O Ae ainda não tinha testado a Chevrolet Spin, minivan de cinco (LT) ou sete lugares (LTZ) lançada em junho de 2012 em substituição à Meriva e à Zafira, simultaneamente. A versão testada, Spin LTZ 1,8 com câmbio automático de seis marchas, custa R$ 65.750 (R$ 4.140 só do câmbio e do controlador automático de velocidade). A recente versão aventureira Activ, com estepe externo, também custa R$ 65.750 com este câmbio automático. A Spin não vende tanto quanto poderia, este ano até agosto foram licenciadas 18.140 unidades, média de 2.267/mês, o que anualizando dá pouco mais de 27 mil veículos.
Mas ao caro leitor confesso ter-me enganado a respeito da Chevrolet Spin. Achava seu design um pouco estranho, além de seu aspecto alto, estreito e com as laterais chapadas ensejarem que ela não seria lá essas coisas como estradeira. Eu estava enganado, sim, pois após uma semana rodando na cidade e viajando com ela no fim de semana, posso dizer que dia após dia ela foi se mostrando uma minivan muito agradável de dirigir e conviver. Ela é confortável, útil, prática, boa para guiar na cidade, porque é macia e ágil, e boa para a estrada, porque é estável, macia, leva muita gente e bagagem, e tem bom desempenho.
Na cidade ela nos parece estreita, fácil de encaixá-la nos exíguos espaços que a prefeitura paulistana destina aos automóveis. Acelera rápido, tem boa visibilidade e é ágil. Boa, portanto, para o trânsito.
A Spin tem duas opções de câmbio: manual de cinco marchas ou automático de seis. Esta, versão LTZ, veio com um novo câmbio automático, o GF6-2, epicíclico, tradicional, de 6 marchas, que trabalha muito bem. Suas trocas são rápidas e suaves, é bem escalonado, não tem buracos entre marchas, responde rápido baixando-as quando se acelera mais fundo, e sua 6ª é corretamente longa, o que permite que a 120 km/h o giro do motor fique em baixas 2.900 rpm. E assim viaja-se confortavelmente. O câmbio está bem programado, aproveitando bem a potência do motor e trabalhando de acordo com o que se espera de uma boa minivan familiar.
Em Drive, ele funciona exclusivamente de maneira automática. Para que o câmbio aceite a nossa interferência é necessário que se traga a alavanca mais para trás, para o modo M, Manual. Aí podemos comandar as mudanças através de tecla localizada na lateral esquerda da alavanca. Para cima aumenta marcha e para baixo, reduz. Uma vez em M ele só muda marcha por comando do motorista ou se a rotação atingir o limite de giros, 6.300 rpm. No modo M, ao parar ele volta para a 1ª marcha e fica nela até que se comande a 2ª, e assim por diante. Na prática, o modo Drive atende perfeitamente bem o dia a dia e o modo Manual só precisará ser usado mesmo numa descida de serra, por exemplo, para se obter mais freio-motor.
Ela é leve — 1.251 kg — para o seu tamanho: 4.360 mm de comprimento,1.735/1.953 mm de largura (sem/com espelhos) e 1.688 mm de altura contando o estrado de teto; o entreeixos é de 2.620 mm. O motor Econo.Flex de 1,8 litro dá muito bem conta do recado. Tem 2 válvulas por cilindro, taxa de compressão de 10,5:1 e desenvolve 108 cv a 5.400 rpm com álcool e 106 cv a 5.600 rpm com gasolina, e torque de 17,1 m·kgf com álcool e 16,4 m·kgf com gasolina, ambos a 3.200 rpm.
Potência e torque específicos são muito baixos, 60,1 cv/l e 9,5 m·kgf/l (álcool), mas o resultado final é razoável, ela se desloca o suficiente, como o 0-a-100 km/h informado pela fábrica em 11,9 segundos e velocidade máxima de 168 km/h. Seu Cx é também surpreendentemente baixo para as aparências: 0,33.
Fez 8 km/l na cidade, com gasolina, e 6,8 km/l com álcool. Na estrada fez 11,6 km/l com gasolina rodando a 120 km/h indicados (não a testei com álcool na estrada). Bons números, considerando-se sua grande capacidade de levar passageiros e bagagem. O tanque de 53 litros poderia ser um pouco maior, uns 5 litros mais seriam bem-vindos.
Na estrada viaja macia e silenciosa, desde que não se eleve muito o giro do motor, que em alta é ruidoso. Numa ultrapassagem em pista simples, por exemplo, onde aceleramos fundo, usamos giro alto, o motor se faz notar, mas em velocidade de cruzeiro o conforto sonoro é bom.
