Enquanto a União Europeia voltou atrás e afrouxou as restrições com relação aos combustíveis sintéticos neutros, o governo do Reino Unido continua mantendo sua feroz cruzada contra todo tipo de veículo a combustão, conforme destacou o site da revista inglesa Auto Express. Segundo a publicação, o governo realizou um “Green Day” no dia 30 de março, com uma série de anúncios para promover a “energia verde”.
Na mesma semana em que a UE confirmou que permitirá a venda de veículos novos com motor de combustão interna (ICE) movidos exclusivamente por combustíveis sustentáveis, depois de 2035, Grant Shapps, Secretário de Estado para Segurança Energética e Net Zero do Reino Unido, negou os rumores de que a comunidade britânica seguiria o exemplo e confirmou que no momento não há planos para isentar os combustíveis sintéticos.
O secretário Shapps voltou a confirmar que a venda de automóveis novos a gasolina e diesel será proibida até 2030. Alguns modelos híbridos terão uma suspensão de execução até 2035, mas ele não informou exatamente quais serão os critérios para esses veículos serem comercializados. Alguns parlamentares conservadores pediram, inclusive, que esta proposta fosse adiada. O ex-líder do Partido Conservador, Sir Iain Duncan Smith, foi um deles, destacando que o prazo para acabar com a venda de novos carros convencionais a gasolina e diesel em 2030 é “simplesmente inatingível”.
No entanto, Grant Shapps insistiu que os planos do governo não vão mudar e ainda se gabou afirmando que as políticas do Reino Unido são “mais voltadas para o futuro” do que as da UE. Ao mesmo tempo, o Governo anunciou o lançamento de uma consulta sobre os detalhes e os prazos propostos para o seu Mandato ZEV (veículo de emissão zero). Essa política, anunciada pela primeira vez em 2021, estabelecerá metas para os fabricantes nas porcentagens de carros que constroem com emissão zero.
Embora os fabricantes pudessem negociar licenças baseados na proposta, o Governo disse que, nos casos em que uma empresa possui várias divisões ou marcas, cada uma com homologação para seus modelos, cada uma delas seria participante em separado. Por exemplo, no Grupo Volkswagen, os EVs fabricados com a marca VW ou Škoda não poderiam compensar as emissões dos modelos ICE fabricados pela Bentley ou Lamborghini.
Mike Hawes, executivo-chefe da Society of Motor Manufacturers and Traders, (SMMT) comentou: “Embora essas propostas reflitam a atual diversidade do setor, a falta de certeza regulatória tornam o planejamento do produto quase impossível. Além disso, a contínua falta de clareza sobre quais tecnologias serão ser permitidas, além de 2030, prejudica as tentativas de garantias de investimento.”
RM