Há quinze anos mercado sinaliza o futuro imediato: utilitários esporte, com aparência ou capacidade de vencer dificuldades em mau asfalto ou na falta de estradas. O Ford EcoSport primeira geração trafegou sozinho, após seguido pelo Renault Duster. Agora, apesar da continuada queda geral de vendas, quase todos os fabricantes apostam nesta configuração para retomar vendas, participação de mercado, manter empregos, sorrir.
Coluna foca em cinco novidades:
Creta – Veja como surpresa na não menos surpreendente Hyundai. Nome se refere à marca coreana instalada industrialmente em Piracicaba, SP. Produto é inesperado quando se imaginava vê-la limitada a criar versões sobre plataforma de seu monoproduto HB20.
Motorização quatro cilindros em linha, posição transversal, em 1,6 litro e 130 cv e 2 litros e 166 cv, câmbio manual e automático de seis marchas. Meados de janeiro, entre R$ 73 mil e R$ 99.500.
Vitara – o da foto de abertura. Coisas do mercado, era o maior da marca e, ao contrário da tendência mundial, em vez de crescer, reduziu-se. Exibe a atual filosofia da Suzuki, regime de peso para manter-se hábil a ser deslocada pela conhecida motorização de 1,6 L-4, aspirada, 126 cv. Ou pelo novo motor da família, 1,4 turbo, gerando 146 cv.
Produto importado, pequena em porte no Brasil, ágil, sua representante SVB trabalhou com a rede de revendedores oferecendo possibilidade de personalização. Não apenas por acessórios, como também pela combinação de cores na carroceria — grade frontal, moldura do extrator de ar, aerofólio, retrovisores, materiais no interior, revestimento do painel etccc.
New Tucson – Herdeiro distante do Tucson, mantido em produção pela CAOA Hyundai em Anápolis (GO), é outro veículo, com as atualizações e desenvolvimento. Emprega novo motor 1,6, injeção direta, turbocompressor. Faz 177 cv, 27 m·kgf de torque, levados às rodas por câmbio robotizado de duas embreagens e sete marchas. Inteiramente novo, construção por aços especiais aumenta rigidez da carroceria diminuindo transmissão de vibrações, cuidados internos, mais espaço aos passageiros, versões GL e GLS. Preços a partir de R$ 138 mil.
Credenciada Hyundai produz antigo e novo Tucson e o ix35.
Captur – Versão brasileira, elegante, construída sobre plataforma do Logan, duas motorizações, 1,6 e 2 litros, câmbios manual de seis e automático com quatro marchas, e preços competitivos, de R$ 80 mil a R$ 95 mil, o Renault Captur tem tudo para ser estrela de vendas. Agora, pelo sítio, por encomenda. Em fevereiro nas lojas.
JAC T5 CVT – Se você identifica carro chinês como o mais equipado e a menor preço, terá no T5 CVT o mais chinês dentre os chineses. É a nova bandeira da JAC no Brasil, com promessa de montagem na Bahia. É um utilitário esporte sem as habilidades de andar em lugares fora de estrada, contendo equipamentos apenas usuais em veículos superiores, controle de cruzeiro, ar-condicionado digital, kit multimídia, tela de 20 cm, câmera de ré, controle de estabilidade, câmbio automático CVT, demanda de 75% das vendas no segmento, e menor preço para desenhar sua pretensão de mercado: mais por menos.
Rodou 600 mil km em testes no país para sintonia fina ante condições nacionais e porta câmbio continuamente variável com seis marchas virtuais e dois programas Drive, Sport — elevando a faixa de rotações do motor para a troca de marchas —, ou pelo motorista. Emprega o motor comum à versão T5 manual: 4 cilindros em linha de 1,5 litro, 16 válvulas, comando variável na admissão. Flex, faz 125/127 cv de potência e 15,5/15,7 m.kgf de torque a 4.000 rpm. Menor preço da categoria, provisórios R$ 69.990.