E ela também agrada bastante nas curvas. Não parece, não é? Mas é boa, sim. Além do bom acerto que deram para o seu comportamento geral, ela rola pouco, bem pouco mesmo. Assim, quando percebi, lá estava eu sozinho me divertindo fazendo rápido curva atrás de curva com essa alta e estreita minivan familiar, exigindo tudo dos pneus 195/65R15 — boa medida para a proposta, pois, além de macios e bons para enfrentar piso ruim, pneus para rodas de 15″ custam menos que os de 16″ ou 17″; o estepe é temporário, T115/70R16. A suspensão é McPherson na dianteira com barra estabilizadora e por eixo de torção com barra estabilizadora no interior do eixo, na traseira.
Nas retas tem boa estabilidade direcional, a sensação é arejada, com boa visibilidade, os retrovisores varrem ampla área, portanto, viagem tranquila. E bons freios também, a disco ventilado na dianteira e a tambor na traseira. Testei-os a valer e nada de instabilidade em freadas fortes e tampouco fading. Bom comportamento.
Os bancos dianteiros dão bom conforto. Já o da fileira do meio deixa a desejar quanto à espuma, que é um pouco dura, além de parecer estreito, mal aproveitando toda a largura do carro. Sendo assim, o banco intermediário só comporta com conforto dois adultos (o traseiro, dois) e não há apoio de cabeça para o passageiro do meio. Aliás, ao se rebater seu encosto para acesso à ao banco traseiro o movimento é brusco, a mola é forte demais. Tomei uma boa pancada bem no nariz quando inadvertidamente o acionei. A fábrica precisa corrigir isso, o que não é difícil, ou recomendar ao comprador que treine a esquiva. E por falar em mola muito forte, a tampa de carga sobe de uma vez só ao ser aberta, novamente precisando de habilidade de esquiva. É outro ponto a corrigir na Spin.
O velocímetro é digital, com dígitos grandes, o que, apesar de não ser uma obra de arte, facilita a leitura; há reostato da iluminação dos instrumentos. Nestes tempos infestados de radares sequiosos é bom saber num relance a quanto se está andando. Antigamente, quando um sujeito era multado por excesso de velocidade era porque ele corria muito; hoje é porque ele deu bobeira.
A conclusão é que a Spin é melhor do que eu pensava. Após ter sido conquistado por seus bons serviços, ela até já começa a me parecer bonitinha. Ela não inspira um amor platônico, uma atração imediata. Ela vai conquistando aos poucos, e consistentemente. E é daquelas que conquistam não só o motorista, mas a família inteira.
Nota: por erro meu, perdi as fotos que fiz da Spin, daí ter sido preciso recorrer às fotos de divulgação.
AK
FICHA TÉCNICA CHEVROLET SPIN LTZ 1,8 | |
MOTOR | |
Tipo | Ignição por centelha, 4 tempos, flex |
Instalação | Dianteiro, transversal |
Material do bloco/cabeçote | Ferro fundido/alumínio |
N° de cilindros/configuração | 4 / em linha |
Diâmetro x curso | 80,5 x 88,2 mm |
Cilindrada | 1.796 cm³ |
Aspiração | Atmosférica |
Taxa de compressão | 10,5:1 |
Potência máxima | 106 cv a 5.600 rpm (G), 108 cv a 5.400 rpm (A) |
Torque máximo | 16,4 m·kgf (G), 17,1 m·kgf (A); a 3.200 rpm |
N° de válvulas por cilindro | 2 |
N° de comando de válvulas /localização | 1 / cabeçote, correia dentada |
Formação de mistura | Injeção eletrônica no duto |
ALIMENTAÇÃO | |
Combustível | Gasolina e/ou álcool |
SISTEMA ELÉTRICO | |
Tensão | 12 V |
Bateria | 40 A·h |
Gerador | Alternador de 100 A |
TRANSMISSÃO | |
Rodas motrizes | Dianteiras |
Câmbio | Automático epicíclico |
N° de marchas | 6 à frente e uma à ré |
Relações das marchas | 1ª 4,449:1; 2ª 2,908:1; 3ª 1,893:1; 4ª 1,446:1; 5ª 1:1 (direta); 6ª 0,742:1; Ré 2,871:1 |
Relação de diferencial | 3,72:1 |
FREIOS | |
De serviço | Hidráulico, duplo circuito em diagonal, servoassistido, ABS com EBD |
