Hoje, para quem tem um pingo de inteligência e discernimento, não é o Dia Mundial Sem Carro coisa alguma, mas o DIA MUNDIAL DA OFENSA AO CARRO.
Ofensa ao veículo mais útil, de todos, que existe. Ofensa também aos seus precursores, que dedicaram suas vidas para criar e desenvolver o automóvel. Aos que deram sua vida para chegar aos que temos hoje. Ofensa aos que direta ou indiretamente trabalham na indústria que os produz e contribui com seu suor e esforço para o desenvolvimento do País.
Ofensa aos que trabalham para produzir os combustíveis, aos que trabalham na sua manutenção e reparo.
Qual veículo leva quatro ou cinco pessoas de um lugar a outro prontamente? Qual veículo transporta bebês, crianças e idosos quando precisam se deslocar? Qual veículo permite sair em viagem sem destino, na hora que se quiser, protegendo seus ocupantes das intempéries, sob frio intenso ou calor insuportável?
O ideograma que abre esta matéria é obra típica de desmiolados, só pode ser, ao acharem que mobilidade motorizada, só em transporte coletivo. Nesse ideograma há uma bicicleta: existe meio de transporte mais individual? Arte típica de quem acha que o motor a combustão é contra a vida, quando é exatamente o contrário.
Há excesso de carros no mundo? Certamente, já somam 1 bilhão, contra 7 bilhões de habitantes do nosso planeta. Se há excesso de gente também, por que não um DIA MUNDIAL SEM GENTE? Mesma coisa ou não? Ninguém põe o pé na rua nesse dia!
Todos que têm a cabeça para finalidade não outra que enfeitar o pescoço hão de questionar por que nunca se fez um Dia Mundial Sem Cavalos. Ou um Dia Mundial Sem Veículos de Tração Animal. Afinal, ambos sempre foram numerosos nos grandes centros e com uma agravante: a sujeira que os animais deixavam nas ruas — urina e fezes — era pavorosa, algo inimaginável hoje.
E tanto um quanto outro meio de locomoção também atropelava, matava. Ou será que não? Estarei sonhando?
Estamos em tempo de verdadeira demonização do automóvel. Gente sem escrúpulos como o prefeito de São Paulo e seu cupincha secretário municipal de Transportes conseguiram seu intento de infernizar a vida de quem é de São Paulo, quem vem visitar a cidade ou está de passagem. Gente sem escrúpulos como o prefeito de Nova York Bill de Blasio e o de Londres, Boris Johnson, que decretaram redução de velocidade para 40 e 32 km/h, respectivamente — na cidade americana em toda ela.
Em São Paulo e diversas cidades prefeitos igualmente irresponsáveis reduzem cada vez mais as velocidades permitidas nas vias como se as praticadas antes fossem causadoras de acidentes, sem que se dignem demonstrar que os que aconteciam se davam em velocidades bem acima dos limites de então.
Nessas cidades acharam que têm que criar ciclofaixas para bicicletas que não existem senão em número ínfimo, com isso prejudicando a vida da cidade, afetando o seu comércio. Além de dezenas de moradores não poderem mais estacionar diante de suas casas, ou de visitantes o fazerem, porque agora há uma ciclofaixa. Não podem mais parar o carro para abrir o portão da garagem sob pena de cometer infração gravíssima. É surreal.
E agora o diabólico plano de fechar avenidas aos domingos, caso da av. Paulista, em São Paulo, num flagrante e indiscutível desrespeito a quem reside e a quem tem estabelecimento comercial ou de serviços na área, caso de numerosos hospitais e hotéis. Isso só para as pessoas ficarem passeando, de bobas-alegres, na av. Paulista, com se a cidade não oferecesse numerosos e agradáveis parques para o lazer como o Ibirapuera, o Villa-Lobos e o da Aclimação.
Fechar vias públicas aos domingos, por questão de lógica e sobretudo inteligência, só quando não há edificações ao longo delas, caso de uma das pistas do Aterro da Glória no Rio de Janeiro e do Eixão rodoviário, em Brasília.
Importante salientar que a demonização do automóvel ocorre também na esfera estadual no tocante à velocidade, em que determinadas rodovias têm limite de 80, 90 e 100 km/h sem nenhuma justificativa, e, no caso do Estado de São Paulo, de terem sido celebrado contratos com concessionárias de rodovias autorizando tarifas de pedágio extorsivas. Sendo o pedágio uma forma de imposto, ele é pago duas vezes, uma vez que se para o IPVA, eqüivalente a uma taxa anual de circulação.
Portanto, leitor do Ae, vamos protestar contra o Dia Mundial da Ofensa ao Carro colocando nossos carros na rua e rodando mesmo sem necessidade, só para mostrar a essa gente horrorosa que ela não é dona das cidades e tampouco da verdade.
BS