Publieditorial, saiba sobre esta e outras ações do AE
Esta é a primeira matéria de uma série que deve ter alguma regularidade no AE. Nossa ideia é bem simples, estimular que os autoentusiastas peguem a estrada com seus carros, com a família ou amigos, ou até sozinhos. Viagens são sempre momentos de prazer e que ficam registrados na nossa memória de uma maneira especial.
Desta vez saímos eu (PK), o primo Arnaldo e o parceiro do AE, o Renato Castanho, renomado aventureiro e documentarista da Expedição Filmes, em uma viagem de São Paulo (SP) a Paraty (RJ), passando por lugares bacanas. Escolhemos a Duster Oroch porque queríamos também levar uma moto para aumentar ainda mais a diversão.
Link para o mapa São Paulo – Paraty.
Para fazermos esse trabalho tivemos que dividir um pouco as tarefas. O Naldo, obviamente, escreveu o texto sobre o roteiro. Eu fiquei com as imagens, a grande maioria feitas com meu celular, em parceria com a mObgraphia, entidade voltada a cultura visual a qual apoio. E o Renato fez a captação de imagens e edição do vídeo.
Para os que não conhecem o AE mais profundamente, eu o descrevo como algo único e diferente, pois aqui trabalhamos em equipe, onde o todo é sempre maior que a soma das partes. E o leitor sabe que temos na equipe um grande especialista em off-road, o Luís Fernando Carqueijo, que tem nos brindado com matérias magnificas sobre essa apaixonante atividade e que também nos sugeriu o roteiro dessa viagem. Abaixo estão o texto, as fotos e o vídeo.
Espero que realmente curtam e se animem a viajar com seus carros.
PK
Uma boa companheira!
Arnaldo Keller
Às cinco da manhã de um domingo, a cidade de São Paulo estava profundamente adormecida. Todos dormiam. Bem…, nem todos, pois três despertos e desassombrados autoentusiastas — o primo Paulo, o Renato Castanho e eu —, estavam partindo com a picape Duster Oroch em viagem à histórica cidade de Paraty. Não seria uma viagem expressa daqui para ali. Iríamos desviando da rota para visitar pontos turísticos no derredor.
Na noite anterior carregáramos a picape com pranchas de surfe, moto e equipamentos de filmagem; então foi só entrar e cair na estrada.
Assim é que é bom, sem ter pressa e sem ficar cismado de ter esquecido alguma coisa. Assim se sai de cabeça fresca e se aproveita a viagem. Saí guiando. A Oroch era do modelo topo de linha, a Dynamique com motor 2-litros flex e câmbio manual de 6 marchas. Veio com os opcionais que pedimos: bagageiro para as pranchas de surfe e extensor de caçamba. O extensor se fazia necessário para que se pudéssemos levar a moto, uma Honda Bros 160, leve, 121 kg, e prática, que seria boa tanto para os trechos de asfalto como para os de terra. Há várias alças na caçamba para o amarre da moto.
Veio também uma haste de bagageiro de teto específica para levar bicicletas. Ele fica na beirada traseira do teto e bastaria retirar a roda dianteira da bicicleta e prender a forquilha do seu garfo no bagageiro. As bicicletas iriam inclinadas, com as rodas traseiras apoiadas na caçamba. Achei bem prático, mas dessa vez as “magrelas” não foram convidadas para o passeio. Já tínhamos bastantes brinquedos. Retiramos esse bagageiro para que as nossas amadas pranchas viajassem mais confortáveis.
O motor entrega 148 cv a 5.750 rpm e 20,9 m·kgf a 3.750 rpm quando com álcool (gasolina, 143 cv e 20,2 m·kgf), tem 4 válvulas por cilindro e variador de fase na admissão. Ele nem deu bola para a carga que levava. É bem elástico, dispõe de alta potência desde baixas rotações. Manteve a Oroch ligeira, sempre acelerando rápido. E silenciosa, muito silenciosa, e macia de suspensão. E sempre estável, seja quanto à estabilidade direcional, seja nas curvas.