Dianteiro | A disco ventilado Ø 256 mm |
Traseiro | A tambor Ø 230 mm |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, McPherson, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra estabilizadora |
Traseira | Eixo de torção, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra estabilizadora incorporada ao eixo |
DIREÇÃO | |
Tipo | Pinhão e cremalheira, assistência hidráulica |
Relação de direção | 16,8:1 |
Voltas entre batentes | 3 |
Diâmetro mínimo de curva | 10,9 m |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | Alumínio 6Jx15 |
Pneus | 1965/65R15 – estepe temporário T115/70R16 alojado internamente |
PESOS | |
Em ordem de marcha | 1.251 kg |
Carga máxima | 504 kg |
CARROCERIA | |
Tipo | Monobloco em aço, minivan, 4 portas e 7 lugares; subchassi dianteiro |
DIMENSÕES EXTERNAS | |
Comprimento | 4.360 mm |
Largura com/sem espelhos | 1.953/1.735 mm |
Altura | 1.688 mm incluindo estrado de teto |
Distância entre eixos | 2.620 mm |
Distância mínima do solo | 136 mm |
Bitola dianteira/traseira | 1.503//1.509 mm |
AERODINÂMICA | |
Coeficiente de arrasto aerodinâmico (Cx) | 0,33 |
Área frontal (A) | 2,63 m² (calculada) |
Área frontal corrigida (Cx x A) | 0,867 m² |
CAPACIDADES | |
Porta-malas | 162/553 litros (c/ 3ª fileira/s/ 3ª fileira de bancos) |
Tanque de combustível | 53 litros |
DESEMPENHO | |
Velocidade máxima | 168 km/h |
Aceleração 0-100 km/h | 11,9 s |
CONSUMO DE COMBUSTÍVEL (COMPUTADOR DE BORDO) | |
Cidade | 8 km/l (G), 6,8 km/l (A) |
Estrada | 11,6 km/l (G) |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
v/1000 em 6ª | 42,1 km/h |
Rotação do motor a 120 km/h em 6ª | 2.850 rpm |
Rotação do motor à vel. máxima (5ª) | 5.390 rpm |
EQUIPAMENTOS CHEVROLET SPIN LTZ 1,8 |
SEGURANÇA |
Ajuste elétrico dos espelhos externos |
Alarme antifurto |
Alça de teto dianteira (1) e traseira (2) |
Faróis de neblina |
Imobilizador de motor |
Maçanetas internas cromadas |
Travas para crianças nas portas traseiras |
APARÊNCIA |
Alavanca do freio de estacionamento com detalhe cromado |
Espelhos externos e pára-choques na cor do veículo |
Estrado de teto |
Faróis com superfície interna escurecida |
Grade dianteira com detalhes cromados |
Maçanetas externas na cor do veículo |
Painel de instrumentos em preto “Jet Black” |
Volante de direção revestido de couro com detalhe metalizado |
CONFORTO E COMODIDADE |
Abertura da portinhola do tanque junto com travas das portas |
Abertura e fechamento dos vidros pela chave |
Acionamento elétrico dos vidros um-toque com antiesmagamento |
Ajuste de altura do volante de direção |
Ajuste de altura de ancoragem dos cintos dianteiros |
Ajuste de altura dos encostos de cabeça dianteiros |
Ajuste de altura do banco do motorista |
Ar-condicionado |
Banco da segunda fileira bipartido 1/2-2/3 e rebatível |
Banco da terceira fileira rebatível |
Bancos de tecido diferenciado na cor preto |
Chave tipo canivete |
Cintos se segurança laterais traseiros de 3 pontos |
Computador de bordo com mostrador no painel de instrumentos c/ funções consumo médio, autonomia, vida útil do óleo do motor, entre outras |
Conta-giros |
Desembaçador elétrico temporizado do vidro traseiro |
Direção assistida hidráulica |
Hodômetro totalizador e parcial |
Iluminação no porta-luvas |
Limpador e lavador do vidro traseiro |
Marcador do nível do óleo do motor |
Pára-sóis com espelho e iluminação |
Reostato da iluminação dos instrumentos |
Tomada de força de 12 V |
Velocímetro de leitura digital |
ÁUDIO |
Sist. Multimídia Chevrolet MyLink com tela tátil LCD de 7″, rádio AM-FM, USB e entrada auxiliar, áudio streaming, Bluetooth, aplicativos para smartphone e configurações do veículo, 4 alto-falantes e antena de teto |