Das maiores referências como lançamento de produtos, tendências e modas, mostra alemã exibiu muitas novidades. Algumas chegarão ao Brasil: novos BMW X1; o segundo ciclo de vida do sedã Série 3; revitalização do Ford EcoSport; cara nova do picape Ranger puxam a fila. Outras, importadas homeopaticamente como o Bentley Bentayga, SUV com cara esportiva, e Jaguar F, esportivo com habilidades de utilitário, e o Toyota Prius, o híbrido mais vendido.
Quem mais
Os primeiros foram listados pela Coluna passada.
Ranger preparou-se para exibição ante o comprador americano — maior consumidor mundial da especialidade. Chamado Ranger Wildtrack disseram-no o pináculo da linha, com imbatível combinação de tração nas 4 rodas e liderança em conectividade. Tem direção com assistência elétrica, stop/start, e promete cortar consumo em 17%. Nova grade, faróis, e no interior novo painel frontal e bancos esportivos.
Sem confirmação de ida aos EUA, antecipa o segundo ciclo do produto para o Mercosul. Ranger é produzido na Argentina.
Bentayga – está na lista curiosa de denominações inexplicáveis, e por si só combina com o produto: são insólitos. Bentley eram Rolls-Royce com leve dose de esportividade. Quebra da empresa inglesa dividiu-as, e desde então RR é BMW, e Bentley, Volkswagen.
Segue a desorientação do mercado, com utilitários esportivos cada vez mais impositivos, performáticos, volumosos e caros. No Bentayga há facilidade, pois a controladora VW tem partes para compô-lo, como a plataforma comum a VW Touareg e Audi Q7, e o motor em W, de 12 cilindros, aplicado em Bentley Continental, VWs Touareg e Phaeton, Audi A8L, e Lamborghini. Grupo é hoje o maior fabricante de motores com 12 cilindros.
Novo elegante tem cara de utilitário esportivo, disposição e formulação mecânica apta a enfrentar dificuldades proporcionais ao glamour, refinamento decorativo, preço para filtrar compradores. É grande: 5,141m de comprimento, 2 m de largura, 1,74m de altura e 2.422 kg. Pneus opcionais com 22”, muito refinamento interno, couro e madeiras nobres, mantendo o DNA de finor.
Motor W-12, 6,0 turbo, injeção direta TSI, 608 cv, torque de caminhão: 91,8 m·kgf. Caixa de câmbio automática, 8 marchas,. 0 a 100 km/h como esportivo sério: 4,1s, velocidade final de 301 km/h. Suspensão pneumática, independente nas 4 rodas, e freios para mantê-lo no chão. Muita eletrônica para conforto e som Bentley, 1.950 W e 18 alto-falantes.
Outro a aparecer em solo brasileiro é o novo Toyota Prius. Híbrido mais vendido no mundo, agora plataforma TNGA – Toyota New Global Architecture. Permite ancorar a mecânica em pontos mais baixos, aumentou a resistência torcional, suspensão frontal por McPherson e traseira multibraço, centro de gravidade mais baixo —, indicativo de estrutura para outros produtos. No visual manteve o padrão triangular, baixando o teto em 20 mm e dando ênfase ao grupo óptico para ganho aerodinâmico. No pacote, redução de peso nos componentes, e aprimoramento mecânico entre o motor 1,8 a gasolina e o elétrico, diz grande redução de consumo. Não é para emoções, mas para ser amigo do meio ambiente. Produção local? Veja nota abaixo.
Entre o curioso e o interessante, o mais novo MINI em sua versátil carreira: Clubman cresceu em tudo: comprimento, largura — e portas, agora 6! Quatro para passageiros, e a tampa traseira, dividida em duas pequenas portas. Dão acesso à área de carga — não há 3ª. fila de bancos.
Motor de três cilindros, 1,5 litro, dois turbos, e apenas 136 cv. Mais? Versão S, motor 2,0, dois turbos, injeção direta e potência curiosamente baixa, 189 cv e torque de 20,9 m·kgf.
Mercedes exibiu o conceito IAA, desenvolvido em 10 meses por base digital. Dinamicamente, a partir de 80 km/h altera ângulo do spoiler frontal e faz uma extensão em toda a curva do painel traseiro, aumentando a área de contato com o ar e reduzindo a resistência aerodinâmica. O conceito planta soluções para modelos futuros. No Salão comentava-se, o interior regerá a próxima geração Classe E.