Roda-a-Roda
Arteon – Volkswagen anunciou o substituto de seu sedã CC — antigo Passat CC. Será o Arteon, maior e mais aerodinâmico, factibilização do conceito mostrado no Salão de Genebra de 2015. Cidade suíça será a primeira a vê-lo em março próximo. Razão da troca, substituição pela plataforma MQB.
Mais – Sedã com apelo esportivo, seguindo nova moda de perfil em 2 e ½ volumes, tampa traseira inclui o vidro posterior. Gostas do CC? VW no Brasil ainda tem unidades, significando margem para desconto.
Jogo duro – Projeto de novo picape Peugeot, antecipado pela Coluna, a ser desenvolvido com a sócia chinesa Dongfeng, bifurcou-se. Primeiro caminho, picape jogo duro, rústico, para o mercado africano, com produção na Tunísia.
Conforto – Outro ramo será para produto ao gosto do mercado sul-americano: enfeitado, imponente e poderoso. Linha de picapes da Dongfeng foi criada sobre Nissans. Brasil e Argentina disputam sediar a produção no Mercosul.
Razão – Nada de simpatia, mas a PSA desenvolve o mais atrevido plano de retomar mercado e, em sua história, dominou alguns mercados africanos. No Mercosul a presença de picapes de luxo não é apenas característica. É lucro.
Fidel – Com a morte de Fidel Castro, sítio Autoblog resgata história interessante: o protesto do General/Presidente Ernesto Geisel contra a venda pela Argentina de sensível quantidade de veículos a Cuba, rompendo o acordo com os EUA de impor bloqueio econômico à ilha. Mandou Ford Falcon, Dodge 1500, Fiat 125, Renault 12, Citroën Ami, caminhões, picapes e tratores.
Tecnologia – Troller recebeu prêmio de melhor produto pela Society of Plastics Engineers, SPE. Razão, no fabricar seus jipes deixou a tradicional laminação de compósito de fibra de vidro, adotando processo de compressão a quente.
Razão – Ford, dona da empresa, mudou o produto e adotou processo industrial à altura, reduzindo a feição artesanal. Garante resistência e, para alegria de usuários e revendedores, padroniza dimensões das peças.
Desenvolvimento – Mercedes aproveitou o IAA, maior salão de veículos comerciais, Alemanha, e anunciou ao mundo fazer pista de testes para caminhões no Brasil. Complementa o Centro de Desenvolvimento Tecnológico.
Como é – Área de 1,3M m² — 54 alqueires paulistas ou 27 goianos —, 25 km de extensão, 18 pistas de asfalto, 7 de terra e concreto. Investimento de R$ 70M — fica na antiga fazenda de cana, em Iracemápolis, SP, fábrica dos automóveis —, pronta no 2º semestre.
Mercado – Philipp Schiemer, presidente da marca no Brasil, prestígio: vendas da Mercedes caíram 60%, despesas crescem junto com o prejuízo, conseguiu autorização da matriz para ampliar investimentos com a pista.
… II – Pista e Centro colocarão a Mercedes em posição de única marca de caminhões íntima da realidade das dificuldades viárias e seu entorno no Terceiro Mundo, apta a desenvolver soluções para estas desafiantes agruras.
Negócio – Localiza disse ao Valor Econômico estar aberta a fusões e aquisições. Na prática é reação à evolução da locadora Movida, já a segunda do mercado. Terceira, a Unida deve abrir o capital. Pelo visto há exceções nas quedas nos negócio com automóveis. Localiza e Movida focam mesma operação: aluguel de novos e venda de seminovos comprados a preços irreais.
Início – BMW Motorrad, braço de motocicletas da marca alemã, criou novo modelo para ser primeiro degrau em sua escala de preços no mercado nacional. É o F 700 GS, Big Trail, hábil ao uso diário e fora de estrada. R$ 40 mil.
Mais – Grosso modo é simplificação do modelo 800 GS com mudanças caracterizadores, como o menor volume, perceptível pelo banco mais baixo — 82 cm — relativamente ao modelo inspirador. Mecânica idêntica, motor bicilíndrico, 8V, 798 cm³, 75 cv a 7.300 rpm, injeção direta, câmbio de 6 marchas.