Eu temia que o peso da bagagem e da moto, apoiada lá atrás, provocasse alguma desestabilização. Provocou, sim, porém mínima, quase imperceptível, e isso só em alta velocidade ou em curvas fortes perto do limite. Rodando rápido, porém civilizadamente, nada muda com a carga, não se percebe que se leva tudo isso. Chegou a me surpreender o quanto se portou bem. Se já é difícil acertar um carro para que sempre se porte bem, estando carregado ou vazio, mais difícil é acertar uma picape. A Renault fez um excelente trabalho e fez muito bem em dotá-la de uma boa suspensão traseira independente.
O dia amanheceu quando estávamos na Rodovia Ayrton Senna. A aurora era fresca, mas o céu aberto e o vigor dos raios solares anunciavam um dia quente. “Meu reino por um café!”, era a frase que me vinha à mente, em parodia ao exclamado pelo Rei Ricardo III pedindo um cavalo para seguir na batalha. “Calma, Arnaldo”, me disse o Renato, que logo mais está programada uma parada em Jambeiro e lá deve ter o teu café!”
O sol ainda ia baixo quando saímos da Rodovia Carvalho Pinto e pegamos outra estrada, a Rodovia João do Amaral Gurgel, SP-103, para ir atrás do meu café. Esta tinha quase nada de movimento e é bem sinuosa. Vai se contorcendo por profundos e verdejantes vales. Um Fuscão encardido de terra se arrastava ladeira acima. O ronco do pobre motor boxer não era um ronco, mas um estrépito tão cacofônico que não dá para descrevê-lo como algo em funcionamento. Era mais como ferros em rebuliço anunciando uma iminente explosão derradeira, e mesmo assim ele, mesmo lentamente, empurrava o Fuscão morro acima.
Pobre Fuscão velho de guerra. Cuidam tão mal de você e você é manso, não explode. Range, mas aguenta. Talvez a lembrança de antigos e melhores dias — tive um novo e sei o quanto você foi valente e bem disposto — é que lhe dão as forças para sobreviver. Dizem que Cunha, cidade pela qual depois passaríamos, é a cidade dos Fuscas, de tanto Fusca que tem lá.
Luz e sombra se alternavam conforme percorríamos os vales. Encostas frescas e sombreadas, ainda sonolentas por estarem protegidas do sol nascente, se opunham a encostas já aquecidas e despertas. Entramos em Jambeiro, uma simpática cidadezinha de uns seis mil habitantes, e desembocamos na praça central, a do coreto. Havia uma pequena feira e, sendo cedo, ainda pouca gente circulava. O mês de abril é a época em que os milharais estão com os grãos no ponto ideal para fazer pamonha. Não só pamonha como curau. Comi curau do bom e me senti fortão. O cafezinho era cortesia da casa, ou melhor, da barraquinha da simpática senhora. E como o café combina bem com o curau!
Eu, por mim, tenderia a ficar por lá comendo curau do melhor e tomando café cheiroso e fumando meu cigarrinho e conversando com o pessoal da cidade para saber como é a vida por ali, o pessoal vive do quê? Que roça plantam? Que gado criam? O prefeito é ladrão safado ou é honesto? Onde os jovens estudam? E por aí vai, ficaria por ali, porque não gosto de sair de um lugar quando ele me é agradável; me aboleto, mas o Paulo e o Renato tinham lá um roteiro e uma programação horária que eles teimavam seguir, senão não pegariam luz boa para filmar e fotografar em tais e tais lugares. Que seja.
O primo e o Renato, para manter a forma, comem mais que eu e não se contentam só com curau, então eles já haviam programado uma parada para um café reforçado. Era no restaurante Bica do Curió, que fica na Rodovia Oswaldo Cruz, ali perto. A decoração do restaurante é bem sui-generis, com móveis e centenas de objetos cuja arte grita aos olhos, mas o atendimento é gentil e o que lá se come é do bom. Um farto e saboroso sanduíche e outro café me bastaram. Vou acabar engordando se continuar viajando com esses caras. Melhor; talvez assim eu pare de emitir barulhos de ossos batendo quando caminho.
