A Faurecia, empresa francesa presente em 34 países fornecendo sistemas de acabamento interno e externo, bancos e sistemas de escapamentos e controle de emissões de poluentes, está desenvolvendo um sistema chamado de Exhaust Heat Power Generation (EHPG) — geração de energia pelo calor do escapamento — um conjunto de elementos que converte o calor dos gases queimados pelo motor em eletricidade ou energia mecânica. A base teórica é um ciclo Rankine, e o objetivo é a economia de combustível.
O sistema é teoricamente simples. Aproveita-se parte dos aproximados 30% de energia do combustível que são perdidos em calor e saem pelo escapamento. Esse calor passa por um evaporador, que o usa para aquecer um fluido, passando-o de líquido para gasoso. Esse vapor gira uma turbina indicado na figura como válvula de expansão, pois é aí que ela se localiza, criando energia mecânica, que pode ser usada para girar um motor elétrico, ou um alternador, ou através de caixa de transmissão, diretamente às rodas. Depois de passar pela turbina, o vapor vai a um condensador onde esfria, e retorna ao estado líquido, sendo movido por uma bomba elétrica de volta ao evaporador.
Não há nenhuma novidade teórica aqui, apenas a aplicação dessa forma é que nunca havia sido pensada anteriormente. O fluido usado nos testes até o momento não é divulgado, mas tal qual um gás de sistema de ar-condicionado, deverá ser algo já existente e comercial.
Pelas avaliações feitas até agora, a economia de combustível pode chegar a 8% em um carro normal, e 5% em caminhões, que são vistos pela empresa como o maior mercado, já que nos pesados há mais espaço para a instalação de um sistema como esse, mesmo em veículos já disponíveis. Para os carros, haverá a necessidade de, na maioria das vezes, adicionar o sistema na fase inicial de projeto. A emissão de poluentes também diminui, como consequência direta do menor consumo.
“O EHPG trabalha como uma usina de energia, mas nesse caso nós adaptamos a tecnologia aos enormes desafios dos carros e caminhões, como tamanho, potência, peso, etc. Esta é a verdadeira inovação” afirmou Luc Herbin, executivo-chefe de Tecnologia da divisão de Tecnologias de Controle de Emissões da Faurecia.
Segundo a empresa, em cerca de cinco anos haverá veículos já equipados com o sistema disponível no mercado.
JJ