Nome é algo fundamental. Não é apenas algo que nos identifica, mas o carregamos ao longo de toda a vida — bem, em alguns casos pode ser mudado ou ignorado e trocado por apelidos, mas o RG está lá para nos lembrar que ele existe e cada vez que vamos a um edifício e temos que apresentar um documento, pronto, é inevitável. E ser chamado em voz alta? Tem cada mico!
Lembro quando vim morar no Brasil que várias coisas me chamaram a atenção: que nos açougues se vendesse algo para comer conhecido como “lagarto”, que uma fruta gigante chamada jaca crescesse em árvores e que pais misturassem os próprios nomes e os dessem aos filhos. Chamo isso de nome de liquidificador: metade do pai, metade da mãe. Liga, mistura bem e sai cada coisa. E na segunda geração, então! Bem…
Eu mesma não posso falar muito. Gosto do meu nome. Nora. Acho sonoro, curto, prático, fácil de pronunciar e soletrar. E ele existe em quase todos os países. Não digo todos pois deve ter algum onde não, mas desconheço. Mas meus pais pensaram em muitas coisas menos que acabaríamos morando no Brasil. Imaginaram como soaria e nas traduções em sei lá quantos idiomas menos, claro, em português. Pensaram nas abreviações, nas siglas com meus sobrenome e nome do meio, tudo. Menos em português. Minha madrinha (argentina) inverteu o primeiro nome com o nome do meio de um dos filhos, pois o acrônimo com o sobrenome ficaria o equivalente em português a fdp. Faz sentido.
Mas meus pais demoraram muito para chegar em Nora. E até hoje não sei por quê. Quase 20 horas depois de nascida uma das freiras do hospital onde nasci deu uma “prensa” neles para que me dessem um nome. Ela alegou que não podia continuar me chamando “315” que era o número do quarto em que minha mãe estava. Nasci quando eles já estavam casados há anos, depois de nove meses completos de gestação então, por que não sabiam como me chamar? Minha mãe diz que queria ver minha carinha para escolher. E eu era igual a todo bebê. Ainda bem que ela escolheu Nora e não Joelho.
E já contei que a sobrinha de um amigo passou um certo tempo me chamando de Sogra. Bem, aqui falamos apenas de nomes próprios, que envolvem preferências pessoais. Imagino como deve ser escolher o nome de um carro, que pode representar vendas menores ou maiores também. Os fabricantes passam meses e grandes equipes discutem opções para batizar os modelos que serão lançados.
No entanto, muitas vezes dá tudo errado. Claro que não se pode atribuir ao nome o fracasso de um carro que não chega a tanto, mas tem algum peso, sim. Mas pequeno, sejamos sinceros.
Nem vou falar dos já conhecidíssimos Ford Pinto (no Brasil) e Mitsubishi Pajero (na Argentina) e me poupem das explicações pois mesmo escrevendo fico vermelha. Vou falar apenas dos que acho confusos.
Claro que nome tem tudo a ver com preferências e aí entramos no campo dos intangíveis. Pessoalmente, prefiro nomes curtos e fáceis de pronunciar em qualquer idioma. Portanto, muitas vogais e poucas consoantes: Punto, Corolla, Etios, Corsa, Onix. Nomes de cidades também funcionam bem para mim: Siena, Torino, Ibiza. Alguns apenas acho que permitem uma pronúncia diferente nas várias regiões do país ou em outros países, o que dificulta a compreensão: Renegade, Partner, Jumper.
Quando tem apenas letras, começa minha confusão. Acho que é mais fácil misturar os fabricantes nessa sopinha de letras. Por exemplo: HR-V, RCZ, DS.
Quando misturam letras e números aumenta ainda mais minha confusão — além de me lembrar uma batalha naval (A4, água): SW4, HB20, C3.
Colocar nomes com letras, mesmo quando significam algo, é ainda mais complicado. Vamos a um exemplo: Mercedes AMG. A sigla vem do sobrenome de dois engenheiros ex-funcionários da Mercedes-Benz, Hans Werner Aufrecht (A) e Erhard Melcher (M), mais a cidade onde nasceu Melcher, Grosspach (G). Entenderam? Fácil, não?
Mas, como disse antes, estamos no campo das preferências. E também pode ser que eu seja meio burrinha, não?
Mudando de assunto: OK, o cabelo do Lewis Hamilton ficou ridículo, mas dar mais espaço a isso do que a belíssima corrida do Kimi Räikkonen me parece injusto. O destaque da Fórmula 1 em Monza domingo foi ele. Ou por acaso alguém achava que o inglês não ganharia mais uma? Quanto ao Nico Rosberg, por mais que torça por ele pois acho ele bom, técnico e dedicado, com carro inferior e um azar impressionante, não acredito que consiga ganhar um campeonato. Falta-lhe estrela. Infelizmente. E gostei de ver o Felipe Massa no pódio.
NG