A segunda etapa do Campeonato Mundial de F-1 será neste fim de semana no autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Imola. Por mais histórias e tradição que o local desperte, uma boa porção do imaginário da categoria estará focada no GP da Grã-Bretanha, marcado para o dia 21 de julho, em Silverstone. De acordo com Stefano Domenicali, atual executivo-chefe da F-1 (foto de abertura), a proposta tem vários pontos positivos, de acordo com suas declarações ao semanário alemão Auto Motor Sport, e por enquanto esbarra na compensação financeira que algumas equipes demandam. Os novos formatos de transmissão das corridas é outro componente na recuperação econômica da categoria.
Stefano Domenicali tem uma formação distinta em relação aos seus antecessores no cargo de chefão da F-1, Bernie Ecclestone e Chase Carey. O inglês sempre foi um visionário e apostador convicto; o americano é um típico executivo dos EUA, fomentador do show business. O italiano tem sua carreira baseada não só no automobilismo, mas também na indústria do automóvel e na Federação Internacional do Automóvel (FIA), o que lhe garante uma visão mais eficiente na hora de lidar com os executivos das marcas envolvidas na categoria e nos espinhos vividos pelos promotores de corridas. Suas justificativas para oficializar as corridas curtas classificação deixam isso claro: “Quando anunciamos a realização desse novo formato os organizadores escolhidos para essa experiência notaram que cresceu o interesse na compra de ingressos. Além disso, o novo evento no sábado, uma corrida de 100 km que definirá as posições de largada, vai gerar mais histórias e mais oportunidades para os patrocinadores.”
Ocorre que nem tudo está garantido ainda e o que ponto principal do entrave é a compensação financeira que as equipes buscam. Consequência do faturamento menor da temporada de 2020, a premiação e lucros repassados às equipes caiu cerca de 30% este ano. O limite de gastos anual na casa dos US$ 145 milhões acalmou diretores e administradores, mas não o suficiente: ainda que a corrida de 100 km tenha um percurso similar ao que os carros percorrem durante uma prova de classificação, as equipes levantam que o risco de acidentes em corrida coloca em risco o equilíbrio financeiro.
Além da novidade da Sprint Race (como as corridas curtas são chamadas no jargão da F-1) outra ferramenta que será usada para aumentar a popularidade da categoria é o modelo de transmissão de TV: nos países onde a categoria precisa ganhar popularidade, as TV abertas serão privilegiadas. Quando esse interesse estiver consolidado será a vez de explorar os pacotes de streaming vendidos pela própria F-1, que também se afasta das TVs pagas para aumentar seus lucros. Algo que se encaixa no panorama nacional, onde a Band investe para conquistar o espaço que a limitada grade da Globo criou e consolidou.
As Sprint Races estão programadas para três provas nesta temporada e inicialmente Brasil e Canadá seriam palcos dessa experiência junto com a Inglaterra, a única prova confirmada para a experiência até agora. Neste fim de semana a F-1 vive outra alteração rara: a prova de classificação normalmente disputada entre 13 e 14 horas do sábado, foi atrasada em uma hora de forma a permitir que a comunidade da F-1 possa assistir o funeral do Príncipe Philip, que tem início marcado para as 14 horas locais, 13 horas em Londres. Como consequência os horários de sexta feira serão reacomodados de acordo.
Foz do Iguaçu ganha pista de arrancada
A cidade de Foz do Iguaçu, PR vai ganhar uma pista de arrancada e um novo parque multiuso a ser construído na região de Três Lagoas, às margens da rodovia BR-277. A ordem de serviço para a primeira etapa das obras do Complexo Esportivo Multiuso foi assinada ontem (12/4) pelo prefeito Chico Brasileiro, que revelou as três fases da obra: na primeira será feita a terraplanagem do local e construção de muros de arrimo, alambrados e portões de acesso, na segunda serão construídas as instalações de serviços e uma quadra de areia e na última etapa a construção da pista, estacionamento e boxes. O valor total da obra é de aproximadamente R$ 3 milhões. Vale lembrar que o projeto foi homologado pelo prefeito em fevereiro de 2019.
WG
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