Garantia de fábrica pode não cobrir todo o automóvel?
Pode. É muito comum a fábrica elaborar uma lista de exceções ao prazo anunciado de garantia. A Hyundai, por exemplo, estabelece cinco anos, mas garante a bateria apenas um ano. O equipamento de som, por 24 meses. E por apenas três meses as peças de “desgaste natural”(leia-se: lâmpadas, embreagem, filtros, freios, limpador do para-brisa, fusíveis, velas, rolamentos, coxins, coifas e correias). E o pior: pneus são garantidos diretamente pela empresa que os fabricou…
Entretanto, como a legislação (Código do Consumidor) estabelece garantia de apenas três meses, qualquer prazo superior se enquadra como mera liberalidade da fábrica. Então, ela pode estabelecer a exceção que bem entender e estamos conversados.
Completar com óleo sintético o cárter com mineral, pode?
Não. Mesmo um sendo muito superior ao outro, a mistura de ambos não resulta num óleo de boa qualidade. Ao contrário do que se pensa, de que o sintético daria um “upgrade” se misturado ao mineral. Qualquer mistura só se faz em caso de emergência, na base do “melhor qualquer óleo no cárter do que nenhum”…
Motores tricilindro podem vibrar muito ou pouco, mas todos vibram?
Não necessariamente. Motores com número de ímpar de cilindros são mais complicados de se balancear. Mas basta aplicar um eixo contrarrotante para deixá-los tão equilibrados quanto um veoitão. Que o digam: o cinco cilindros que equipava o Marea no Brasil, ou os tricilindros da Opel (1,0) e o Ford (1,5) que vai equipar o EcoSport.
Motor que se aproxima dos 100 mil km deve usar óleo com maior viscosidade?
Nem sempre, depende do consumo. Se ele não estiver queimando exageradamente e não exigir que se complete o cárter com frequência cada vez maior, pode-se manter a viscosidade recomendada no manual.
É possível evitar combustível adulterado?
É difícil, mas existem alguns testes nos postos que podem acusar sua baixa qualidade. Principalmente o excesso de água no álcool. Nos carros flex, é difícil perceber um percentual maior de etanol na gasolina, exceto quando se faz as contas do consumo. Já no motor a gasolina, o ”batismo” (o álcool chega a superar, em postos desonestos, 50% do volume…) provoca irregularidades em seu funcionamento. O único combustível praticamente impossível de se adulterar é o GNV.
Na freada de emergência, vale a pena reduzir a marcha além de pisar com vontade no freio?
Negativo: se o freio já tem potência suficiente para bloquear as rodas, para que ainda reduzir o câmbio?
Se fábrica turbina o motor, eu também posso?
Pode, mas por sua conta e risco. É uma adaptação desaconselhável, pois poucos fazem ideia do elevado nível de alterações (reforços) para turbinar um motor que nasceu aspirado. O aumento de potência exige muito mais da maioria de seus componentes como pistões, anéis, bielas, bronzinas, virabrequim, etc. A fábrica praticamente desenvolve outro projeto para garantir a durabilidade. Por outro lado, se o dono do carro com motor aspirado resolve turbiná-lo, ele só tem que prestar contas a ele mesmo caso ele abra o bico…
Óleo do motor influi no consumo de combustível?
Sim: quanto mais viscoso, maior a energia necessária para que as partes móveis deslizem umas contra as outras e, portanto, menor eficiência e maior consumo.
Nas etiquetas dos pneus, como determinar sua durabilidade relativa?
Impossível. A etiqueta do Inmetro (que já existe, mas só será obrigatória a partir de abril de 2018) classifica os pneus de acordo com sua aderência no molhado, resistência à rolagem e nível de ruído. Mas o Inmetro se “esqueceu” de exigir também o índice “tread wear” que determina sua durabilidade, como em outros países. Mais uma escorregada deste órgão do governo no assunto pneu. Outra foi não exigir constar na banda lateral do pneu remoldado a que tipo de automóvel se destinava a carcaça original.
BF