Pelo Salão
OOOO Presidente da BMW Harald Kruege, 49, tomou e deu sustos: caiu na entrevista de imprensa. Pensaram ser barbeiragem da mão de obra árabe no acabamento do piso. OOOO Não era. O executivo tonteou e caiu. OOOO Excesso de trabalho mais emoção da primeira aparição publica como executivo-chefe. OOOO Afastamento por alguns dias. OOOO Se fila for medida de sucesso, Alfa Romeo Giulia ganhou disparado: enorme seqüência de jornalistas para acessar o novo veículo, marcando a volta da marca. OOOO Mostrou versões com bancos estruturados e tampa da mala em compósito de fibra de carbono. OOOO E anúncio comparativo: cumpriu a parte norte do circuito alemão de Nürburgring em 7,39 s – nove menos que BMW M4. OOOO Deu o parâmetro de preços: E 95 mil – acima do M4 e igual a Mercedes AMG. OOOO Não haverá Alfa para pobres. OOOO Picape Ranger inicia ser importado para a Europa, mas será produzido na Argentina até final do ano. Ford não quer deixar o novo Toyota Hilux abrir maior distância em vendas. Wildtrack será a versão de topo. OOOO Hyundai criou departamento de desenvolvimento esportivo, para preparar carros para corridas e desenvolver versões comerciais. Chama-se N, para ser associada a Nürburgring, velho autódromo alemão agora em moda. OOOO Peugeot Citroën terá carro elétrico com o sócio chinês Dongfeng. OOOO Frankfurt marcou definição na menor das alemãs: linha Porsche 911 daqui para a frente apenas turbo. OOOO Primeiro SUV Bentley Bentayga tem destino: presente para a Rainha Elizabeth II – ex- usuária de Range Rover. OOOO
Sandero R.S. mistura hatch com esportividade
Não é apenas um Sandero com adesivos, como no usual se indicam veículos com pretensa alma esportiva. Ao contrário, é um bom trabalho de engenharia comercial o criar versão com rendimento superior para ser referência na marca, e fazê-lo com preço suportável.
Versão é a Renault Sandero R.S. Grosseiramente pode-se resumi-lo como o hatch Sandero, líder de vendas da marca, com motor do Duster, dois litros de cilindrada e 150 cv na versão alcoolizada. Entretanto, é mais, muito mais. O R.S. indica ações da Renault Sport, empresa separada da marca líder francesa para desenvolver carros esportivos. Já fez verdadeiros canhões sobre rodas, como o mítico e pequeno R5 com motor V-6 3,0 traseiro entre eixos.
Pacote completo de engenharia, com câmbio manual de seis marchas, mudança nas engrenagens para encurtar segunda e terceira marchas, para melhorar arrancadas, e reduzir menos quarta, quinta e sexta marchas, de modo que a 120 km/h gire a 3.650 rpm em sexta. Vai de 0 a 100 km/h em 8 s e crava 202 km/h como velocidade final.
Pacote mecânico incluiu freios a disco nas 4 rodas, menor distância ao solo, barras estabilizadores com maior diâmetro e amortecedores mais reativos. Em resumo, o desenvolvimento de conjunto, usualmente descartado nos carros esportivados com adesivos.
Custa R$ 58.880. Se o interessado pretender rodas com aro 17”e pneus 205/45, deve pagar mais R$ 1 mil — não aconselho. Os pneus tem visual bonito porém com 9 cm de altura são incompatíveis com os buracos brasileiros. Externamente, além dos adesivos … , novo pára- choque frontal, luzes em LED para sinalização diurma, defletores dianteiro e traseiro operacionais. Dentro, novo grafismo para a instrumentação, uso de vermelho para dar atmosfera esportiva, ar-condicionado digital, regulagem eletrônica para o motor e suspensão. Sintonizada com a realidade nacional, onde se busca ambiência de Rolls-Royce a preço de Novo Uno, há uma lâmpada espia indicando momento ideal da troca de marchas – no caso, a baixas 2.000 rpm —, para favorecer a economia de combustível. Mesma postura com os bancos. Abas com a finalidade de dar contato e firmar o eixo do motorista nas curvas, tipo anular o efeito G, mas são macios. Afinal, há cinqüenta anos, quem sentava num banquinho duro e fazia milagres com Interlagos berlinette e motor Renault 1000, era o Bird Clemente. Comprador de hoje é muito menos espartano.
Concorrentes do Renault Sandero R.S., o Fiat Punto T-Jet, mais performático e mais refinado no interior, a R$ 65.330, ou o Suzuki Swift Sport entre R$ 73 mil e 85 mil.
O R.S. abre um caminho no país, o de produtos afinados por mão de obra especializada em rendimento esportivo.
RODA-A-RODA
Efeito – Primeiro resultado da situação econômica do país e do futuro nublado: Toyota freou projeto de montar o Prius por processo CKD em nas instalações em São Bernardo do Campo.
