em couro, smoking em veludo azul escuro, sobretudo com gola em mink, e sacola, feitos na Itália com materiais distinguidos, na filosofia do mítico Ettore: Arte, Forma, Técnica. Setembro.
Passado – Inspiração no elefante dançando, escultura de Rembrandt, irmão de Ettore para o superior Royale; no Azul Bugatti; no radiador em forma de ferradura, presentes na sacola de mão.
Se ligue – Preços não divulgados, mas vá poupando. Deve custar tanto quanto a temporada de férias para usá-la em programa de charme, tipo mar de Providenciales, no arquipélago de Turks & Caicos, Caribe.
Gente – Ivan Segal, francês, ex diretor-geral da Citroën no Brasil, e da PSA para a América Latina, mudança. OOOO Deixou os franceses para convívio com os alemães. Novo diretor de vendas da VW no Brasil. OOOO Ronaldo Znidarsis, ex-GM por 28 anos, também. OOOO Diretor para desenvolvimento da rede de concessionários. OOOO Ambos se reportam a Ralf Berkhan, recente vice-presidente de Vendas e Marketing. OOOO Mudança grande, time afinado, e vantagem do chefe ter ares de latinidade e falar portunhol. OOOO Diretor de fabricante sem falar ou ler a língua do país, se aliena e sai-se mal no serviço. OOOO
RN
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