A Renault aproveitou a abertura oficial do 54º Salão Internacional de Aeronáutica e Espaço, realizada na tarde deste domingo (18/6) no Aeroporto de Le Bourget, norte de Paris, para fazer a apresentação oficial do seu mais novo modelo topo de linha, o suve-cupê Rafale destinado ao segmento D do mercado europeu, mas que só deve ser lançado comercialmente no primeiro semestre de 2024.
A escolha do local e do evento, segundo o departamento de comunicação da Renault, não poderia ser melhor. Rafale é a palavra francesa que significa uma energia natural: a rajada de vento, mas também é uma referência aeronáutica na qual a Renault desempenhou papel importante na aviação com o Caudron-Renault Rafale, que bateu recorde mundial de velocidade aérea alcançando 444 km/h em 1934.
O lançamento do Rafale também é mais um dos objetivos alcançados no plano de renovação da marca batizado de “Renaulution”, pelo executivo-chefe da fabricante, o italiano Luca de Meo, quando assumiu o cargo há três anos. A primeira missão foi fortalecer a gama do segmento C, o que foi feito com os novos Mégane, Arkana e Austral. Agora, com o Rafale, a Renault mira no segmento D, que representa 15% das vendas de automóveis na Europa.
Com comprimento total de 4.700 mm e altura de 1.610 mm, tem distância entre eixos de 2.740 mm, uma das maiores de sua categoria conforme destaca a Renault.
No design o Rafale se caracteriza pelo visual imponente da dianteira, com a elegante grade ostentando o novo logo da marca, faróis duplos com desenho bem estreito e lanternas de sinalização nas laterais da saia dianteira. Para-lamas proeminentes e o teto Fastback com o vidro traseiro inclinado apenas 17 graus, combinam eficiência aerodinâmica, além de tornar desnecessário o limpador traseiro.
O Rafale será lançado com trem de força híbrido com potência combinada de 200 cv, que já é usado pela Renault no Austral e no Espace, que inclui o motor tricilindro a gasolina de 1,2 litro com turbocarregador de geometria variável e dois motores elétricos. Esse motor de ciclo Atkinson tem potência de 130 cv e torque de 20,9 m·kgf acoplado ao transeixo com câmbio automática de quatro marchas — curiosamente, de engrenagens cilíndricas de dentes retos e de engate direto automático sem sincronizadores (dog clutch) como nos câmbios de carros de corrida e nas motos.
O motor elétrico principal de 70 cv tem duas marchas e fica colocado entre o motor a combustão e o transeixo. O segundo motor elétrico e 34 cv e 5,1 m·kgf é também motor de partida integrado e gera energia quando o carro desacelera ou freia e pode ajudar na aceleração se necessário.
Este trem de força, controlado eletronicamente, dispensa embreagem porque o início de movimento é sempre feito pelo motor elétrico, que tem duas marchas. A bateria de 2 kW·h e 400 volts, sob o banco do motorista, permite a condução elétrica de curto alcance, mas não foi informado quanto.
Apesar de apresentado oficialmente ontem, o modelo só será comercializado na primavera europeia do próximo ano. Inicialmente com a versão de tração dianteira, mas uma versão de tração integral e com 300 cv está programada para ser lançada até o final de 2024. Esta vai utilizar o mesmo trem de força dianteiro, mas com motor elétrico no eixo traseiro. Com uma bateria muito maior, é definido como um híbrido de carregar pela tomada com alcance, somente em tração EV, de 50 a 65 quilômetros.
RM