Saímos da Bica do Curió em direção a São Luís do Paraitinga. Curvas de média velocidade se sucediam no asfalto novo. Motos de tontos passavam zunindo e colocando o traseiro fora do selim sumiam deitando nas curvas, como se estivessem numa corrida de Moto GP; como se soubessem o que havia adiante das curvas cegas, se asfalto bom e seco, se areia ou óleo, se caminhão indo devagar-quase-parando, se uma vaca desavisada, ou logo a morte com foice afiada e sorriso arreganhado. Piloto de moto não faz isso. Burro de moto, sim, e provavelmente não por muitas vezes. Eles deveriam buscar essas emoções numa pista de autódromo, onde, além de ser um local mais próprio, teriam a oportunidade de se medir com os pilotos de verdade.
Chegamos a São Luís do Paraitinga. Paraitinga é o nome do rio que corta a cidade. Ela foi ali fundada para dar apoio aos que transportavam o ouro vindo de Minas Gerais em direção a Paraty. De Paraty o ouro ia para Portugal, cujo reino era bonzinho e de nós tomava muito menos que o ganancioso reino de Brasília. Será que Portugal nos aceita de volta? A tal Derrama só nos tungava em 20%, um quinto do produzido. Se esse tal quinto originou a expressão “o quinto dos infernos”, que expressão merece a tungada de 40% que nos dá Brasília?
Enquanto o primo e o Renato filmavam e fotografavam, a Oroch rodando p’ra lá e p’ra cá num lugar de bonito visual, fazendo os tais “takes” deles, pedi para que me deixassem num banco à beira do caminho, que dava vista para a cidade. Em frente há uma ampla e moderna escola municipal. Era domingo e ela estava sem a alegre algazarra infantil. Fiquei torcendo para que ali, além da boa infraestrutura física houvesse também um bom nível de ensino. Observar as escolas é olhar com clareza para o futuro da cidade, do país. O resto é vago, além de efêmero.
A sabedoria da população é o que se pode ter de mais valioso. O sol já estava bravo e pelos seus ferozes ataques à minha pele notei que ele tinha intenções de me cozinhar ali naquele banco sem sombra. Como sei que o primo Paulo dá mais importância a fazer boas fotos que à minha integridade física, achei por bem ir atrás deles antes que eu virasse uma tocha de fogo.
Achei-os, eles também iam derretendo, mas estavam contentes com os tais “takes” que fizeram. Ligamos o ar-condicionado no máximo, tomamos uma água gelada que estava num pequeno congelador, o tal de “cooler”, outro opcional que veio, e fomos para o centro da cidade. Boa parte dela está mantida como antiga e é bem tratada. Casas antigas pintadas num variado e bonito colorido. Na certa a prefeitura incentiva esse cuidado. As moças de lá também são bonitas e bem tratadas, mas a prefeitura não tem nada a ver com isso.
Eles filmaram e fotografaram aspectos da bonita cidade, enquanto eu admirava as moças. Eu, por mim, ficava por ali mesmo, porque gosto de ficar onde estou numa boa, mas eles tinham lá o cronograma deles e estava previsto um almoço num restaurante legal, o Empório da Roça, e tocamos em frente. A especialidade da casa é o frango caipira. Comi um. Não deu para ver se o frango era caipira mesmo ou não, porque ele veio pelado, sem chapéu de palha, sapatão ou camisa xadrez, e não abriu o bico para eu ver se tinha sotaque, mas o bicho me desceu muito bem e não estou nem aí de onde ele veio.
Tocamos para a Cachoeira Grande, uma cachoeira grande; um programa convidativo em vista do calor africano que fazia. Era ali pertinho, nem meia hora de Oroch, com só um quilômetro de terra no final. Baita cachoeira! Tem bem uns 30 metros de largura por outros 30 de queda d’água, parte dela em queda livre. Essa água fria cai num lago raso, com nem um metro de profundidade e cujo fundo é de areia grossa. Uma garoa vaporenta e gelada se esvoaçava da queda, refrescando tudo em volta. Rodeando a cachoeira há uma espécie de anfiteatro natural, de pedras, sendo que um de seus lados estava sombreado enquanto o outro era banhado de sol.