Mercado – Italiana Ducati, empresa Volkswagen, bateu recorde de crescimento em novembro: 5,1% do mercado. Na média em 2016 vendeu 100 unidades mensais. Vê como responsável lançamento modelo Xdiavel: em seis meses vendeu ¼ do volume da marca. Revista Duas Rodas elegeu-a Moto do Ano.
Preparo – Disposta às conquistas em provas de resistência, Porsche construiu versão do mítico 911 para ser referência. É o GT RSR. Inteiramente novo em projeto, plataforma, baixo peso, motor entre-eixos traseiro, seis cilindros opostos, 4,0 litros de cilindrada, 510 cv, caixa de magnésio, 6 marchas.
Pacote – É continuidade ao desenvolvimento da geração de motores de seis cilindros com a novidade de não utilizar turbocompressor. Conteúdo para otimizar resultados e, como bons carros de corrida, servir de laboratório aos de produção. Banco preso ao chassi, e pedais ajustáveis. Estreia em Daytona, EUA, janeiro.
Fórmula 1 – A inesperada saída de Nico Rosberg após ter ganho o título da Fórmula 1 gera ociosas especulações sobre razões alheias. Certa, é a dificuldade da Mercedes para preencher o lugar em sua equipe. Além dos pilotos de teste Pascal Wehrlein, Esteban Ocon há candidatos assumidos, como brincou pelo Twitter Max Verstappen, da Red Bull, e propostas não conhecidas.
Demora – Decisão será esportiva e empresarial. Afinal equipe é iniciativa muito cara, e a definição passará por competência ao volante e capacidade de convívio com o outro piloto, Lewis Hamilton. Tal situação exclui Fernando Alonso.
Gente – Luís Carlos dos Santos, 31, baiano, Melhor Motorista do Mundo. OOOO Ganhou o mundial Scania Driver Competitions, promovido pela marca — e um caminhão Scania Streamline R 440 0-km. OOOO. Fernando Siqueira, 72, jornalista, festa. OOOO Comemora 40 anos na especialidade com bem cuidada revista para marcar o feito. OOOO Ventos chineses se aproximam da presidência da Toyota. OOOO
Mais do melhor
Após a boa surpresa do motor 1,0 3-cilindros, Volkswagen inovou apresentando versão turbo, dita TSI, em julho de 2015. O pequeno engenho saltou 62 % em torque e 28 % em potência, produzindo respectivos 20 m·kgf e 105 cv.
VW aplicou-o no up! e sabiamente não agregou sigla de identificação esportiva como GT ou RS, mas acróstico com característica técnica: TSI, Turbocharged Stratified Injection, indicando o turbo e a injeção de combustível, diretamente na cabeça dos pistões. E o motor turbo passou a ser versão, a preço razoável, fazendo crescer vendas à aproximada metade do volume da produção. Não apenas a boa formulação comercial, mas os entusiasmantes resultados oferecidos pelo conjunto. O pequeno automóvel tornou-se performático e extremamente econômico.
Dirigi-lo é perceber a mudança conceitual. Até há pouco turbo indicava um adjutório de produção de potência em elevadas rotações, com falhas incômodas nos giros inferiores, provocando vazios nas respostas ao motor.
Nos atuais TSI foco é aumentar a potência em baixas rotações, sem exigir mudanças no jeito de dirigir, fazê-lo confortavelmente com menor necessidade de mudança de marcha e, se caso ou vontade, pedir insuspeita disposição do motor. Como disse a Coluna, TSI é um 1,0 que anda como 1,8 e bebe como 0,9.
Se no up! TSI a Volkswagen parecia ter atingido o nirvana mecânico, empresa deu passo à frente em extenso trabalho para elevar a potência a 125 cv e o torque de 20,4 m·kgf, com álcool. E o aplicou ao Golf gerando surpresa: com o pequeno TSI mantém-se esperto, indo de 0 a 100 km/h em menos de 10 s e reduzido consumo.
RN