Cingapura recebe a F-1 neste fim de semana (Foto REUTERS/Pablo Sanchez)
Cidade-Estado que se destaca por centro comercial, financeiro e ponto de conexão para vôos entre o Ocidente e o Oriente, Cingapura ganhou importância no universo da F-1 por promover a primeira corrida noturna e ter sido palco do maior escândalo da categoria, ambos em 2008. Neste fim de semana o circo da categoria volta a se exibir no País incrustado no sul da península malaia, desta vez com Nico Rosberg e Lewis Hamilton prometendo um novo round em sua disputa particular pelo título da temporada.
Embora o GP de Cingapura só tenha iniciado sua história neste século, desde o final dos anos 1990 já se falava da possibilidade desta corrida. Paralelamente a essa negociação, naquela época um grupo de investidores malaios e cingapurianos investiu na construção do circuito de Zhuhai, na província de Guangzhou, uma área industrial chinesa com autonomia semelhante à Zona Franca de Manaus. A construção de um aeroporto internacional estimulou negociações para a prospecção de eventos internacionais, mas o assunto não foi adiante e o autódromo próximo à divisa com Hong Kong acabou destinado a provas regionais e um ou outro evento internacional.
Quando a corrida de Cingapura foi confirmada, o italiano Valerio Maioli ficou encarregado de desenvolver um sistema de iluminação que garantisse as condições ideais para a transmissão de TV, condição intrínseca para a realização da corrida durante a noite e dentro de um horário mais atraente para os espectadores ocidentais. O resultado foi melhor que o esperado e na onda do sucesso outros circuitos adotaram essa solução.
Menos mal que os fatos copiados ficaram por aí. Para manter Fernando Alonso na luta pelo título da temporada, o chefe da equipe Renault, Flavio Briatore, engendrou uma solução bizarra para a corrida inaugural: aliciou Nélson Piquet “Jr.” a bater no muro e provocar a entrada do Safety Car para facilitar a vitória do espanhol. A possibilidade de um resultado armado chegou a ser comentada no GP do Brasil que encerrou a temporada daquele ano, mas poucos levaram o assunto a sério. Somente em 2009, quando Nelsinho foi afastado da equipe francesa é que o assunto voltou à baila e, uma vez provado que o acidente foi premeditado, as carreiras do brasileiro e do italiano na F-1 chegaram ao fim.
Este ano o que pode chegar ao fim é sistema de comunicação entre piloto e box, seja por intermédio das clássicas placas de sinalização, seja pelo sistema de rádio. A FIA emitiu uma série de 50 frases — 19 proibidas e 31 autorizadas — para regulamentar o assunto, que será debatido pelas 11 equipes nesta quinta feira (18/9) numa reunião extraordinária em Cingapura. Em tempos de crise e queda de audiência, o encontro entre todos os concorrentes poderá ter conseqüências mais amplas: a saída de Luca di Montezemolo da Ferrari abriu espaço para se discutir a distribuição de prêmios e bônus, algo que atualmente favorece demasiado a Scuderia e prejudica sobremaneira equipes que poderão deixar de existir em breve.
O cronograma para o GP de Cingapura — sempre pelo horário de Brasília —, é o seguinte: sexta (19), 7h00, 1º treino livre e 10h30, 2º treino livre. Sábado: 7h00, 3º treino livre e 10h00, prova de classificação. Domingo: 9h00 Largada. O canal SporTV transmite os treinos até a metade da prova de classificação e a TV Globo o restante das atividades.
Congresso chinês
O recente congresso da Federação Internacional do Automóvel (FIA) realizado em Pequim ratificou o calendário provisório que foi entregue em caráter privado às equipes de F-1 por ocasião do GP da Itália, em Monza. Como é normal acontecer, a reunião dos cartolas apenas ratificou a relação das 20 etapas que vão definir a maioria das datas de campeonatos pelo mundo afora. A grande novidade da próxima temporada é a volta do GP do México; como era esperado, as chances de que Índia e Coréia do Sul voltassem a receber o circo foram remotas demais para concretizar prognósticos mega-otimistas que circularam no ano passado e que mencionavam a volta desses países ao calendário. Assim, os dois países viram o investimento em autódromos moderníssimos se transformarem em novos elefantes brancos.
Entre várias outras decisões anunciadas no encontro chinês vale comentar que o tema da emissão de superlicenças será alterado para a temporada de 2016. Com isso fica garantido, ou quase, que o holandês Max Verstappen deverá estrear na F-1 na próxima temporada e se tornar, aos 17 anos, o mais jovem piloto a disputar a categoria. Essa possibilidade extrapola a crise do sistema de aprendizado e aperfeiçoamento dos pilotos que, até então, precisavam disputar algumas temporadas em categorias de base e acesso para chegar à categoria máxima do automobilismo.
A FIA anunciou também que após dois anos de análise e estudos sobre o funcionamento de suas 138 entidades reconhecidas, vai instituir um programa de desenvolvimento para essas associações. As propostas focam o automobilismo de base e deverão chegar ser enviadas à entidade até 30 de setembro; as idéias escolhidas e aprovadas deverão ser anunciadas no próximo congresso, marcado para Doha, no Qatar, em 3 de dezembro. A Confederação Brasileira de Automobilismo não tornou pública até o momento nenhuma proposta para esse programa.
A relação das 20 etapas do Campeonato Mundial de F-1 é a seguinte:
15 de março – Austrália (Melbourne)
29 de março – Malásia (Sepang)
5 de abril – Bahrein (Sakhir)
19 de abril – China (Xangai)
10 de maio – Espanha (Barcelona)
24 de maio – Mônaco (Monte Carlo)
7 de junho – Canadá (Montreal)
21 de junho – Áustria (Spielberg)
5 de julho – Inglaterra (Silverstone)
19 de julho – Alemanha (Nürburgring)
26 de julho – Hungria (Budapeste)
23 de agosto – Bélgica (Spa-Francorchamps)
6 de setembro – Itália (Monza)
20 de setembro – Cingapura (Cingapura)
27 de setembro – Japão (Suzuka)
11 de outubro – Rússia (Sochi)
25 de outubro – Estados Unidos (Austin)
1º de novembro – México (Cidade do México)
15 de novembro – Brasil (Interlagos)
29 de novembro – Abu Dhabi (Yas Marina)
Dança das cadeiras na Stock Car
Já circulam com alguma intensidade as possíveis mudanças nas principais equipes da Stock Car brasileira para a temporada de 2015. Entre os nomes mais cotados para trocar de equipes estão os de Átila Abreu — que deixaria a equipe Mobil Super Racing para assumir o lugar de Popó Bueno na equipe Shell Racing — e Felipe Fraga, cotado para deixar a equipe de Mauro Vogel e substituir Denis Navarro na equipe Cimed. As equipes mencionadas não confirmaram as mudanças (a Shell Racing as teria, inclusive, desmentido), mas sabe-se que Navarro e seu companheiro Sérgio Jimenez têm contratos que terminam no final deste ano.
Átila Abreu pode sair da equipe atual e fazer dupla com Valdeno Brito (Foto Duda Bairros)
Denis Navarro tem contrato até o final do ano com a equipe Cimed (Foto Fábio Davini)
WG