Gostaria de compartilhar uma lição de humildade.
Quando eu era mais novo, estava indo fazer uma visita a um cliente em Franco da Rocha, região da Grande São Paulo. A certa altura da estrada velha para São Paulo, partindo de Jundiaí, encontrei um trator na pista a 30 km/h. Com muito custo e impropérios, consegui ultrapassá-lo, dissertando, na minha cabeça, os inúmeros motivos para aquele trator não estar trafegando numa rodovia e a tão baixa velocidade!
Chegando perto da empresa que ia visitar, saí à direita no acostamento, para aguardar para cruzar a pista e acessar a empresa, à esquerda. No entanto, não percebi que o acostamento, que não era asfaltado, estava coberto de lama e acabei por atolar o meu carro! Depois de muitas tentativas, para frente e para trás, só consegui piorar a situação. O que fazer? Chamar um guincho? Pedir para o motorista de algum veículo de tração 4×4 que por ali passasse, parar e me ajudar?
Quando ainda estava lamentando a minha inabilidade, eis que surge o trator que “estava me atrapalhando” na estrada. O senhor, dono do trator, parou e ofereceu ajuda para desatolar o carro. Quase não aceitei por vergonha, mas engoli a soberba e tudo acabou dando certo…
Foi uma lição que jamais esqueci. Desde aquele dia passei a ser paciente no trânsito com todos os motoristas — até com os tratoristas. E não me arrependo nem um pouco.
Wilson Bueno
Vinhedo – SP