Estava cheio de gente, já que era um domingo calorento, e o legal era que cada um ia para o lado em que a temperatura mais o agradasse para tomar cerveja, sorvete ou comer um rango pesado mesmo. A criançada estava a milhão, gritando felizes e correndo feito uns potrinhos coiceiros, e não tinha perigo de se verem em águas fundas, já que tudo era raso. Tinha lá uns caras parrudos metidos a valente que entravam debaixo daquele bombardeio de água e ficavam lá até saírem roxos fingindo que aquilo não era nada pra eles, e depois voltavam p’ra latinha de cerveja que compravam no bar ali na encosta. Contanto que não viesse um pedaço de pau de lá de cima, tudo bem. Tinha uns caras brutos lá que até que aguentariam a paulada.
Eu, por mim, ficava por lá mesmo, porque prefiro ficar onde está bom do que arriscar a me dar mal, mas aqueles dois acham que mandam em mim e me tocaram de lá porque a gente tinha uma programação séria a seguir e íamos para Cunha. “Tudo bem, mas agora eu vou é de moto!”, repliquei, já cheio de bancar o motorista p’raqueles folgados.
Baixamos a Bros 160. Foi moleza baixá-la. Rapidinho. Me mandei e eles foram atrás. Na estradinha de terra a Bros foi muito bem. Vai macia, leve e rápida. Ela tem injeção eletrônica em vez de carburador, o que deixa seu motor com um funcionamento bem afinado.
Passamos por Lagoinha a caminho de Cunha. Cidade pequena, Lagoinha; bem interiorana, e num domingo de tarde é claro que estava tudo parado. Gente parada, ar parado, nem uma folha se mexendo e ninguém querendo se mexer. Dava para chutar um cachorro dormindo na porta de casa que a preguiça o impediria de reagir. Só umas velhinhas rijas e enrugadas saíram de casa e parecia que marchavam para fazer alguma coisa. Só podia ser coisa de religião. Atrás de sexo é que não era. E essas são as duas únicas motivações com forças para tirar alguém daquela modorra.
De Lagoinha tocamos para Cunha. Fui de moto na frente e sumi de vista, e esse foi um dos mais gostosos passeios de moto que já fiz, o que confirma a minha opinião de que basta uma moto em ordem para que, independente de sua potência, se estrada for vazia e cheia de curvas, tenhamos uma mui agradável experiência. E essa estradinha que sai de Lagoinha em direção a Cunha — a Rodovia Nelson Ferreira Pinto, SP-153 — tem bom asfalto, é cheia de curvas num sobe e desce e passa por uma linda região rural, com currais, matas, lagos e pastos com cavalos e gado leiteiro pastando de boca cheia à sua beira. E com moto não só se vê por onde se passa, mas se cheira, se sente na pele.
E foi assim, por uns 40 quilômetros, nesse enlevo; tanto que eu, por mim, quando desemboquei numa estrada movimentada — a SP-459 Rodovia Paulo Virgínio — daria meia volta e ficaria indo e vindo nessa adorável estradinha, já que gosto de seguir fazendo o que me faz bem, mas o Paulo e o Renato chegaram esbaforidos ao entroncamento em que os esperava e falaram que tinham que aproveitar o resto de luz que o dia nos dava para seguirem filmando e fotografando. Que seja. Essa estradinha vai continuar lá e voltarei a ela.
Passamos rápido por Cunha, o que foi uma pena, porque li que ela tem muitos atrativos, dentre eles uma cerâmica artística muito boa mesmo, além de um clima excelente, já que ela se situa a 950 metros de altitude. O ar já estava fresco, como costuma acontecer ao cair da tarde nas montanhas, e assim, a caminho do Moara Empório Café, comecei a passar frio por estar de moto. Paramos para um bom expresso com bolo de banana, ambos soberbos. Ali vendem bastantes objetos de decoração, de bom gosto, e comprei dois quadrinhos para meus netinhos, um de um Alfa Romeo 8C, carro que corria os Grand Prix na década de 1930, e outro de uma moto de corrida Norton Manx, marca que venceu vários Tourist Trophy. Se é para eles gostarem das máquinas, como parecem gostar, que conheçam a sua rica história.
