Coluna 4014 1º.out.2014 rnasser@autoentusiastas.com.br
Volkswagen anunciou a produção do sedã Jetta em sua fábrica de São Bernardo do Campo, SP. Início industrial em princípio de 2015, mas quem quiser vê-lo deve ir ao Salão do Automóvel, São Paulo, 30 de outubro a 9 de novembro.
Não é, como se poderia projetar, lançamento mundial do sedã feito sobre a criativa plataforma MQB, onde se baseará o Golf nacional, a partir do segundo semestre do próximo ano no Paraná. É o modelo atual, bem conhecido, pois à venda aqui, importado do México, construído sobre a plataforma PQ35, estrutura dos Golf das gerações V e VI — a atual é a sétima do Golf. Dois motores 2,0 a escolher. Um, aspirado, cerca de 120 cv, para carros de frota e serviços, e outro turbo, 16 válvulas, em torno de 200 cv para quem gosta de segurança e alegria.
O modelo não será exatamente igual aos encontráveis nos revendedores da marca. Sofrerá mudanças estéticas de meio do ciclo industrial, sinalizando existência e convivência entre plataformas para os próximos três ou quatro anos. Relativamente ao atual modelo mexicano haverá uma implementação de conteúdo tecnológico e de confortos, atual caminho de sobrevivência no caminho escuro e pantanoso de nosso atual mercado.
Razões
Como a Coluna antecipou há dois anos, pelo fato de a administração de Thomas Schmall à frente da VW do Brasil ter conseguido re inseri-la na estrutura de importância da marca, definiu-se igualar produtos e produção. Fazer uma Conexão Tecnológica, como resume Schmall. Ou seja, por um lado atualizar o país relativamente aos veículos da marca feitos em outros países. A outra face é cortar gradualmente as exceções peculiares ao nosso mercado.
O Brasil é base importante para a marca cumprir seu desiderato: ser líder mundial em produção e vendas.
Produzir o Jetta — o nome na Europa é o de uma corrente de vento frio e forte — no Brasil mostra outro desdobramento da postura de comunizar mundialmente os produtos, também conseqüência de outra definição igualmente contada na Coluna: a Volkswagen quer aumentar sua participação no mercado da América do Sul. Nele, brilha na Argentina e no Brasil, porém nos restantes países, embora mercados pequenos, é apenas marca adicional em meio à briga de foice com produtos de todo o mundo. Dividir a produção com o México, de onde importamos o Jetta, significa polir as armas, aumentar as facilidades para exportar aos países vizinhos a partir do Brasil.
Paris, Salão, novidades
Em medida de fazendeiro, o Salão do Automóvel em Paris ocupa dois alqueires goianos, ou quatro destas medidas paulistas: 96.000 m², espalhados em nove pavilhões. Abre à imprensa dia 2 e ao público, ansiado em sonhático e inalcançado milhão de visitantes, dia 4, para apresentar umas cem novidades entre produtos novos, meias-solas, propostas de tecnologia. Em mais um ano com redução de vendas em quase todos os continentes claro ficará, crise só ocorre para quem conta dinheiro e analisa sua capacidade de compra. Aos gravitantes em círculo maior, os carros que lhes falam aos sentidos, por exemplo Ferrari, em seu modelo 458 Speciale A, de aperto, aberto, conversível. Motor V-8, 605 cv, 55 m·kgf para o mais veloz spyder da marca, em 499 unidades pintadas em amarelo com faixa azul e branca.
-Lamborghini volta após quarenta anos com modelo em quatro portas. Mercedes performático, agora em nova marca AMG com o GT apresentado à imprensa há 20 dias. Paris conhecerá seu preço de concorrente de Porsche 911. Coisa de rico elegante, Bentley Mulsanne Speed.
No pacote de tecnologia, o Citroën Cactus Airflow 2L. A sigla numérica indica o consumo à moda européia, 2 litros por 100 km rodados. E Peugeot 208 HYbrid Air, com a mais factível e barata tecnologia híbrida, o ar comprimido. Citroën e DS, sua nova marca Premium, exibindo o sedã Divine.
No pacote da razoabilidade, o Jaguar XE, um downgrading na marca. O menor de seus produtos, competidor de BMW Série 3 e Mercedes Classe C, vem puxado pelo novo motor Ingenium, dois litros, quatro cilindros, 16 válvulas, injeção direta, versões com 163 e 180 cv. Passo de coragem, os indianos da Tata, donos da marca, abandonaram os motores Ford EcoBoost e criaram produto próprio. Interessante, usa a mesma base em alumínio para fazer versões nos ciclos Otto e Diesel, enquadra-se com folga na legislação de emissões, e crava 25 km/l! Será importado para o Brasil. Participará do segmento onde seus concorrentes registram os maiores números de venda.
Produtos tangentes ao nosso pequeno mercado de importados, o Mini cinco portas, o Renault Espace, resgatando um de seus sucessos. Bem enfatizado, o novo utilitário esportivo Volvo XC 90 decepciona. Cópia enjambrada do VW Tiguan.
RODA-A-RODA
Xing Ling – Lifan, chinesa com montagem em Montevidéu, inicia internar seu modelo 530, primeiro automóvel após assumir a antiga representação. Marca hoje monta no vizinho país o utilitário esportivo X60 e o pequeno picape Foison.
