Jeep, marca de volta à operação industrial no Brasil, entra no mercado com o pé direito: grande fábrica em Pernambuco, área de produção de autopeças, processos de manufatura otimizados. Começa com o Renegade, primeiro de sua escala de produtos, e por si só uma vitória: é um Fiat com decoração e parte do DNA Jeep, mas é assim visto até mesmo pelos executivos norte-americanos à frente da parte Jeep na FCA. Produto mundial, mesma estrutura dará origem a novos produtos, um deles substituindo os atuais modelos Patriot e Comando.
Como toda novidade está distante dos concorrentes atuais, com equipamentos como tela maior de navegação, faróis em xenônio, suspensão independente nas quatro rodas, assistente de estacionamento, o manobrador automático, freio para arrancada em subida, freio de mão com acionamento elétrico. Em segurança o modelo feito em fábrica ex-Fiat, em Melfi, Itália, passou pelo teste EuroNCap.
Terá quatro versões de decoração e conteúdo: Simplesmente Renegade; Sport; Latitude e Trailhawk — esta com maior distância livre do solo. Mecânica com motor 1,8 flex, base BMW aprimorado e flexibilizado pela Fiat, e agora novo cabeçote para maior torque em rotações inferiores. Outro motor, turbodiesel, 2-L e 170 cv. Três transmissões: manual de 5 marchas; automática com 6; e automática com 9, estas para as versões com tração nas quatro rodas. Desta renca de marchas, a saída faz-se em segunda marcha, e a primeira é utilizada em casos extremos, quando, por exemplo, o condutor pede a marcha reduzida. Não é engrazada numa caixa de redução, mas apenas engrena e retém a primeira marcha, extremamente reduzida, a 20:1 combinada com o diferencial. Ampla gradação de preços, de R$ 66.900 a R$ 116.900.
Tem a diferença de contar com a opção do motor diesel e câmbio com 9 velocidades, único destes conjuntos no setor — a Ford poderia ter feito isto com o EcoSport, mas bobeou. O conjunto, a par da extrema economia operacional — a 120 km/h, em nona, estará a pouco menos de 2.000 giros — confere reações quase esportivas, como acelerar da imobilidade aos 100 km/h em 9,9 s e cravar 190 km/h como velocidade final.
Nova etapa
Não é apenas um produto adicional no mercado, um simples lançamento, mas a volta de uma das marcas pioneiras na indústria automobilística no Brasil — aqui os Jeeps começaram a ser montados em 1948. Como marca não é recente, necessitando de crença, mas uma das mais emblemáticas, com produto que abriu seu próprio caminho. O grande pacote inclui o atrevimento da mixagem de tecnologias italiana da Fiat, e da Jeep, para fazer um produto mundial para ser o de menor preço.
Tem grandes pretensões, de levar imagem a habilidades a segmento onde não estava presente por tamanho e preço, sendo uma das âncoras de amarração ao sucesso da operação de sobrevivência da Fiat e salvação da Chrysler e sua marca Jeep.
Diz a fábrica, é a reinvenção do segmento. Para o Brasil é mais, é o emprego uma região de ralo emprego de mão de obra, sua qualificação, o recolhimento de impostos.
Jeep é Jeep, não é jipinho
O segmento dos utilitários esportivos, ampla gradação misturando morfologia com capacidades — ou falta delas —, batizando-os genericamente SUVs ou pior ainda de jipinhos, é o de maior crescimento. Tanto, permite imaginar, um ano de contração geral de vendas, terá expansão. As 134 mil unidades vendidas em 2014 deve crescer a 180 mil, calcula Sérgio Ferreira, diretor geral da operação Chrysler/Dodge/RAM/Jeep.
Ano passado os líderes foram Ford EcoSport e Renault Duster, vendendo respectivos 43 mil e 47 mil unidades. Neste exercício mexida geral no setor: Duster reformulado no grupo óptico; EcoSport com novo motor e câmbio enfrentarão Honda HR-V, o Jeep Renegade, e pela beiradas haverá o Peugeot 2008.
