Para trás ficou 2014, seja bem-vindo, 2015!
Não foi um ano mau de todo, 2014. O que realmente preocupa são os rumos da economia do país e a frustração de metade dos eleitores ao ver a presidente Dilma Rousseff reeleita e, pior, ela falar em “novo governo” como se ela não tivesse sido a presidente de 2011 a 2014. Preocupa. Preocupa o que aconteceu e o que está acontecendo no âmbito da Petrobrás, empresa que cuida de uma área sensível em qualquer país, a dos combustíveis.
O seu balanço do terceiro trimestre que era para ser publicado em novembro só o será agora em janeiro e sem parecer de auditoria externa. Só isso é motivo para demissão imediata da presidente da empresa, Graça Foster, mantida no cargo por Dilma Rousseff, que está sendo conivente com flagrante e grave irregularidade, que só por esse fato, isolado, não poderia ser diplomada para o segundo mandato.
O pífio crescimento do Produto Interno Bruto, abaixo de 0,2% indica problemas estruturais na economia de um país de mais de 200 milhões de habitantes, que cresce menos que seus vizinhos exceto a Argentina, que vive uma das suas piores fases econômicas sob as rédeas de uma presidente claramente incompetente.
Estamos como um transatlântico de grande tonelagem com o leme quebrado e com os motores sem reversão, ambos os problemas impedindo-o manobrar. A inflação começa a se desamarrar e o dólar dispara. Preocupante.
Foi o ano em que o Congresso aprovou elevação do teor de álcool na gasolina para 27,5%, do atual 20 a 25%, embora não tenha sido posta em prática — só mesmo aqui… Para compensar essa decepção e desgosto, a gasolina brasileira passou a conter enxofre em níveis mundiais, 50 partes por milhão; só a Podium continha menos e continua, 30 ppm.
Foi ano também da multiplicação tresloucada das ciclofaixas em várias cidades do país, especialmente em toda a cidade de São Paulo, muitas delas autêntico serviço porco, seja por estabelecê-las na calçada, como na Av. Escola Politécnica, em Pinheiros, ou na Av. Moaci, em Moema, em torno do Shopping Ibirapuera, ou bem recentemente na Av. Engº. Caetano Álvares, na Casa Verde, em que a pintura — acredite se quiser — foi feita por cima de tachões, um real perigo para os finos pneus das bicicletas que pode levar facilmente a acidente.
O descontrole do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, é de tal ordem que dias atrás foi autorizado o uso das ciclofaixas por tudo que é “movido a sangue”, de skates a cadeiras de rodas, passando por triciclos de carga.
Mas foi em 2014 que o AUTOentusiastas deu um grande passo ao deixar ser um blog para se tornar um site. Fizemos questão de não mudar radicalmente a “cara” do Ae, a sua interface, e agora ficou mais fácil navegar e encontrar o que se procura. Valeu a pena, não fosse um problema: a migração para a nova plataforma passou longe da perfeição. Muitos comentários do período blog ainda não foram restabelecidos e alguns textos do passado estão incompletos. Mas todo o todo conteúdo continua disponível, sob nosso controle, e haveremos de concluir a migração, mesmo que leve algum tempo.
Com a mudança, criamos um espaço dedicado a notícias, inexistente antes, e, na esteira, introduzimos a seção “Histórias dos Leitores”, um pedido que nos era feito praticamente desde que o Ae foi fundado em 24 de agosto de 2008.
Foi em abril que passamos a contar com a experiência e conhecimento do engenheiro Carlos Meccia para, como editor, nos contar histórias e fatos da indústria automobilística praticamente inéditos, com sua perfeita didática a encantar a todos.
Cinco meses depois, em setembro, o Ae ganhou a competência e a experiência da jornalista e autoentusiasta Nora Gonzalez, que assina a coluna “Visão Feminina”, que tanto alegra as nossas quartas-feiras, dando nova cor ao Ae.
Em breve teremos a chegada de mais um colunista, o também jornalista Chico Lelis, que teve anos à frente do departamento de imprensa da GM brasileira
Mas, em contrapartida, tivemos baixas. Todos amigos, mas não conseguiram manter o fluxo necessário de textos que o ritmo do Ae exige. Assim, embora ainda constem no quadro “Editores”, não escrevem mais para o Ae: Alexandre Garcia, Marco Aurélio Strassen, Portuga Tavares e Rex Parker, a quem o Ae agradece a participação e, muito importante, para quem as portas sempre estarão abertas caso manifestem intenção de voltar às lides.
A lamentar a perda do grande radialista Luciano do Valle em 19 de abril, a simpática figura que tanto nos alegrou durante décadas com seu estilo único e humano de narrar as corridas de F-1 e depois, de F-Indy. Até mesmo as lutas do Maguila.
Em 2014 desenvolvemos nossos vídeos, mediante a compra de equipamento, tendo ocorrido visível melhora de qualidade, mas não paramos aí. Estamos planejando expandir essa parte que é a grande vantagem da internet sobre as mídias televisão (imagens breves demais e praticamente nada de texto) e impressa (vídeos, impossível). E também passamos a dar mais atenção às redes sociais como Facebook e Instagram.
Vamos manter nossa linha editorial de abordar problemas de trânsito por entendermos que o Brasil tem de sair desse quadro trágico, o de um brasileiro morrer a cada 12 minutos em acidentes de trânsito. São quase 44.000 por ano! Esse é um custo social e emocional intolerável.
Por isso batemos e continuaremos a bater naquilo que alcunhamos “‘fábrica de idiotas”, as diretrizes gerais impostas pelas autoridades de trânsito que são inegável retrocesso na capacidade e habilidade dos motoristas brasileiros, a começar pela arcaica formação de condutores.
Continuaremos a empunhar a bandeira contra a demonização do automóvel — que, estranhamente, não é feita por quem mais deveria, a Anfavea — que ganha força por parte de administrações municipais de caráter ou de viés socialista, demonização essa que está freando o país, com ares de um plano cuidadosamente orquestrado.
Continuaremos a aspirar ver no Palácio do Planalto, quiçá em 2018, nomes respeitados, competentes, patriotas em sua essência, como Aécio Neves ou Jair Bolsonaro. Já é mais do que tempo para o Brasil se dar ao respeito.
Assim, o seu Ae continuará com toda a força em 2015 sabendo poder contar com sua indispensável leitura e, principalmente, opinião.
Desejamos ao leitor ou leitora, à sua família e amigos, um 2015 feliz e proveitoso, com muita saúde.
Os editores do AE
André Antônio Dantas
Arnaldo Keller
Bob Sharp
Carlos Maurício Farjoun
Carlos Meccia
Felipe Madeira
Josias Silveira
Juvenal Jorge
Marco Antônio Oliveira
Milton Belli
Nora Gonzalez
Paulo Keller
Roberto Agresti
Roberto Nasser
Wagner Gonzalez
Ae