Direto – Citroën lançou campanha objetiva para motivar vendas de seus bons produtos: comprador leva o carro e mais duas passagens para Nova York. Vale até 31 de outubro, apela para o insólito, e aproveita a redução de preços praticados pelas companhias aéreas para instigar viagens aos EUA, hoje em queda por conta de dólar elevado, temores e tremores quanto ao futuro.
Mais – Acredita maior demanda pelo C4 Lounge. Para turbinar vendas em setembro, entrada e saldo sem juros ou a menor percentual. Aposta, plano com entrada de 50% e 48 vezes de R$ 789,00 terá muito sucesso.
Positivo – Graças à nova linha do segmento mais vendido, a Classe C, vendas de automóveis importados Mercedes baterão recorde neste ano, circa 17 mil unidades, superando 2014 em 30%. Em descompensação, as de caminhões, base do faturamento, cairão 40%.
Ocasião – Toyota marcou lançar novos picapes Hilux: início de novembro.
Visão – Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz no Brasil, único no setor a se manifestar sobre economia projeta, se as demais agências, Fitch e Moody’s, acompanharem a Standard & Poor’s rebaixando o Brasil a nível de não investimento, nossa economia só deve se recuperar em 2018.
Coerência – Finalmente a prefeitura de São Paulo isentou do medieval rodízio imposto aos contribuintes, os poucos carros elétricos da cidade.
Razão – Limita circulação em nome das emissões de poluentes e outros apelos ecológicos. Apenas mascara a ineficiência oficial. Autoriza venda de automóveis para receber impostos, mas não os aplica em estrutura viária.
Mostra – Apesar de os 3.000 veículos elétricos na frota brasileira serem percentual desprezível na frota dos com motores por ciclo Otto e Diesel, e do desinteresse oficial, há esforço de conscientização a seu uso.
Salão – Entre 24 e 26 de setembro, no Center Norte, São Paulo, SP, 11º. Salão Latino-Americano dos Veículos Elétricos, reunindo de patinete a ônibus, forma de discutir a matéria e buscar envolvimento e políticas públicas.
Prática – Audi declarou-se chocada com o sofrimento dos refugiados na Europa, e acelerou para ajudá-los. Aplicará € 1 milhão para auxiliá-los nas cidades onde opera, na Alemanha, Bélgica e Eslováquia. Recursos irão para entidades comprometidas em solucionar o problema.
Mais uma – Moto BMW 1000 R, uma roadster, nono produto da marca em Manaus, AM, baixou preço: R$ 53.900. 4 cilindros em linha, 160 cv a 11.000 rpm, e bom pacote de eletrônica veicular.
Ocasião – Triumph promove vendas: até 30 de setembro série Tiger, a mais vendida da marca, preços reduzidos em torno de 15%. Speed Triple a R$ 37.990, e Sport R$ 38.990. Toda a linha com cortes e facilidades. Corre atrás do projeto de vender 4.500 unidades neste ano, mas até agosto vendera 2.531.
Caminho – Pedro Piquet, 17, bicampeão em Fórmula 3 Brasil. Estrela ascendente com o DNA da família. Porfolio é aval: venceu a temporada com duas provas de antecedência; teve 10 vitórias neste ano, nove seguidas.
História – Na França Renault fez festa para comemorar os 60 anos de fundação da mítica Alpine a grande marca esportiva francesa do pós-guerra. Juntou veículos, pilotos, engenheiros, gente com o sangue da pequena marca.
Estória – No texto perpassa pelo Brasil citando os Willys Interlagos, Alpine A-108 de base e projeto, mas esqueceu dois pontos importantes: fomos o único mercado onde os A-108 venciam provas de velocidade — na Europa eram ralis. E do Bird Clemente, imbatível vencedor com o modelo, autor de teoria de condução derrapando com o automóvel. Nem o sempre grande Juan Manuel Fangio, então pentacampeão mundial, conseguiu igualá-lo em Interlagos.
Gente – Mary Barra, engenheira, 53, presidente da GM Company, Mulher Mais Poderosa do mundo, Segundo o ranking da revista Fortune. OOOO O enfrentar problemas e custos com as falhas de ignição dos carros GM, custando muitas vidas e muitos milhões, auxiliaram definir. OOOO Cledorvino Belini, presidente da FCA América Latina, premiado. OOOO Jubileu de Ouro da Administração, nos 50 anos da atividade. OOOO Belini é administrador pela paulistana Mackenzie; pós-graduado em finanças por mestrado na USP; MBA pela Fundação Dom Cabral, em Minas. OOOO E levou a Fiat a insólita e exclusiva liderança mundial no Continente, líder no Brasil há 13 anos. OOOO Fosse na Itália seria santificado. OOOO
RN
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