O Rally dos Sertões iniciou sua 24ª. edição nesse sábado, 3 de setembro. E eu estou lá, participando — e junto comigo o AUTOentusiastas.
O “Sertões” — como é conhecido no mundo do off-road, o chamamos numa forma reduzida — é o maior evento off-road do Brasil. Esse ano serão mais de 3.200 quilômetros entre Goiânia (GO), onde o Parque de Apoio dos competidores está montado no Autódromo Ayrton Senna, e Palmas (TO), onde os competidores chegarão na Praia da Graciosa, às margens do rio Tocantins.
A prova é dividida em três modalidades:
- Cross Country – velocidade, onde ganha o mais rápido e exige veículos com equipamentos de segurança (gaiola, bancos de competição etc);
- Regularidade – onde ganha quem mantém as velocidades médias pré-determinadas com mais precisão; veículos com tração 4×4 original podem ser utilizados;
- Expedition – apenas “passeio” pelo roteiro, sem competição.
Em cada uma das modalidades, algumas categorias dividem os competidores entre tipo de veículos e experiência. Para o Velocidade, carros protótipos, carros de “produção” quase originais, motos, quadriciclos e UTVs (Utility Task Vehicles) compõem o grid; para o Regularidade, experiência (Graduados para aqueles que já tiveram bons resultados em outros campeonatos e Turismo para os demais).
Nos carros, esse ano teremos 38 veículos no Cross Country e 15 veículos no Regularidade. Interessante citar que a modalidade Regularidade está de volta ao Rally dos Sertões depois de dez anos; foi no já distante ano de 2006 que o Sertões teve pela última vez essa modalidade, que é bastante comum em vários campeonatos pelo Brasil afora.
Acompanhando
Para quem quiser acompanhar o andamento da prova, já que ela tem sete etapas entre 4 e 10 de setembro, vale a pena conferir no site oficial (clique aqui) ou nas redes sociais, como o Facebook (clique aqui).
Na TV, a ESPN fará cobertura com um programa diário, exibido às 00h30 de cada dia a partir de hoje (4 de setembro).
Rali de regularidade
E é nessa modalidade que estou inscrito com o carro 404 ao lado de meu navegador, o Poka (Cláudio), que os leitores do AE já “conheceram” na matéria sobre o Rali de Regularidade de Interlagos do Jan Balder. Vale citar que fora a prova de Interlagos, não piloto num rali de regularidade off-road desde 2008. Mas também vale citar que já tive bons resultados nesse tipo de prova, como, por exemplo, fui Campeão Paulista em 2006.
Nessa modalidade, diferente da Cross Country, não obtém melhores resultados aqueles que são mais rápidos. No Regularidade, como o nome já diz, a ideia é manter a maior precisão possível nas velocidades médias impostas pelos organizadores a cada trecho do roteiro. E, claro, a ideia sempre é impor médias que sejam ao mesmo tempo seguras e desafiadoras.
No trajeto normalmente existem alguns desafios de roteiro que requerem atenção do navegador e habilidade do piloto para não se perder, já que nenhum dos competidores conhece o caminho e precisa o tempo todo estar atento ao Road Book (ou planilha de navegação). E como estamos falando de um trajeto off-road, ainda temos as dificuldades naturais do caminho para vencer, que nos desafiam todo o tempo.
Nosso carro é uma Ford Ranger XLS 2017, cabine dupla, motor 2,2-l turbodiesel de 160 cv, câmbio automático de 6 marchas com reduzida, tração 4×4 do tipo part-time (temporária), completamente original, inclusive pneus. Saímos com ela de São Paulo com apenas pouco mais de 3.500 km rodados desde que a comprei. E conto isso em detalhes apenas para mostrar a vocês como é possível participar desse tipo evento com um veículo absolutamente original.
Na nossa Ranger, além do que ela tem de série, apenas os equipamentos eletrônicos de navegação, rádio de comunicação do tipo VHF e GPS Garmin Montana 650 para navegação complementar.
A Equipe
Quando tomei a decisão de participar do Regularidade do Rally dos Sertões contei para alguns amigos próximos. E um deles, o Sebastian, se interessou em participar, mesmo não tendo qualquer experiência anterior em provas de regularidade, embora tenha bastante experiência off-road. E, além disso, optou por convidar outro amigo como navegador, o Fabrício, que nunca navegou em provas de regularidade e estreará justamente no maior deles. E, assim, formamos uma equipe com dois veículos. Além da Ranger estamos com uma Mitsubishi L200 Triton 2016 completamente original também, com exceção dos pneus, que foram substituídos por modelos All-Terrain.
Então, veio o “trabalho” de criar um nome de equipe. Como não tínhamos e não temos pretensões “sérias” de resultados nesse rali, pensamos num nome divertido e que nos identificasse.
E foi assim que surgiu a “Los Gordos Rally Team 4×4”. Explico o “começo” do nome em espanhol porque o Sebastian é argentino, mas mora no Brasil há muitos anos. O restante do nome para quem nos conhece fica fácil entender o motivo…
Nos próximos dias, conforme houver tempo e internet de boa qualidade (o que nem sempre acharemos no nosso roteiro) atualizarei o leitor ou leitora com algumas histórias e acontecimentos de nossa participação.
Após o final do rali farei uma matéria mais extensa e detalhada sobre o evento, histórias, resultados e, claro, um pouco sobre a nossa atuação.
Abraços 4×4, mantendo a velocidade média agora…
LFC