Após o lançamento dos três novos competidores, o mercado não será mais o mesmo, e a liderança do EcoSport e os picos do Duster no setor serão apenas registro em história. Por ser novidades e por característica e conteúdo, as fatias deste bolo serão redesenhadas. No caso do Renegade, por ampla configuração, conteúdo e versões, conquistará vendas em todos os segmentos. As versões diesel, com caixa automática, absorverão a clientela órfã do Mitsubishi TR4, e tomará algumas unidades ao Troller — outras serão pinçadas pelo Suzuki Jimny, capaz das mesmas artes, porém custando metade do preço. Prejudicará diretamente o Duster 2-L, exigindo reposicionamento e preço menor.
Por características, Jeep deveria fazer uma campanha para interessados compararem sua rolagem com a do Eco e do Duster. A suspensão independente nas 4 rodas, direção com assistência elétrica, suspensão e direção acertadas primorosamente o tornam muito mais agradável de uso contra Duster e Eco, ambos com tração simples.
Quantos R$
Versão | Motor | Câmbio | ||
Simplesmente Renegade | 1,8 | Manual | 5 marchas | 66.900 (+) |
Sport | 1,8 flex | Manual | 5 marchas | 69.900 |
Sport | 1,8 flex | Automático | 6 marchas | 75.900 |
Sport | 2,0 diesel | Automático | 9 marchas | 99.900 |
Longitude | 1,8 flex | Automático | 6 marchas | 80.900 |
Longitude | 2,0 diesel | Automático | 9 marchas | 109.900 |
Trailhawk | 2,0 diesel | Automático | 9 marchas | 116.900 |
(+) lançamento em 90 dias
Agenda positiva ex-governo
Neste princípio de re-governo que não deixará saudades a ninguém, quando o país desgovernado convive com más notícias econômicas e a falta de perspectivas, medidas, planos ou projetos, curiosamente a única boa notícia econômica não vem do governo, mas da iniciativa privada. Grande fábrica em região pobre, norte de Pernambuco e sul da Paraíba, empregadora por si só e pela instalação de vizinho parque de produção de autopeças, recolhedora de impostos, movimentadora da roda da economia. Estamos a quase 90 dias do governo Dilma 2, e a única novidade positiva não vem de quem recolhe impostos e os gasta muito e ma, mas de quem os recolhe. RN
RODA-A-RODA
Martelo – Surpresa no leilão dos ativos e restos da De Tomaso, fábrica italiana de esportivos. Ofertas em torno de 500 mil euros, dispararam na disputa entre holdings chinesa e outra com base em Luxemburgo, a L3. Ganhou com lance de 2 milhões e cinqüenta mil euros e a proposta de voltar a funcionar, recontratar 360 funcionários, e fazer esportivo com motor traseiro.
Cadastro – A empresa com operações na Itália e base fiscal em Luxemburgo, é do ramo: é dona da Lotus, competidora da Fórmula 1. Propõe fazer esportivo com motor traseiro. Curioso abandonar o sedã Deauville, projeto recente da Pininfarina, encomendado e pago pela administração anterior.
Caminho – Governo argentino vai atrás e instiga Nissan fazer picape Frontier em seu país. Seria na fábrica da Renault, em Santa Isabel, Córdoba. Efetivado, sedimentaria na mesma usina a produção do picape Renault tratado como Raptur, aproveitando a base Nissan — como na Coluna da edição passada.
No freio – Má situação para os BRICS com crescimento apenas para China e Índia. Brasil sinaliza encolher impensáveis 25%, e Rússia caiu 20% em 2014. Lá, GM através da Opel, freou, parará produção, suprindo presença com importados.
Mais – No cenário governo russo disponibilizou auxílio de US$ 166M para indústrias locais fazer ponte até 2016. Ford mantém sua aposta; coreana SSang Yong suspendeu exportações, e Nissan, por queda de vendas, parou produção.
Liderança – Norbert Reithofer, presidente do Conselho da BMW, acredita na manter liderança no mercado Premium em 2015, incluindo recorde de faturamento, vendas e lucros antes dos impostos. Calca no leque de modelos e na soma das operações MINI, Rolls-Royce, e motos BMW.