O Moara Empório Café fica já bem perto da descida da Serra do Mar. O primo Paulo topou passar frio de moto e daí foi ele nela. Descemos pela estrada que corta a reserva florestal. Ela ainda não está terminada e sua construção segue rígidos padrões para que cause o mínimo de impacto ambiental, tanto que é feita de bloquetes, em vez de asfalto, creio para que permeie a água de chuva, e tem alambrados que a margeiam, para evitar o atropelamento de bichos.
Deve ter bueiros por baixo da estrada, para que os bichos tenham como cruzá-la, senão aquilo vira um Muro de Berlim para eles. E assim se vai por entre a mata alta e densa, até que numa curva se vislumbra, lá embaixo, junto ao mar, Paraty. Uma pedra monumental, tipo a do Pão de Açúcar, se eleva verticalmente à nossa esquerda. Cena linda, porém fugaz, já que não há um só belvedere onde se possa parar para curtir o visual. O Renato só conseguiu filmar um “take” dessa vista porque é atento e rápido no gatilho. O Paulo desceu despinguelado e na certa nem viu aquela baita pedra nem nada. Só a teria visto se ela estivesse tapando a estrada.
Eu, por mim, teria ficado lá, tranquilo, olhando aquela pedrona até que ela se mexesse, mas…
Paraty é mergulhar no passado colonial. O centro histórico é calçado com pedras irregulares, nos parecendo que andamos sobre um longo doce pé-de-moleque que não nos gruda os pés, mas escorrega. Mulher nenhuma usa salto alto por ali, senão torcem os tornozelos, daí que elas parecem ser mais baixas do que estamos acostumados. Jantamos ao ar livre num restaurante cujas mesas eram postas na rua em frente a uma antiga praça que ladeia uma igreja barroca.
Pizza boa, cerveja, e música ao vivo vinda de um violeiro cujo longo fio que alimentava o amplificador de sua caixa de som, por curiosidade, segui após o jantar. Eu queria saber de onde esse cara puxava sua energia elétrica. Andando, passei por um grupo de rappers bonzinhos fazendo som, outro de música sertaneja e por outro que entoava música evangélica. Depois de andar uns duzentos metros seguindo aquele fio, desencanei e voltei para a mesa para ver se os meus amigos ainda falavam coisa com coisa.
Paraty é bem legal para casais. Não parece ser legal para azaração, como dizem, paqueras, porque todos parecem estar acompanhados. O ambiente convida a isso, a querermos estar acompanhados de quem a gente ama. E eu ali acompanhado do Renato e do primo Paulo… Era melhor ir logo dormir para amanhã de manhã estar bem disposto para pegar onda em Ubatuba. As pranchas vieram para isso, ora!
Surfamos no canto esquerdo da Praia do Félix, que fica ao norte de Ubatuba. Fazia exatos quarenta anos que a havia surfado pela última vez e, gozado, me lembrava perfeitamente de suas ondas. A água estava morna e translúcida e apesar das ondas estarem pequenas a praia de tombo as deixa rápidas e fortes, cavadas. Além do mais, surfista que é surfista se diverte em qualquer mar com qualquer prancha. E nos divertimos paca.
O Renato é surfista da pesada, gosta de onda havaiana bomba, mas estava feliz brincando ali. O primo Paulo está meio destreinado e preciso dar um jeito nele para ele voltar a surfar legal. Ele é o tipo do cara que fica animado fácil e vai ser fácil.
Eu, por mim, teria ficado lá, surfando até anoitecer, já que gosto de…
A Oroch foi uma boa companheira, também.
AK
Fotos e mobgrafias adicionais