*Neologismo criado a partir do tupi, “lugar ensolarado onde amigos se encontram”.
Foi exatamente o que aconteceu ontem, sábado 16/7, no Rio de Janeiro, na Oficina Lagoinha, por algumas horas um umuarama. Um autêntico encontro de autoentusiastas. Na foto acima, abraçados, o Narciso Sá, proprietário da oficina, e Jan Balder. Da esquerda para a direita, os demais são José Cândido Muricy Neto, presidente do Veteran Car Clube do Rio Janeiro, Benjamin “Biju” Rangel Filho, José Carlos Ramos da Silva, e na extremidade direita, meu irmão Rony.
O momento foi para o Jan Balder lançar na praça do Rio de Janeiro seu segundo livro, o “Nos bastidores do automobilismo – uma era de ouro, vol. 2”, para o quê o simpático português Narciso ofereceu sua firma para a tarde de autógrafos, evento ao qual eu não poderia faltar.
Uma tarde inesquecível. Cariocas envolvidos com o automobilismo acorreram à Lagoinha ontem para prestigiar o Jan e pude rever amigos que não via há quase 40 anos após minha mudança para São Paulo em 1978. Muita emoção, muita alegria. E ali estavam os principais protagonistas da (nossa) épica 25 Horas de Interlagos de 1973, em que por pouco não vencemos, ao chegarmos 47 segundos atrás do vencedor, o Maverick pilotado por Bird Clemente, Nilson Clemente e Clóvis de Moraes. O Opala e o Maverick se alternaram na liderança a prova praticamente toda.
Para mim esta foto aí em cima tem um significado especial. Resolvemos, o José Carlos e eu, correr a primeira prova longa em alguns anos — as últimas haviam sido a 24 Horas de Interlagos e a Mil Milhas, em 1970 — e convidamos o Jan. A nossa “base” era a Oficina Lagoinha, contando com a experiência e o talento do Narciso Nogueira de Sá, e com a atuação do meu irmão no controle da corrida. Ele, inclusive, construiu um placar luminoso para a parte noturna da prova inédita nas provas de longa duração no Brasil.
Além do grafismo em números de formato digital, fácil de ler quando se está numa corrida, ele bolou uma sinalização do andamento da prova genial: uma seta, um terço do nosso turno; duas setas sobrepostas, dois terços; três setas nesse arranjo, boxe para reabastecimento e pneus. E por falar em genial, o Rony se informou numa carrocinha de cachorro-quente Geneal como alimentar o placar luminoso que as carrocinhas tinham.
Os que foram à tarde de autógrafos tiveram os livros autografados por nós cinco.
O que encontrei de velhos amigos foi de emocionar. Amauri Mesquita, Fábio Crespi, Jayme Figueiredo, Newtinho Alves, Luiz Felipe “Dido” Gama Cruz, Hugo Borghi Filho, João Rocha Lagoa e outros que posso estar esquecendo agora.
Cabe destacar que a tarde de autógrafos do Jan teve a coordenação do Paulo Scali, autor de vários livros sobre automobilismo, o mais recente “Bino – a trajetória de um vencedor”, sobre Christian Heins, e de Antônio Pinho, um connoisseur de antigomobilismo, ambos grandes amigos.
Paulo Scali, pelo seu vasto conhecimento no meio, avisou ao José Cândido Muricy Neto, um dos mais destacados nomes do antigomobilismo brasileiro, um dos fundadores do Veteran Car Clube do Brasil em 1968, que esteve na Lagoinha com Gustavo Tostes, presidente do VCC Rio de Janeiro. Uma pequena exposição de raridades foi montada no espaço frontal da Lagoinha, inclusive o notável Cadillac conversível 1941 do Muricy, com câmbio manual de três marchas, com o qual viaja pelo Brasil e que até na Europa já rodou.
Presente também Gutenberg Baptista, presidente do Puma Clube do Rio de Janeiro, que até prestou homenagem ao Jan Balder com um troféu do clube.
Um dia espetacular. Ver amigos sempre faz bem. Em especial o Narciso, que aos 82 anos tem agora os filhos Fernando e Márcio tocando o dia a dia do negócio, mas ao qual vai todos os dias “para ver o que os meninos estão fazendo”.
E parabéns, Jan Balder, por mais essa, e prova de que você é querido e admirado.
BS