Campeonatos de veículos antigos de corrida são já comuns há alguns anos, até mesmo no Brasil. Mas corridas de motos antigas em circuitos quase não mais utilizados para etapas de campeonatos mundiais têm um atrativo a mais, que é o palco onde disputas históricas foram travadas.
O ICGP (International Classic Grand Prix) terá em 2016 um calendário perfeito para os admiradores de circuitos históricos da motovelocidade. Dos seis autódromos que receberão as etapas do campeonato de motos de GP clássicas, cinco já sediaram etapas do Campeonato Mundial. O campeonato começará em Paul Ricard (França) no próximo domingo, dia 17 de abril, e passará por Assen (Holanda), Mallory Park (Inglaterra), Grobnik (Croácia), Mugello (Itália) antes de chegar a Goiânia (Brasil), local da etapa de encerramento em 23 de outubro.
Duas dessas pistas, Assen e Mugello, estão incluídas também no calendário do Campeonato Mundial de 2016. Essa profusão de circuitos históricos no calendário de 2016 é pura coincidência. Autódromos novos receberam etapas do ICGP em anos anteriores. Mas não há dúvida de que a presença de circuitos utilizados pelo Mundial em décadas anteriores acrescenta mais um componente nostálgico à temporada. Confira o histórico das seis pistas que receberão o ICGP em 2016, com as respectivas datas.
Paul Ricard (França), 17 de abril – Inaugurado em 1970, entrou imediatamente para a relação dos autódromos mais modernos do mundo — e nunca mais saiu dela. Sediou 12 GPs da França de motovelocidade entre 1973 e 1998, além de ter sido durante muitos anos o circuito da 24 Horas de Bol d’Or, uma das mais importantes corridas de longa duração do motociclismo mundial. No início da década de 2000 sofreu uma reforma profunda para servir como pista de testes. Entre outras mudanças, foram acrescentadas várias alternativas de traçado. O original, com a longa reta Mistral (1,8 km), foi mantido — e é nele que os pilotos do ICGP iniciarão a temporada de 2016. Extensão: 5.791 metros.
Assen (Holanda), 5 de junho – A cidade de Assen recebe corridas de moto desde 1925. O circuito atual, construído em 1955 e chamado de “A Catedral” da motovelocidade, aproveita uma pequena parte do traçado pioneiro. Assen sedia o GP da Holanda do Mundial de Motovelocidade desde o primeiro ano da competição, em 1949. Seletivo e exigente para os pilotos, oferece uma atmosfera festiva e alegre para o público. O Brasil tem uma vitória nessa pista — a de Alexandre Barros em 2000, na categoria 500 cm³. Impossível esquecer as demonstrações de Randy Mamola nesse traçado. Extensão atual: 4.555 metros.
Mallory Park (Inglaterra), 31 de julho – Dos seis circuitos do ICGP em 2016, é o único que nunca sediou um GP do Campeonato Mundial de Motovelocidade. Construído em 1956, inicialmente como um oval, recebeu diversos eventos importantes de automobilismo e motociclismo. A “Race of The Year”, disputada entre as décadas de 1950 e 1980 por motos de GP de 500 cm³, tem em sua lista de vencedores nomes como John Surtees, Mike Hailwood, Giacomo Agostini, Jarno Saarinen, Barry Sheene, Kenny Roberts e Randy Mamola. Atualmente, recebe o campeonato britânico de Superbike. Nas corridas de moto, são utilizadas chicanes para maior segurança. Extensão: 2.269 metros.
Grobnik (Croácia), 21 de agosto – Também conhecido como Rijeka, foi o palco do GP da Iugoslávia entre 1978 e 1990. Sempre foi uma das corridas preferidas dos pilotos — e só deixou o Mundial devido aos conflitos que levaram à guerra civil e à separação das repúblicas que compunham a Iugoslávia a partir de 1991. Localizado no território da Croácia, foi reformado e voltou a receber corridas após a pacificação. Além do ICGP, recebe uma etapa do Mundial de Sidecar. Extensão atual: 4.168 metros.
Mugello (Itália), 28 de agosto – Entre 1976 e 1993, sediou outras oito corridas do Campeonato Mundial, algumas delas denominadas GP de San Marino. Desde 1994, recebe ininterruptamente o GP da Itália de motovelocidade. Com um traçado desafiador, proporciona corridas emocionantes e imagens espetaculares. Extensão atual: 5.245 metros.
Goiânia (Brasil), 23 de outubro – O evento de inauguração, em julho de 1974, foi aberto com uma corrida de motocicletas da categoria 350 cm³, vencida por Carlos Alberto Pavan, o “Jacaré”, com uma Yamaha TZ da equipe de Edgard Soares. Entre 1987 e 1989, sediou as três primeiras edições do GP do Brasil do Mundial de Motovelocidade, categorias 250 e 500. Volta a receber as motos de 250 cm³ (e também as de 350 cm³, que já não corriam no Mundial em 1987) com a realização da etapa final do ICGP em 2016. Extensão: 3.820 metros.
Na foto, aparecem: 78-Robert Burns (Escócia), BSR-TZ 350; 18-Stefan Tennstadt (Alemanha), Bakker-Rotax 250; 21-Bob Keller (Brasil), Yamaha TZ 250; 51-Werner Reuberger (Áustria), Bakker-Rotax 250, em Rijeka, em 2012.
Blog ICGP Brasil: icgpbrasil.wordpress.com
Site ICGP Racing: www.icgpracing.com
JJ