A Stellantis anunciou ontem a produção do primeiro veículo híbrido-flex no Brasil e será um Fiat. O modelo nacional, dotado da tecnologia semi-híbrida com motor flex, chamada de Bio-Hybrid pela fabricante — ‘bio’ é a simplificação de biocombustíveis como o álcool — , já está sendo produzido no Polo Automotivo de Betim e será lançado no mercado brasileiro no mês que vem. Ainda não foi divulgado qual modelo.
A fabricante informou também que uma nova linha de motores em Betim iniciou a produção dos motores flex de alta eficiência, baixas emissões e que podem ser associados às tecnologias de hibridização. Ampliada recentemente, a fábrica tem capacidade de produção de 1,1 milhão de motores por ano e isso consolida o Brasil como referência global no desenvolvimento de trens de força e da tecnologia semi-híbrida com motor a combustão flex.
A Stellantis informou também investimentos recordes de R$ 32 bilhões na América do Sul para o lançamento de mais de 40 produtos e oito trens de força ao longo dos próximos anos. A produção dos primeiros veículos com a tecnologia Bio-Hybrid é flexível e esta pode ser integrada a diversos modelos fabricados pela Stellantis, pois é compatível com todas as linhas de produção da empresa na região.
Compromisso com a redução de CO2 da atmosfera
O desenvolvimento das novas tecnologias de eletrificação pela Stellantis está em linha com o plano estratégico de longo prazo da Stellantis, o Dare Forward 2030, ou Ousar Adiante 2030, que prevê redução de 50% da emissão de CO2 até 2030 e zerá-la até 2038.
A Stellantis ressaltou que a Fiat foi uma das protagonistas no desenvolvimento e aplicação da tecnologia de motores biocombustíveis, uma vez que, em 1979, a Fiat, ainda fabricante e não marca como é hoje, iniciou a produção do 147, primeiro modelo movido a álcool produzido em série no mundo. Agora a marca inova mais uma vez no mercado automobilístico brasileiro com o lançamento iminente do primeiro modelo semi-híbrido flex nacional, concebido por ela.
Quatro formas de eletrificação no Brasil
A Stellantis informou estarem em desenvolvimento quatro soluções para aplicação aqui:
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Bio-Hybrid: motor de partida/alternador integrados. Fornece potência adicional de até 4 cv para o motor a combustão e energia elétrica para a bateria de 12 volts de íons de lítio do sistema elétrico do veículo. Com isso aumenta o desempenho e reduz-se o consumo de combustível.
- Bio-Hybrid e-DCT: são dois motores elétricos. O primeiro é o que substitui o alternador e o motor de partida. O outro, de maiores proporções, é acoplado à transmissão. Uma bateria de íons de lítio de 48 volts dá suporte ao sistema e também é alimentada pelos dispositivos. Um gerenciamento eletrônico, controla a operação entre os modos térmico, elétrico ou híbrido, otimizando eficiência e economia.
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Bio-Hybrid Plug-in: conta com bateria de íons de lítio de 380 volts, recarregada mediante regeneração nas desacelerações e frenagens, alimentada pelo motor a combustão ou, por fim, através de fonte de alimentação externa elétrica (plug-in). A disposição conta ainda com motor elétrico que entrega potência diretamente para as rodas do carro. O sistema gerencia operação entre modo combustão, modo elétrico ou híbrido otimizando eficiência e economia.
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BEV (100% elétrico): o veículo é impulsionado apenas por um motor elétrico de alta tensão alimentado por uma bateria de íons de lítio recarregável de 400 volts, seja por meio de sistema de regeneração ou por carregador externo.
MF