Voyage – Foco do chinês é o cliente do Voyage. Dimensões assemelhadas, motor 1,5 litro, 16 válvulas, comandos variáveis, boa potência – 103 cv a 6.000 rpm e torque adequado: 13,5 m·kgf entre 3.500 e 4.500 rpm. Promete bom conteúdo: freios a disco nas 4 rodas em liga leve, ar-condicionado, direção com assistência elétrica, vidros, travas e retrovisores com acionamento elétrico..
R$? – Revendedores apontam para valor tangente aos 40 mil. Deve ser menos. Quatro dezenas de milhar é preço de Fiat Grand Siena com mais espaço e motor.
Mercado – Fiat iniciou vender seu picape Strada no México, cabine simples e dupla com três portas. Entretanto não os apresenta com sua marca e tipo conhecido aqui e na América Latina, porém como Dodge RAM 750. Pega carona na imagem das agora primas parrudas e impositivas.
Mico – Jornalistas presentes à pré-apresentação do Mustang na Califórnia acharam alguma coisa especial no rugido do automóvel, tracionado por motor L-4, de 2,3 litros, EcoBoost (turbo) com versões de 163 e 180 cv.
171 – Procura, asculta dentro e fora do carro, os da revista Road & Track retiraram o fusível elétrico do sistema de som — e o barulho do motor se foi. Não era som de coisa mecânica, como um automóvel, mas som eletrônico. O nome do engodo é Active Noise Control. Versões mais potentes o dispensam.
Universal – Um século depois de Henry Ford apelidar o Modelo T como Universal Car, a Ford se ligou e quer fazer o mesmo com o Mustang. Desenvolveu-o mesclando com presumidas exigências de diversos mercados, para deixar de ser ícone norte americano e ser carro de atuação mundial.
Risco – Ministério da Justiça informa, Ford abriu chamada pública para trocar cilindros de ignição, fechadura da porta do motorista e chaves dos Novos Ka. Razão, súbito e involuntário desligamento do motor, colocando usuários da via em perigo. Má notícia, o Ka inicia vender com defeito de fábrica. www.ford.com.br.
E, – Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do mesmo MJ comunica, Harley-Davidson chama para troca do cilindro-mestre do freio dos modelos Street Glide, Ultra Limited, CVO Limited e CVO Breakout 2013 e 2014. Para conferir, 0800 724 1188.
Referência – Chip Foose, personalizador de automóveis, esteve no Brasil como Embaixador da 3M. Revista Car and Driver pediu e, em sete minutos, produziu customização para VW Gol: rodões, frente rebaixada, faixa colorida envolvente, a partir dos pára-lamas frontais, passando pelas maçanetas.
Futuro – Simpático, disse tais trabalhos no Brasil têm qualidade e criatividade. Preocupado pela queda de interesse dos jovens por automóvel, a seu ver causada em parte pela ausência de oficinas práticas na grade curricular, criará prêmio para a melhor customização feita por jovens entre 16 e 20 anos.
Apoio – Mahle Metal Leve e Finep, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, aplicarão R$ 285M no aprimorar tecnologia para o desenvolvimento sustentável do país. Bobeamos e ficamos para trás em tecnologia e custos.
Pé no Chão – Toyota se prepara a voltar à antiga sede, onde ficava a produção dos jipes Bandeirantes, na Estrada do Piraporinha, São Bernardo do Campo, SP. Empresa superou a fase de deslumbramento, errou separando escritório e produção, e fará economia deixando alugado endereço nobre em São Paulo, voltando para seu imóvel.
CalendAlfa – Victor, revendedora de peças Alfa na França, preparou calendário com cromos italianos. Coisa elegante e bem produzida. P’ra barato não serve: 25 euros – uns R$ 80. Afim? www.victorparts.com
Mercado – Brasvel, conhecida empresa em Belo Horizonte, importadora de veículos novos e agente de antigos, amplia serviços: lanternagem, pintura e restauração em geral, pagamento em quatro vezes por cartão de crédito. www.brasvel.com.br
Boa – Irmãos Rogério e Roberson Azambuja, colecionadores de peso em Passo Fundo, RS, negociaram com Carlos Eduardo Tato Warlich, o prédio do museu Anos Dourados, desmobilizado há anos na turística cidade de Canela.
Mais um – Reabri-lo-ão com exposição inicial de 60 unidades — metade do acervo fraterno. Os Azambuja têm a mais relevante coleção de nacionais. O Museu do Automóvel, nome fantasia, mesclará o acervo com importados.
Continua – O Museu Anos Dourados, dito Museu do Tato, continuará em São Francisco de Paula, a 70 km de Gramado/Canela. Juntos com a coleção Hollywood Dreams, focada em automóveis americanos e motos Harley-Davidson, formarão a maior densidade geográfica museu de automóveis/km² no país. Tomara que o Estado do Rio Grande do Sul aproveite a ocasião e promova roteiros e viagens turísticas para conhecer o acervo.
Retífica RN – Coluna passada falou da nova regra isentando Imposto de Importação aos veículos híbridos. Projetou redução de preços em Toyota Prius e Ford Fusion. Raciocínio não vale para este, mexicano, importado por cota isenta do II.
Gente – Arnaud Charpentier, francês, amplas experiências na Nissan em ações internacionais, nova experiência. OOOO Diretor de Marketing. OOOO Momento delicado, a marca tropeça nas baixas vendas do recém-lançado March. OOOO Ex-ocupante do cargo, Murilo Moreno, que tornou a marca conhecida, saiu para ano sabático. OOOO Dá um tempo pessoal. OOOO Bertrand Blaise, francês, 49, pós-graduado em Comunicação, novo diretor mundial de comunicação da PSA, holding de Peugeot e Citroën.OOOO
RN
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