O híbrido recarregável Chevrolet Volt 2016, reprojetado, será mais rápido, mais leve e menos gastador que o anterior. Provavelmente carregará menos bagagem também.
Desenvolvido às pressas num dos dias mais escuros da General Motors, o Volt foi lançando em 2010 com um conjunto propulsor complexo, por um preço elevado e com o peso de uma marca manchada. Havia também o peso político. Críticos da ajuda e subsídios do governo para carros elétricos deixaram o Volt com a pecha de um caro projeto científico e um símbolo dos devaneios estratégicos da GM que a levaram à falência. “Foi como um raio”, lembra o analista da AutoPacific Inc., Dan Sullivan.
Havia também a carga que a GM se deu no Volt ao estabelecer objetivos de venda inflacionados. O então chefe Dan Akerson previu que a GM venderia 45.000 Volts em 2012, mas foi metade disso, muitos considerando o carro como um fracasso.
Agora a GM está usando o reprojeto com uma oportunidade de não só otimizar a tecnologia de híbrido recarregável da qual foi pioneira quatro anos atrás, mas também de relançar o carro num clima menos hostil.
A julgar pelos detalhes do sistema de propulsão do Volt de nova geração, revelados num encontro com a imprensa semana passada, a GM que tirar proveito máximo dessa oportunidade. Nenhuma peça desse sistema passará para o novo, e a bateria também é praticamente nova.
“Tivemos uma oportunidade inacreditável. Partir do zero, saber o que os consumidores adoram, o que querem e fazer o melhor possível”, disse Larry Nitz, diretor executivo da equipe de eletrificação da GM Powetrain.
Executivos da GM disseram que o próximo Volt terá maior autonomia com a carga da bateria do que a atual estimada de 60 quilômetros, embora não tivessem dito quanto. Mais detalhes, só no Salão de Detroit em janeiro, para início de vendas no segundo semestre de 2015.
Todavia, autonomia não é o único atributo importante para as cerca de 70.000 pessoas que compraram o Volt quando foi lançado há quatro anos, disse Nitz. Elas querem também um carro que seja mais divertido de dirigir e realce a sensação de fluidez da propulsão elétrica. “Os donos de Volt adoram essa sensação líquida, a aceleração”, disse Nitz. “Eles querem mais disso”.
O carro que será apresentado em Detroit terá aceleração em baixas velocidades 20% melhor; o rodar será mais vigoroso no modo gasolina com o motor de 1,5 litro; será mais leve; terá maior autonomia em modo elétrico.
Para conseguir tudo isso, a GM reprojetou o carro de modo que ambos os motores elétricos tracionem, em vez de só um. A solução permite que os motores compensem a carga de trabalho dos modos elétrico e gasolina juntos, o que os engenheiros dizem que irá reduzir o consumo e produzir aceleração em baixas velocidades 20% melhor.
A propulsão elétrica atual permite que o carro rode somente cerca de 60 quilômetros até que a bateria desça à carga mínima. Nesse ponto o motor a gasolina entra para acionar um gerador para fornecer corrente ao motor de tração. No carro redesenhado, cada motor elétrico agirá como gerador e também proverá tração.
A GM disse também que aplicará um novo motor extensor de autonomia de quatro-cilindros de 1,5 litro em substituição ao atual de 1,4 litro.
As células da bateria serão maiores e aumentarão capacidade de armazenamento em 20%, mas o número de células será menor, de 288 para 192. Em suma, o novo conjunto de acumuladores armazenará mais energia que o atual.
“Dou crédito a eles”, disse o analista automobilístico da região de Detroit, Alan Baum, que acompanha as vendas de carros elétricos e híbridos. “Parece mesmo um esforço sério de reengenharia e investimento.”
Alem de conservar algumas de suas vantagens, o Volt 2016 terá outras inexistentes no seu lançamento. A maior delas: os 70.000 proprietários que a GM considera como os mais satisfeitos, dos quais muitos têm contatado a empresa com sugestões de dicas e melhorias.
“Os proprietários motivaram muitas dessas melhorias,” disse Steve Majoros, diretor de marketing de carros e crossovers da GM. “Eles têm estado conosco nessa jornada, adoram esse veículo e são nossos maiores defensores.”
Mesmo assim, não é garantido que o carro de próxima geração venda mais que o atual, disse Dan Sullivan da AutoPacific. Ele cita os ventos de frente que incluem preços mais baixos da gasolina e mais concorrentes recarregáveis, incluindo modelos da Ford e Toyota. (Automotive News Weekly)
Ae/BS