Agentes americanos ordenaram formalmente à Takata Corp. que participe de uma convocação nacional pelas bolsas infláveis defeituosas, argumentando que o procedimento conta-gotas para reparar uma falha mortal em milhões de carros é insuficiente.
A Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário (NHTSA) intimou a Nakata esta semana para que envie um relatório até 2 de dezembro admitindo haver um defeito “nos infladores das bolsas infláveis do lado do motoristas e que tem abrangência nacional.
O não cumprimento da intimação pode levar a Nakata a aplicar multas cíveis de US$ 7.000 por violação.
A NHTSA já pediu aos fabricantes que tratem do assunto bolsa inflável como defeito que requer convocação nacional, citando incidentes ocorridos fora dos estados de alta umidade objeto das campanhas de convocação iniciais.
A ordem, vindo uma semana antes da segunda audiência no Congresso sobre a questão, efetivamente procura compelir a Nakata a fazer o mesmo e dar passos mais efetivos para garantir um suprimento de peças de reposição que atenda à demanda nacional.
Na semana passada a empresa manifestou-se contra a determinação da NHTSA para expandir as campanhas regionais que inicialmente focavam oito milhões de carros em estados americanos de alta umidade.
A Takata disse que convocar veículos de outras áreas, onde o risco de mau funcionamento é menor, agravaria a falta de peças e a lentidão dos reparos.
“A Nakata não deu justificativa para limitar a cobertura geográfica à região de alta umidade absoluta,” disse o chefe do escritório de Investigação de Defeitos da NHTSA, Frank Borris, na carta.
A NHTSA tem investigado os infladores de bolsas infláveis que deram defeito quando expostos a alta umidade consistentemente.
A agência disse que a condição poderia levar aos dispositivos a abrir com muita força, se partir em pedaços de metal e atingir os passageiros. As bolsas infláveis estão relacionadas a pelo menos quatro mortes em veículos da Honda Motor Co. nos EUA e outra na Malásia.
Carta da Chrysler
A Honda, maior cliente da Takata, é um dos dez fabricantes envolvidos nas convocações americanas. Num carta terça-feira passada, o administrador-substituto da NHTSA, David Friedman, advertiu a Fiat Chrysler Automobiles, por carta, para que inicie uma convocação nacional neste 1º de dezembro, quase três semanas antes do que a empresa tinha planejado.
A Chrysler tomou a decisão de substituir em junho os infladores das bolsas infláveis em 371.000 veículos, apesar de não tencionar notificar os consumidores até 19 de dezembro, quando as peças de reposição estariam disponíveis, testemunhou no Senado semana passada seu vice-presidente e chefe de segurança veicular e atendimento às leis reguladoras, Scott Kunselman.
A Takata já está se empenhando para acelerar a produção em vista das convocações regionais. O executivo da Takata encarregado de garantia de segurança global, Hiroshi Shimizu, disse na mesma audiência que a Takata está produzindo mais 300.000 conjuntos por mês e que elevará esse número para 450.000 em janeiro.
Ae/BS