Com a presença do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, a Toyota inaugurou terça-feira passada (10) sua fábrica de motores em Porto Feliz (SP), a 121 quilômetros a noroeste da capital e distante 40 km de Sorocaba, onde está fábrica que produz o Etios inaugurada em setembro de 2012. Além do japonês Koel Saga, diretor-geral da Toyota Motor Corporation, atenderam à cerimônia o executivo-chefe da Toyota para América Latina e Caribe e presidente da Toyota do Brasil, o americano Steve St. Angelo Jr e membros da diretoria, bem como não poderia deixar de ser, o prefeito de Porto Feliz, Levi Rodrigues; representando a presidente de República, Margarete Maria Gandini, diretora do Departamento de Indústrias de Equipamentos de Transporte do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O complexo construído numa área total de 872.500 m² resultou de investimento ordem de R$ 580 milhões (¥ 18 bilhões) e tem capacidade para 108.000 motores por ano, entre 1,3 e 1,5-litro, a gasolina e flex, em dois turnos de sua mão de obra de 320 funcionários. Até então esses motores eram importados do Japão. Como era o transeixo manual de cinco marchas, que agora, com seis marchas, é produzido no Brasil pela Aisin na fábrica em Itu, distante 40 quilômetros de Porto Feliz. Já transeixo automático do Etios 2017, também Aisin (empresa do grupo Toyota), é importado do Japão.
Numa etapa adiante, esta fábrica produzirá o motor do Corolla, atualmente importado e aplicado na linha de montagem da fábrica Toyota de Indaiatuba. Essas três fábricas — Porto Feliz, Sorocaba e Indaiatuba — somam-se à primeira unidade industrial da Toyota fora do Japão, em São Bernardo do Campo (SP), no longínquo ano de 1958, para a produção do utilitário Bandeirante, atividade que durou até 2001 após mais de 100.000 unidades fabricadas. Essa fábrica, que passou a ser fornecedora de peças para o Corolla, continua nesse papel fornecendo virabrequim e bielas para os motores do Etios. Atualmente está sendo montado lá um centro tecnológico, com inauguração prevista para agosto. E a Toyota continua circunscrita no Estado de São Paulo, apesar de somar agora quatro unidades industriais.
Fundição
A fábrica de motores é uma das primeiras da fabricante a conter os processos de fundição do bloco do motor e do cabeçote, usinagem e montagem em um único local. O forno de fundição fica em conexão direta com o vazador do alumínio no molde, acelerando o processo. Antes, esses dois pontos ficavam distantes nas fábricas e demandavam transporte por longo trajeto. Assim, aumenta a segurança e se reduz o espaço na fábrica. Além disso, há ganho em produtividade, pois ajuda a flexibilizar a produção de acordo com a demanda.
Núcleos de areia inorgânicos
A fundição do bloco é sob pressão, enquanto a do cabeçote é por gravidade moldes de areia com aditivos orgânicos em núcleos. As camisas dos cilindros são de ferro fundido e adicionadas junto com o vazamento de alumínio, portanto são fixas, não removeis, mas podem ser retificadas.
No cabeçote, após o alumínio endurecer os núcleos são quebrados. Os aditivos orgânicos são usados durante o vazamento por ser necessário combinar facilidade de desintegração, resistência ao calor e propriedades de moldagem. Mas o utilizar núcleos com aditivos orgânicos, uma alta taxa de partículas e odores nocivos é emitida por conta do processo de combustão. Esta, por sua vez, requer a utilização de coletores de poeira e desodorizantes para remoção de tais subprodutos. A Toyota desenvolveu uma melhoria que aprimora as propriedades de formação de núcleos ao usar aditivos de matéria inorgânica.
A redução do volume de partículas significa que o tamanho dos coletores de poeira também puderam ser otimizados. Com isso, ganhos em espaço também auxiliam em redução significativa dos riscos de incêndio, bem como na manutenção e limpeza do ambiente de trabalho. Paralelamente, a diminuição do odor gerado também elimina a necessidade de desodorizantes, o que reduz ainda mais o espaço necessário para a fundição, com ganhos no investimento inicial.
Automação
A fabrica conta com a mais avançada e inovadora tecnologia de processos de produção, bem como detém elevado grau de automação industrial por meio de máquinas de alta precisão dentro de cada estágio da linha de montagem. Para assegurar a qualidade do fim do processo, há um laboratório específico para a realização de testes de bancada.
BS