Ferrari 458 com câmbio manual de seis marchas e com a tradicional griglia (grelha) por onde a alavanca corre (foto acima), mais o pedal de embreagem. Pode parecer estranho, mas é isso mesmo. A proposta é da empresa americana Modificata, sediada em Miami.
Especializada em assistência técnica e restauração de modelos Ferrari, a Modificata é comandada Jeff Segal, piloto de carros esporte, que foi o mais jovem a vencer o Ferrari Challenge, em 2002, quando tinha apenas 17 anos, correndo com Ferrari 360.
Este modelo já tinha o câmbio robotizado, desenvolvido pela equipe de Fórmula 1 da Ferrari, com o comando das marchas por borboletas atrás do volante, enquanto a marcante e charmosa griglia de encaixe da alavanca foi substituída por uma minúscula alavanca sequencial, semelhante às alavancas seletoras de hoje no câmbios automáticos de qualquer tipo e o robotizados mono ou dupla embreagem.
Vale lembrar também que a última unidade fabricada pela Ferrari com câmbio manual foi o modelo California de 2016. Na ocasião, o câmbio manual era opcional e, como havia poucos pedidos com este sistema, a empresa resolveu retirar do catálogo.
Isso aborreceu os tifosi mais apaixonados pela marca de Maranello, entre eles Jeff Segal, que na sua oficina resolveu desenvolver a adaptação do tradicional sistema de câmbio manual com tudo o que tinha direito, inclusive com a antiga e charmosa guia de encaixe da alavanca.
Começou fazendo isso em um Ferrari 360 e depois no F430, o que não foi muito difícil, já que a caixa de seis marchas era originalmente manual, mas recebeu o sistema de comando robotizado do trambulador. Bastou substituir o sistema eletrônico pelo acionamento manual.
]
Mas agora, Segal aceitou um desafio maior: fazer a mesma adaptação no modelo 458, que já vem com câmbio automático dupla-embreagem de sete marchas, bem mais complexo e que não foi projetado para o sistema de troca de marchas manual.
Segal não deu muitos detalhes sobre a conversão, apenas declarou: “Este projeto para nós foi um verdadeiro trabalho de paixão e demorou muito, bem mais do que imaginávamos”. O empresário também não disse se este é apenas um projeto pontual, ou se vai comercializar a adaptação.
Ainda, segundo Segal, a conversão do Ferrari 458 para o câmbio manual permite uma experiência de direção sensível, que “não existe mais nos carros modernos”. Como ele disse que o carro ficou mais leve, especula-se que trocou o câmbio original do 458 pelo do F430.
A caixa manual de seis marchas é acionada por uma elegante alavanca de aço inoxidável, com uma manopla esférica de metal, típico dos modelos Ferrari do passado. O túnel central foi redesenhado para acomodar a alavanca e a exclusiva grade Tudo com excelente nível de acabamento.
O conjunto de pedal AP Racing foi o que melhor se adaptou ao reduzido espaço para a pedaleira, já que no projeto original do modelo 458 não tem o pedal da embreagem. Além do pedal adicional, também foi preciso achar espaço para fazer as ligações necessárias para o acionamento.
Apesar de mais leve, este 458 “Speciale” deve sofrer um handicap no desempenho com relação à versão original, já que a caixa com dupla-embreagem possibilita trocas bem mais rápidas. Isso, entretanto, não tira o prazer de quem realmente gosta de ter controle sobre todos os comandos.
RM