Como havia lhes prometido, volto a falar de falha imperdoável dos planejadores urbanos, em proteger nas áreas urbanas o seu legitimo dono, como muito bem dizem os urbanistas alemães, o pedestre.
Ainda, como prometido, fui ler o que diz o artigo “Man Forgoten City”, da revista Fórum, do The Architectural Fórum, em sua edição especial, publicada em janeiro de 1968, exatamente no ano em que eu completaria 365 dias de sucessos na direção do Detran-GB.
O idealista desconhecido, recém-saído do serviço ativo na Marinha do Brasil, no posto de Capitão de Fragata, começaria a impor respeito e até a merecer o título de “O científico”, alcunha inventada pelo jornalista, de grande prestigio Ibrahim Sued,
Se merecia, não sei, mas procurava tirar do atraso as providências e equipamentos de trânsito, alguns, totalmente obsoletos.
Trouxemos, por exemplo, a tinta de sinalização horizontal refletorizada por microesferas de vidro, aplicada por maquinaria especial e sob controle de computador.
Os cones de borracha, inéditos por aqui e mui justamente apelidados pelo policiamento de tráfego de “chapéu de bruxo”.
A criação e instalação de bloquetes de concreto, de meio metro de comprimento, a fim de provisoriamente, orientar as correntes de trafego, em grandes áreas lvres, no meio da malha viária.Também este artifício mereceu do policiamento o apelido de: “caixão de anjinho”.
Não é este espaço,local para tecer louvas a mim mesmo, mas apenas uma introdução para lhes confessar que sempre pensei GRANDE.
Por causa deste meu jeito sofri ataques e calúnias, mas, os “cães ladraram e a caravana passou” e, passou subindo até onde o habitante do Estado da Guanabara merecia.
Agora, nunca deixo de repetir, sinto-me feliz em lhes transmitir o que aprendi no decorrer de mais de meio século.
.Não desejo polemizar, com ninguém, alertado pelo provérbio indiano da impossibilidade de se convencer quem está na meia ciência.
Felizmente, meu amigo Bob Sharp educadamente responde por mim, quando necessário.
Pois por pensar GRANDE que desta vez me dei mal. Os comentários da revista Forum destacam o noticiário da época quanto à melhoria da mobilidade, da facilidade de estacionar, da redução da poluição do ar, enfim, todas as melhorias, citando as cidades que as tiveram mas, reclamando e condenando o ESQUECIMENTO DO PEDESTRE, daí o título da matéria em foco.
Também os livros básicos: “Traffic Engineeering Hand Book”, do Instituto dos Engenheiros de Tráfego dos EUA, e “Environimental Management”, de Jim Antoniov, esgotam o assunto da segurança urbana para os pedestres.
Ao tomar conhecimento destes detalhes, considerei perda de tempo tentar noticiar os avanços dos mestres alemães na sua Berlim reconstruída de maneira genial (trouxe de lá o seu plano urbanístico) já estão usando e abusando da recomendação do mestre inglês Collin Buchanan, quando recomenda em seu livro “Traffic in towns”, nas reurbanizações colocar o pedestre em nível diferente do tráfego de veículos, acima ou abaixo das vias de circulação.
Tive o privilégio de quando por lá andei aprendendo o que tento lhes transmitir, no seu centralíssimo setor urbano, com o pomposo e justo título EUROPA CENTER, verdadeira cidade só para pedestres, dando-se ao luxo de criar um estacionamento,no subsolo para 1.400 carros (exemplo na foto de abertura).
Supondo que os livros aqui citados façam parte do currículo do ensino superior de Engenharia de Tráfego, assim sendo nada tenho a adiantar para os inteligentes leitores do AE.
Aqui, no nosso Pindorama, ficaria muito feliz se cuidassem da qualidade do piso de nossas calçadas, até porque já tive uma fissura no osso rádio do braço esquerdo, vítima de queda fruto das irregularidades do piso de nossas calçadas,.verdadeiro “paraíso do ortopedistas”.
Todo país civilizado adotou os pisos de suas calçadas feitos de asfalto, com um teor elevado de chumbo em sua composição. Lá só temos que ter cuidado como os dejetos caninos, se bem que, graças a campanhas educativas, já diminuíram bastante.
Será muito fácil tornar obrigatório esta prática no nosso País, uma vez que é responsabilidade do proprietário do imóvel fronteiriço à calçada.
Pelo “Amor da Santa” eliminem as malditas calçadas de pedras portuguesas, outrora implantadas por canteiros portugueses, verdadeiros artistas, que lhes davam até inclinação para não criarem poças d’água.
Hoje é trabalho mal feito por operários improvisados, que as colocam encaixadas, fragilmente, em terra fofa. Além de tudo os autos estacionam sobre elas, sem a menor cerimônia, pelo menos aqui no Rio.
Seria de se esperar o que na qualidade dos seus pisos?
CF