Segundo informação no site da importante publicação alemã Auto Motor und Sport, a Volkswagen está perdendo muita participação em vendas na China, o maior mercado mundial de automóveis e que é, atualmente, sua maior fonte de faturamento na sua participação no mercado global.
Com base em informações divulgadas pelo Handelsblatt, principal jornal alemão de economia e negócios, a VW registrou venda de apenas 38.000 novos modelos elétricos no mercado chinês no primeiro semestre de 2023, assim sua cota neste segmento específico é inferior a 10%
Enquanto a BYD, sua principal concorrente, e que recentemente assumiu a liderança geral do mercado que antes era da VW, vendeu 1,25 milhão de modelos denominados lá de NEV – New Energy Vehicle – BEVs (veículos elétricos a bateria) e PHEVs (veículos elétricos híbridos plug-in).
Ainda, segundo informações das publicações alemãs, cerca de 500.000 modelos produzidos pela BYD foram totalmente elétricos, dos quais apenas 70.000 exportados. De acordo com dados da própria BYD, a marca já detém participação de 12% no mercado total chinês e de 34% somente no crescente segmento de veículos elétricos.
Para tentar reverter a situação, o Grupo Volkswagen está procurando fazer acordo com fabricantes locais e, além disso, acaba de adquirir participação na Xpeng, startup chinesa especializada no desenvolvimento de Smart EVs – Smart Electric Vehicle. O grupo alemão desembolsou US$ 700 milhões (cerca de 3,4 bilhões de reais) por 5% do pacote acionário da startup.
A Volkswagen também está comprando licenças da Leapmotor, outro fabricante chinês especializado exclusivamente em veículos elétricos, para utilizar no Jetta, enquanto a Audi fez acordo de cooperação com a SAIC para desenvolvimento de veículos também no segmento elétrico.
Com isso, o equilíbrio de poder e experiências no desenvolvimento de veículos entre o Grupo alemão, pioneiro do ocidente a se instalar na China e transferir tecnologia para aquele país em meados da década de 1980, e as marcas chinesas, ao que parece, está se invertendo.
Caindo na real
Para piorar a situação para o Grupo Volkswagen, as vendas de carros elétricos na Alemanha estão mais devagar do que se previa e já são feitas projeções de que o país não atingirá a meta prevista de 15 milhões de carros elétricos nas ruas em 2030.
Especialistas preveem que apenas 11 milhões de carros elétricos, a bateria, rodarão na Alemanha naquele ano. Com base no número atual de veículos, isso representaria apenas 22,5% da frota total do país em 2030.
Ainda, segundo os especialistas, o mercado de modelos totalmente elétricos já está enfrentando o que é definido tecnicamente como Curva de Adoção de Inovações, que provoca instabilidade e quedas na evolução das vendas de qualquer novo produto que provoque uma ruptura no mercado.
Essa queda pode ser creditada pelo fato de estar terminando a fase movida pelos adeptos de novidades, que por curiosidade, motivação ambiental e mesmo apenas por vaidade, alimentaram as vendas nos últimos anos.
O desafio agora para a indústria é alcançar o consumo de massa, o que é bem mais difícil, já que o consumidor comum é bem mais conservador e quer sempre fazer o melhor negócio, com toda segurança.
Avanços tecnológicos contínuos, que aumentem o alcance e proporcionem segurança em viagens mais longas, algo que se baseia na expansão da infraestrutura de carregamento, além, é claro, de preço mais convidativo. Sem estes requisitos o mercado não amadurece e o produto não se viabiliza.
Preocupado com a situação, o executivo-chefe do Renault Groupe, o italiano Luca de Meo, que também é presidente da Acea (Associação dos Construtores Europeus de Automóveis) se pronunciou recentemente pedindo aos legisladores para postergar vendas de veículos a combustão na Europa para 2040.
Além disso, o executivo também solicitou a anulação da norma Euro 7, antipoluição, prevista para entrar em vigor em 2025. Segundo Luca de Meo, isso vai exigir mais investimentos dos fabricantes em veículos que não poderão mais ser fabricados a partir de 2035, conforme a legislação.
Navio Fremantle Highway atracou em porto holandês
O navio transportador de veículos Fremantle Highway, que pegou fogo na semana passada, atracou com segurança no porto holandês de Eemshaven nesta quinta-feira (3/8). Depois de consultar todas as partes envolvidas, o ministro holandês de Infraestrutura e Gerenciamento da Água autorizou o reboque do cargueiro para Eemshaven.
Considerado o porto mais adequado devido à menor distância, o porto localizado no norte do país também tem infraestrutura e facilidades para as próximas etapas de salvamento do navio. Ainda, segundo as autoridades, os riscos foram reduzidos mantendo a distância de reboque o mais curta possível.
Também foi esclarecido que a embarcação transportava 3.784 automóveis novos, incluindo 498 modelos elétricos, no trajeto entre o porto de Bremerhaven, Alemanha, e Singapura, quando pegou fogo. O incêndio, que durou uma semana, deixou o navio à deriva em águas rasas do Mar de Wadden, habitat protegido de aves migratórias.
O acidente também está provocando uma completa revisão no regulamento para o transporte marítimo de carros elétricos. De acordo com porta-voz da IMO – Organização Marítima Internacional – serão expedidas normas específicas em resposta a inúmeros incidentes de incêndio associados ao transporte de veículos de energia alternativa, incluindo modelos com bateria de íons de lítio.
RM