Briga – Mercado dos veículos alemães Premium em briga embolada. BMW vendeu 1,82M em 2014, Audi 1,7M e Mercedes 1,6M, ambas em crescimento.
Férias – Acima da disparada do Euro? Vais a Paris até 10 de maio? No bater pernas pela Avenida dos Champs Elisées, pare no número 42, o DS World Paris. Lá, exposição das jóias da designer Nathalie Colin, da Casa Svarorowski, conhecida pelos cristais, e em torno do Divine DS, carro-conceito da nova marca.
Tempero – Hyundai fará série especial de 3.500 unidades do HB20. Itens para sugerir esportividade, como saias laterais e difusor de ar na traseira, rodas em desenho exclusivo. Cuidou do conforto com comandos de rádio no volante, tela de 7”. Nas versões de 2 e 4 portas hatch, 1 L e 1,6 L. Simples, 1-L, câmbio manual R$ 44,450. Equipado, 1,6-L, automático, R$ 53.545.
Racionalidade – Para difundir a necessidade de racionalização do uso da água, Mercedes-Benz realiza campanha dentro de sua fábrica matriz, em São Bernardo do Campo, SP. Dá exemplo no economizar anualmente 84 milhões de litros — nos últimos 10 anos reduziu consumo em 20%.
Festa – Em mais de seis décadas, da simplória montagem à produção, VW brasileira fixou seu emblema em 22 milhões de veículos – destes, exportou mais de 3,3 milhões. Agora em processo de nivelamento internacional, tem um produto global em cada uma de suas fábricas.
O que – Modernos motores EA211 de três e quatro cilindros em São Carlos; novo Jetta em São Bernardo do Campo; up! em Taubaté, em São Paulo, e fará o novo Golf em São José dos Pinhais, PR. Em motores já produziu 23 milhões.
Espartano – No processo de revitalização de sua pioneira fábrica em São Bernardo do Campo, SP, Toyota resgatou diretoria para lá. Economia de custos.
Base – Para aumentar produção de peças para motores, como virabrequins e bielas, para uso local e exportações, terá três turnos de funcionamento.
Assinatura – Novos terminais e ponteiras de escapamento como decoração automobilística, lançamento da Tuper, maior fabricante de escapamentos da América Latina. Para durar, são em inox polido, para nacionais e importados.
Reparos – Sikkens, linha Premium de itens de pintura da PPG será utilizada pela rede Toyota para reparos em veículos da marca. Não é apenas uso de material a preço atraente, mas uso do conceito Reparo Rápido, processo de otimização dos carros nas oficinas, com vistas a maior lucratividade.
Razões – Pelo processo, pequenos reparos de pintura realizados em apenas 2 horas, durante a revisão ou reparo do veículo. Tipo Jac – jac o carro está na oficina, conserta tudo… Diz, não há choque entre a pintura original e o retoque.
Nos dias atuais, seguros e serviços devem pagar as contas da concessionária — venda de veículos tende a ser lucro bruto.
Tecnologia – Pirelli, fornecedora oficial de pneus para a Fórmula 1, parece, acertou a química na temporada de 2014, evitando dechapamentos, e melhorou-a para 2015. Nos treinos da prova de abertura, GP da Austrália, tempos baixaram entre 3 s e 2 s, e na corrida Lewis Hamilton fez a volta mais rápida em 1 s e 5/10 menos.
Avião – Cada vez mais próxima a realidade do avião da Honda, o Honda Jet. A FAA, agência estadunidense para aviação, autorizou produção dos motores pela joint venture entre GE e Honda. Exigirá apenas comandante, será o mais econômico e o de maior autonomia. Fábrica é em Lynn, Massachusetts, EUA.
Retífica RN – Coluna informou produção dos BMW Serie 1 em Araquari, SC, e ilustrou com foto do modelo novo. Errou. Modelo inicialmente montado será o em descontinuação, de 2011. Cronograma e acordo com o programa Inovar-Auto, justificou a BMW.
Gente – Pérsio Lisboa, paulista, administrador, píncaro. OOOO Presidente de operações da Navistar, objetivo perseguido há 27 anos. OOOO Marca inclui operações da Internacional caminhões e motores MWM. OOOO
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