Os caminhões são uma das bases do transporte brasileiro. Sem dúvida nenhuma eles são os responsáveis pelo escoamento de grande parte das riquezas nacionais. Dessa forma o universo dos veículos pesados também tem seus próprios clássicos em modelos que se tornaram imortais com o passar dos anos.
Mas já que gostamos de história vale lembrar que Scania é uma região da Suécia originalmente. No passado, por volta do século XVII, ela ainda pertencia à vizinha Dinamarca, sendo anexada posteriormente. Muita gente acabou se interessando mais pela cultura nórdica por conta de seriados como Vikings e até mesmo jogos de videogame sobre o tema.
Muito tempo se passou até que a marca de caminhões tenha sido fundada. O ano de 1911 marcou essa chegada. Ela surgiu da união de duas empresas que fabricavam, dentre outras coisas, automóveis. Com o passar dos anos a sua especialidade se tornou a produção de veículos comerciais com grande êxito.
Durante vários anos os caminhões traziam a marca Scania-Valbis que logo se tornou apenas Scania. Algo curioso é que em 1999 a Volvo tentou adquirir metade de sua rival, algo que foi proibido pela União Europeia por conta da monopolização do mercado de caminhões nos países nórdicos.
Voltando um pouco no tempo na década de 50 chegava a hora da expansão e o Brasil foi o primeiro país a ter uma fábrica da marca fora da Suécia, em 1957. Sem dúvida nenhuma eles analisaram o cenário na época com menos estradas porém muitos desafios e terrenos difíceis. E também o fato de que uma de suas grandes rivais, a Mercedes-Benz, já havia se estabelecido por aqui um ano antes.
Um ano após sua chegada foi lançado o primeiro fruto desse desenvolvimento. O modelo L78 acabou se tornando uma referência em conforto para a vida difícil dos caminhoneiros da época. Cinco anos mais tarde eles introduziram a direção hidráulica, uma comodidade que facilitou a vida na estrada. Novos produtos, incluindo ônibus, foram lançados na sequência.
O Scania 111 é um deles. Lançado em 1976 logo provou sua confiabilidade, durabilidade e também o fato de ser apto para o trabalho pesado. O desenho da cabine rendeu um apelido que se tornou uma maneira carinhosa de se referir a ele: o jacaré.
Rodando pelas estradas de norte a sul não é difícil ver um deles ainda no trabalho diário. Os caminhões, um pouco diferente dos carros, acabam tendo uma vida útil maior, especialmente após passarem por retificas e reformas ao longo dos anos. É uma característica própria dos pesados, especialmente aqui no Brasil.
Mas alguns desses exemplares também têm uma aposentadoria cheia de estilo. É o caso desse exemplar que passou pelas mãos do pessoal da Apogeu Motors, em Itu. O projeto modificou toda a parte traseira do cavalo mecânico, que agora desfila pelas ruas e estradas, bem longe do trabalho pesado.
Na matéria mostramos em detalhes as modificações que foram feitas. Um dos destaques e a caçamba com piso de madeira e toda a estrutura em aço. As caixas de roda também formam um conjunto interessante. Além disso destaque para as rodas cromadas e a suspensão a ar. O interior foi todo personalizado com destaque para a utilização de couro nos bancos e também no teto.
Rodando o Jacaré monopoliza todos os olhares pela estrada. Sob o capô o motor permanece original com 6 cilindros em linha, 11 litros, turbo e 296 cv, mais do que suficientes para passeios tranquilos de final de semana. Afinal, agora ele também não carrega mais peso.
Uma característica interessante desse projeto é que ele também recebeu uma suspensão pneumática, a qual me referi há pouco. Dessa forma a rodagem está mais estilosa. A reação dos caminhoneiros é bastante curiosa, com buzinadas e acenos de mão. Realmente ver uma picape como essa causa um certo efeito nas pessoas.
Algumas modificações ainda serão feitas, entre elas a troca do câmbio de 10 marchas, com cinco normais e cinco reduzidas, por uma caixa convencional. Isso tornará a dirigibilidade mais confortável e também vai se adequar à proposta atual. Em breve trarei mais projetos diferentes e outras histórias com veículos pesados.
GDB