O traçado de Suzuka privilegia a velocidade de ponta e o equilíbrio aerodinâmico dos carros, conseqüência das suas curvas de alta e média, em especial. A seqüência de “S” atrás do paddock e a curva 130R; esta última é percorrida por um carro de F-1 a 300 km/h ou mais, o que ilustra as forças que atuam sobre a suspensão, superfícies aerodinâmicas , motores e, principalmente, pneus. O alemão Sebastian Vettel — que detém o título mundial desde 2010 — não mede elogios ao traçado nipônico:
“Suzuka é um circuito fantástico, desafia o piloto em toda sua extensão, particularmente nos “S” de alta situados atrás do paddock.”
Tanto quanto o prazer de desafiar curvas de alta velocidade, Suzuka demanda a precisão típica de Mônaco: se no principado europeu é importante usar até o último milímetro de pista sem tocar os guard-rails, no país asiático errar uma das pernas do “S” atrás do paddock significa estragar, e muito, o tempo por volta. Como não há espaço para acelerar entre uma perna e outra, uma escapada mínima transforma-se num erro quase máximo.
Circuito remanescente da época de pistas tradicionais, o autódromo de Suzuka, situado ao sul de Tóquio, é um dos favoritos dos pilotos e do público. É nele que o Campeonato Mundial de F-1 prossegue neste final de semana com a disputa do GP do Japão, a décima-quinta etapa da temporada 2014, dominada pela equipe Mercedes-Benz. Pela classificação atual Lewis Hamilton lidera com 3 pontos de vantagem sobre Nico Rosberg, que tem 238. O terceiro colocado Daniel Ricciardo (181) aposta no desgaste cada vez maior entre ambos e no fato que a última etapa do ano (Abu Dhabi, 23 de novembro) terá pontuação dobrada para colocar água na cerveja alemã…
Um dos itens mais castigados nessa pista mantida pela Honda são os pneus: na corrida deste fim de semana serão disponibilizados os pneus com os dois compostos mais duros entre as opções disponibilizadas pelo fabricante.
Horários (hora oficial de Brasília):
2/10 – 22h00 /23h30 – Treino Livre 1
3/10 – 02h00/03h30 – Treino Livre 2
3/10 – 23h00/24h00 – Treino Livre 3
4/10 – 02h00 – Classificação
5/10 – 03h00 – Corrida
Honda apresenta seu motor de F-1
À medida que o campeonato de aproxima o fim, aumentam as especulações sobre pilotos trocando de equipe, equipes anunciando novos contratos e parcerias, tudo afetando o cenário de 2015. Até o momento a notícia mais impactante gerada esta semana é a divulgação da primeira imagem oficial do motor Honda que propulsionará os carros da McLaren no ano que vem. A estréia do motor está programada para os testes marcados para os testes de Abu Dhabi após a prova final da temporada, dia 23 de novembro.
Segundo Yasuhisa Arai, chefe de esportes a motor do fabricante japonês, a unidade de Milton Keynes (onde ficará baseada a operação européia) já está 100% operacional e testes de bancada estão sendo feitos no Japão:
“A fase de testes operacionais já está em andamento em nossa fábrica de Sakura (Tochigi, Japão), com o motor funcionando já acoplado ao turbocompressor e aos sistemas de recuperação de energia. É nessa fábrica de Tochigi, no Japão que o nosso departamento de desenvolvimento de carros de competição funciona desde o início do ano.“
A equipe de Woking, parceira na Honda em seu retorno à F-1, é mencionada também em duas outras possíveis negociações de impacto: a possível contratação de Fernando Alonso para substituir Jenson Button (mais provável) ou Kevin Magnussen e o retorno de Gerhard Berger, desta vez como supremo da operação de F-1. Quem conhece Ron Dennis e seu amor incondicional pela empresa que recuperou da beira da falência sabe o quão espetacular e improvável é que tal notícia tenha fundamento na forma descrita pela publicação alemã Autobild.
Ainda no terreno dos recursos humanos, o holandês Max Verstappen, o espanhol Roberto Merhi e o britânico Will Stevens terão sua primeira participação oficial em um GP ao substiuírem, respectivamente, Jean-Eric Vergne (Toro Rosso), Marcus Ericksson (Caterham) e Max Chilton (Marussia). Se a presença do holandês é o reflexo do trabalho de garimpo do grupo Red Bull, as demais mostram a penúria que atravessam; a Caterham sofreu inclusive a apreensão de bens em sua sede em Leafield após uma visita das autoridades fiscais britânicas. A equipe sofre uma ação movida por um grupo de 40 funcionários que alegam terem sido demitidos sem o cumprimento das obrigações legais.
Verstappen, aos 17 anos, torna-se o mais jovem piloto a participar oficialmente de um GP de F-1. Com relação a Stevens, a troca ainda dependia de acertos finais, numa repetição do que já aconteceu há algumas corridas; este tipo de anúncio leva a crer que a relação econômica entre Chilton e a equipe estão longe de ser as mais tranqüilas.
WG