Cidade-Estado é um dos territórios mais limpos do mundo. GP lançou moda de provas noturnas na F-1. Golpe sujo marca o circuito de rua.
Os britânicos, durante anos os mandatários locais, costumam se referir a Cingapura como uma “fine city”. Antes que seu dedo aperte o tradutor do Google e seus olhos encontrem “cidade fina”, lembre-se da sutileza que carrega o humor inglês. A expressão é uma clara referência à uma saga local capaz de fazer inveja às autoridades de trânsito de São Paulo: o “fine” nesse caso remete a “multa”. Arranque uma flor de qualquer jardim, masque chicletes ou jogue um pedaço de papel fora do lixo e você será contemplado com sanções tão apimentadas como alguns pratos da cozinha local.
A F-1 bem que tentou dar um drible nesse universo de honestidade e correção, mas o tempo não perdoou e até hoje a corrida local é lembrada como palco de um dos maiores, se não o maior, escândalos já punidos na categoria. Em 2008 Nelsinho Piquet foi levado a obedecer ordens de equipe para criar uma situação que levasse a direção de prova a acionar o safety-car e favorecer seu companheiro na equipe Renault, Fernando Alonso, então um dos candidatos ao título da temporada. Mais de um ano se passou até que o fato veio à tona, no GP da Bélgica de 2009, ocasião que o brasileiro já tinha caído em desgraça junto ao diretor Flavio Briatore e via sua demissão mais perto a cada volta completada. O dirigente foi banido da categoria e a Renault pagou uma pesada indenização ao piloto, que jamais voltou à categoria.
A corrida deste ano marca os dez anos da história do GP e será realizada num cenário mais tranquilo: as grandes equipes praticamente já definiram seus pilotos para o ano que vem e a última vaga teoricamente aberta saiu do catálogo após a Mercedes ter confirmado o finlandês Valtteri Bottas para mais uma temporada ao lado de Lewis Hamilton.
De novidade mesmo, algo já mais do que comentado: o divórcio entre McLaren e Honda, separação que implica a adoção de motores Renault pela equipe inglesa, a transferência dos motores Honda para a Toro Rosso e transformar a ida do espanhol Carlos Sainz para a equipe Renault em fato consumado.
Cingapura tem também um interessante mercado de artigos de cozinha localizado próximo ao bairro chinês.
No mercado de pilotos da F-1 o interesse atual está focado na possível permanência de Felipe Massa na categoria e na decisão de Fernando Alonso. O brasileiro já demonstrou seu interesse em ficar onde está, enquanto o espanhol certamente joga com o tempo para obter mais vantagens na renovação do seu contrato.
A pista de Cingapura é uma das mais curiosas do calendário: tal como a de Mônaco, utiliza ruas da cidade, mas seu comprimento total é de 5.065 metros, mais longo que os 3.337 metros monegascos. Todo esse trajeto é marcado por uma grande variedade de superfícies, que vão desde diferentes pavimentos passam por tampas de bueiro e incluem muitas faixas pintadas no piso. Tudo isso reduz a aderência e torna a pista uma das mais lentas da temporada: a média horária dela é em torno de 178 km/h.
O número alto de curvas fechadas e as retas curtas, que dificultam o arrefecimento dos discos de freio, configuram outro problema. Segundo a Brembo, empresa italiana que fornece esse equipamento para a maioria das equipes, a pista de Marina Bay está entre as mais exigentes no que se refere ao desgaste dos freios: são 15 os pontos de forte redução de velocidade a cada volta. Na curva 7, por exemplo, os pilotos reduzem de 322 km/h para 123 km/h num espaço de 49 metros e no tempo de 1”930… Vale a pena acompanhar!
Confira abaixo os horários de treinos e transmissão de TV (horário de Brasília):
Sexta-feira, 15 de setembro
Treino Livre 1 5h30 – 7h00, a partir das 5h25 no SporTV 2
Treino Livre 2 9h30 – 11h00, a partir das 9h25 no SporTV 2
Sábado, 16 de setembro
Treino Livre 3 7h00 – 8h00, a partir das 6h55 no SporTV 2
Classificação – 10h00 – 11h00, a partir das 9h55 no SporTV 2
Domingo, 17 de setembro
Corrida – 9h00 TV Globo; reprise às 14h00 no SporTV 2
WG