Como a FCA fez recentemente, apresentando o Fiat Bravo 2016, a Honda já apresentou o Civic ano-modelo do ano que vem. A principal novidade é o retorno da versão EXR, e que é a topo, suprimida no ano-modelo 2015. Tal como na LXR 2015, vem com grade diferenciada, faróis de neblina circulares, rodas de 17 pol. e acabamento diferente no painel. Há também controle de estabilidade e tração, que é desligável, e assistência elétrica de direção com característica de dificultar o acionamento errado do volante numa situação extrema de o veículo sair da trajetória, bem com corrigir efeitos de ventos laterais e curvatura exagerada da seção transversal da via, situações em que o veículo puxaria para um dos lados. E também o assistente de partida em rampa. O Civic EXR começa a ser vendido em março com preço público sugerido de R$ 88.400.
Nesse preço estão incluídos teto solar e novo sistema multimídia com monitor escamoteável de 7 pol. e GPS, este trazendo informações de trânsito inicialmente de Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Há também conexão com internet (imagens só com veículo parado) e Bluetooth para chamadas e reprodução de áudio. Sem contar a novidade da entrada HDMI (sigla em inglês para interface de mídia de alta definição) para reproduzir imagens de notebooks e câmeras digitais.
No LXS e no LXR, versões de entrada e intermediária, respectivamente, a central multimídia é mais simples, um monitor de 5 pol. no centro do painel para informações do veículo, computador de bordo e imagem transmitida pela câmera de ré, mais dados de áudio que incluem toca-CD, entrada auxiliar, USB e Bluetooth. O LXS de câmbio manual de seis marchas tem preço de R$ 70.900 e com câmbio automático Hondamatic (que não é epicicloidal) de cinco marchas, R$ 73.900. O LXR sai por R$ 78.400. O câmbio possui trocas manuais apenas por borboletas, exceto no LXS, que não possibilita trocas seqüenciais.
Na mecânica tudo permanece igual. O LXS tem motor 1,8-L monocomando de 16 válvulas, 139 cv a 6.200 rpm com gasolina e 140 cv a 6.500 rpm,com áloool, enquanto o LXR e o EXR vêm com o 2-litros de mesma arquitetura que desenvolve 150 cv a 6.300 rpm (gasolina) e 155 cv à mesma rotação com álcool. Todos os motores são i-VTEC, com coletor de admissão de dois comprimentos e tempos e levantamento de válvulas variável.
Qualquer dos motores é dotado do sistema FlexOne de partida sem injeção de gasolina mesmo em baixas temperaturas, estando o tanque abastecido predominantemente com álcool, com aquecimento do álcool pelas lanças aquecedoras já ao destravar as portas para entrar no veículo, de modo a pouco se precisar esperar para dar partida. Portanto, nada de reservatório de gasolina mais, solução adotada em 2013.
Permanece em todos a função Econ, comandável por botão à esquerda do painel que determina mudança de comportamento de vários sistemas do veículo buscando economia de combustível, como, por exemplo, controle das trocas de marcha do câmbio automático, da injeção e do ar-condicionado.
Como anda
Não houve nenhuma mudança de chassi, que continua com os bons dotes anteriores. Quando o câmbio automático se encontra em modo D, nas trocas manuais sobe marcha quando motor chega a 6.800 rpm, mas se estiver em S não troca, fica em corte sujo. Não há aceleração interina na reduções comandadas.
A Honda continua a não fornecer dados de desempenho e consumo e num próximo “no uso” iremos efetuar medições, mas o desempenho percebido no curto percurso de teste oferecido deu para perceber que o 2-litros propulsiona o EXR com facilidade. Estimo sua aceleração 0-100 km/h entre 9 10 segundos e velocidade máxima ligeiramente superior a 200 km/h.
É ágil, mesmo com o entreeixos de 2.668 mm e 4.525 mm de comprimento, ajudado pela altura baixa para os padrões atuais, 1.450 mm. A suspensão dianteira McPherson e a traseira multibraço são muito bem acertadas em compromisso estabilidade-conforto e o freio a disco nas quatro rodas dissipa velocidade com convicção. Os pneus 205/50R17W (Pirelli Cinturato P7) nada têm de exagerados, boa escolha (no LXS são 205/55R16V).
A direção rápida, de relação 13,7:1, associada ao volante de 360 mm de diâmetro é um dos pontos altos do Civic, que transporta motorista e quatro passageiros com total conforto, todos com seu apoio de cabeça e cinto retrátil de três pontos. O espaço no banco traseiro “atrás de mim” é excelente, inclusive o assoalho traseiro é plano, um detalhe que agrada. O porta-malas não é gigante, são apenas 449 litros, com estepe temporário T125/70D15M (M=130 km/h).
Os instrumentos em dois níveis, com conta-giros no “andar de baixo” e velocímetro digital ladeado por medidores de combustível e de consumo instantâneo no ” de cima” , considero ótima disposição. E todo o aplauso para a Honda por dotar o vidro do pára-brisa com faixa degradê e de um convincente apoio de pé esquerdo.
Apesar da estranheza de ano-modelo em fevereiro do ano anterior, o Civic continua uma ótima opção para quem deseja um bom e de boa reputação sedã médio.
BS
Fotos: autor