A Mercedes-Benz apresentou ontem à imprensa o novo Classe C, revelado pela primeira vez no Salão de Detroit em janeiro. O destaque fica para as linhas mais fluidas e para o coeficiente de arrasto aerodinâmico (Cx) de apenas 0,24. É a quinta geração do modelo, que começou em 1982 (W 201) e que sucede a última (W 204) de 2007.
Chega em três versões: C 180, 1.595 cm³ de 156 cv e 25,5 m·kgf, C 200, 1.991 cm³ de 184 cv e 30.6 m·kgf, e C 250, de mesma cilindrada porém de 211 cv e 35.7 m·kgf; todos de injeção direta. As potências máximas ocorrem a 5.300 rpm nos dois primeiros e a 5.500 rpm no de 211 cv. O torque máximo, sempre de 1.200 a 4.000 rpm. Custam, respectivamente, R$ 138.900, R$ 154.900 e R$ 189.900. A garantia é de dois anos.
O Classe C cresceu, acompanhando uma tendência mundial da indústria automobilística. A distância entre eixos está 80 mm maior e chega a 2.840 mm, o comprimento total passou a 4.686 mm (95 mm mais) e ficou 40 mm mais largo, com 1.810 mm sem contar os espelhos. A altura aumentou em 15 mm, para 1.460 mm. O maior comprimento resultou num porta-malas de capacidade ligeiramente maior, mais cinco litros, 480 litros agora, e o entreeixos aumentado proporciona mais espaço no banco traseiro.
O C 180 é disponível em duas versões de acabamento, a mais esportiva Avantgarde e a mais clássica para o clássico Exclusive. O C200 vem só com acabamento Avantgarde, enquanto o topo-de-linha C 250 tem o sufixo Sport e é marcado por entradas de ar dianteira maiores, rodas de 18 pol., discos de freio perfurados e pinças pintadas de cinza, duas saídas (verdadeiras) de escapamento mais difusor traseiro e faróis totalmente de LED com sistema de inteligente de iluminação.
O interior do Sport, que foi o carro que dirigi entre a fábrica em São Bernardo do Campo e Sousas, próximo a Campinas, tem desenho AMG, o braço de veículos de alto desempenho da Mercedes-Benz, traz volante com base achatada de 365 mm de diâmetro, sapatas de freio e acelerador de alumínio, painel revestido de madeira preta sem polimento, revestimento dos bancos esportivos em couro natural e sistema Command Online com tela de 8,4 pol.
O câmbio é o 7G-tronic Plus epicíclico de sete marchas com prático e simples seletor na coluna de direção no lado direito, não havendo alavanca no assoalho. Toda operação manual é exclusivamente pelas borboletas atrás do volante. A sétima é bem longa, com 120 km/h a 2.250 rpm.
O grau de conforto e bem-estar a bordo é típico da marca, com ajuste elétrico dos bancos dianteiros, com três memórias para o do motorista, bem como ajuste elétrico de altura e distância do volante.
Na apresentação logo notei uma diferença importante no novo Classe C, que é a suspensão dianteira por braços superior e inferior, deixando de ser McPherson.
Em função da mudança veio a curiosidade de ver se a marca da estrela continuava com o elevado valor de cáster que torna o câmber da roda interna à curva bastante positivo com a direção toda esterçada: pois acabou, passou a ter alteração normal, significando revisão completa da geometria de suspensão dianteira.
O comportamento em curva é irrepreensível e a direção de assistência elétrica, como é de esperar, é perfeita. Um destaque é a altura de rodagem ser a mesma dos carros destinados aos países avançados, portanto nada de suspensão para “maus caminhos”, e o carro transpor lombadas sem nenhum problema.
Há o desliga-liga de série, que pode ser desativado, mas há duas coisas notáveis no sistema: uma, o religar motor é muito silencioso, mal se escuta o motor de partida acionar, e outra, com motor desligado a assistência elétrica permanece funcionando.
E por falar em desliga-liga, a partida é “à moda antiga”, por chave, que é minha preferência, mas a seqüência é automática, basta um toque e soltar a chave. O carro acelera de maneira convincente, com o 0 a 100 km/h em 6,6 segundos (C 200 em 7,3 s e C 180 em 8,5 s). Os três modelos atingem respectivamente, 250 (limitada), 235 e 223 km/h. Tanque de gasolina é de 66 litros, bom tamanho. Não foi divulgado consumo e ainda não há dados do Inmetro, mas com esse estado tecnológico e com esse Cx pode-se esperar um carro frugal em combustível, como se pode deduzir pelo consumo médio para a Europa, 18,9 km/l.
Há um controle de agilidade selecionável para quatro modos: Eco, Comfort, Sport e Sport+, este alterando inclusive o volume do som do escapamento mais o exótico pipocar nas trocas de marchas. No Sport+ o desliga-liga desativa-se automaticamente.
Houve redução de peso de 6o kg por meio do uso de alumínio resultando em peso razoável para o porte do carro, 1.480 kg, o que dá uma relação peso-potência de 7 kg/cv.
Esse novo Classe C será produzido na nova fábrica da Mercedes que esta sendo construída em Iracemápolis, no interior de São Paulo, em 2016.
Está aí, portanto, mais uma boa opção para quem quer (e pode) ter um importado premium na garagem. Proximamente iremos fazer o teste “no uso” com o novo Classe C, ocasião para explorar melhor o novo Mercedes e dar mais detalhes.
BS
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