Visto o espelho retrovisor da história, passadas seis décadas, a então pequena fábrica VW iniciou produzir em 2 de setembro seu primeiro veículo, a Kombi, em São Bernardo do Campo, SP, então município dedicado a atividade agropastoril e atividades de cerâmica. Foi produto único até janeiro de 1959, quando iniciou produzir o VW 1200 sedã.
Era o segundo passo da marca no país, agora de mãos dadas com o poderoso grupo econômico Monteiro Aranha, cujas providências e lobby convenceram a marca a se instalar aqui. A data assinala o fim da operação CKD — desmontada, em peças —, em instalação alugada na rua do Manifesto, bairro do Ipiranga, São Paulo, seu tíquete de ingresso para o projeto de motorização no país. O índice de nacionalização era baixo, contadas a mão de obra de montagem e algumas partes fornecidas pela nascente indústria de autopeças.
Fazer a Kombi foi o projeto mais longevo do país. Sem concorrentes – na origem alemã disputava clientes como a assemelhada DKW Schnellaster, não contratada pela Vemag, a credenciada local, para ser montada no Brasil. Sem provocação nunca sofreu atualização relativamente ao modelo alemão. Aqui produziram-se os tipos 1 e 2, e ao final de sua carreira trocou o motor VW 1600-cm³ de cilindros contrapostos arrefecido a ar por um moderno 1.400 L-4 arrefecido a líquido.
Como referência, além da longevidade, da passividade do mercado em não exigir atualização, sua história, princípio e fim estão marcados pela política. Para iniciar, financiamento do antigo BNDE e braços abertos pelo governo JK foram os definidores. Para encerrar, agradando a base política no ABC paulista, o governo petista dilatou o prazo de exigência de bolsas de ar e freios ABS, e por isto sua Última Série de 600 unidades foi levada a quase 1.500. Governos tratam a indústria como evento de marketing, e a consequência pagaram a VW, revendedores e compradores. Ao não definir peremptoriamente o final na unidade 600, deixando rolar como conquista de pressão de funcionários, deprimiu o valor para vendas — um comprador processou a fábrica e ganhou, pois sua unidade, com preço superior pelo rótulo da exclusividade em quantitativo fechado, desvalorizou-se. Passados quatro anos do encerrar, ainda há exemplares 0-km no mercado.
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Uma Kombi especial, com 470 cv
Do milhão e meio de Kombis produzidas por 60 anos, em múltiplas aplicações — seis portas; oficina, gabinetes médico e dentário, escritório de advogado na implantação de Brasília, picape, carro de preso, micro-ônibus, entrega de jornais, … — a mim há unidade bem característica de suas características e habilidades. É de penúltima série e pertence ao tricampeão de Fórmula 1 Nélson Piquet (foto de abertura). Para normal, não serve — nenhum dos dois … Piquet, car guy assumido, envolvendo-se direta e diuturnamente com sua enorme frota, mandou mudar o interior, bancos, isolamento acústico, e desenvolveu e montou a mecânica: potentes freios a disco nas 4 rodas; suspensão revista; amortecedores a gás; rodas de Porsche; pneus radiais; motor Audi 20-válvulas, turbo, 420 cv; câmbio ZF de cinco marchas. Segundo diz, na hora de deixar os boys para trás, remapeia o sistema de injeção e o turbo salta de 1,0 para 1,3 bar de pressão. A potência a 470 cv, e chega a 200 km/h bem rapidinho. (RN)
Os 50 anos do Patinho Feio
O apelido é honesto: o protótipo nascido há 50 anos em Brasília sobre um VW 1200 capotado, em carroceria de chapa fina, moldada à mão, estruturada por eletrodutos é, digamos, descompromissado em linhas, estilo ou design, e mesmo repaginado manteve a essência.
Chegou em segundo na corrida de estreia, a 500 Quilòmetros de Brasília edição 1967, muitas voltas atrás do Alfa Romeo primeiro colocado. Mas a distância se perdeu ante o impacto da surpresa, e o improvisado veículo e seu feito ganharam a mídia, iniciando simpática carreira.
Mas tem característica ímpar. Colocou no cenário nacional o nome da Camber, pequena oficina brasiliense criada por quatro jovens amigos — Alex Ribeiro, Heládio Monteiro, Jean-Louis Fonseca e José Álvaro Vassalo. Dentre seus feitos é imbatida a relação entre produção de pilotos de Fórmula 1 x m². Do pequeno espaço saíram Alex Ribeiro; Roberto Pupo Moreno, o Mirim; e Nélson Piquet, único a vencer com ele, e depois tricampeão.
Ainda existente, o Patinho estará em destaque na festa de cinquentenário para saudar seu aparecimento, na noite do dia 12, no Brasília Palace Hotel, na Capital Federal. Convites a 500 pessoas do universo automobilístico da época. Uma festa no tempo, com direito a recordações e livro para marcar o inusitado momento.
O Honda Fit 3 e 1/2
Honda finaliza preparação das mudanças de meio de ciclo da terceira geração do Fit. Alterações contidas: para-choques, faróis, agora em LEDs. Foco principal, aumentar o nível de equipamento da versão de topo. Em segurança, muita eletrônica e aplicação de sistemas existentes em veículos de faixa superior: estabilizador eletrônico, implemento ao sistema de freios, auxílio para partida em rampas, direção por motor elétrico sem escovas. Parte mecânica intocada, motor L-4, 1,5 litro, 16V, 115/116 cv, flex, câmbio automático por polias variáveis, CVT.
Apresentação quase inovadora, por circuito virtual a 800 (!) jornalistas especializados, de surpreendente existência. Quanto ao contato físico com o produto, apresentações regionais.
Como referência, apresentação virtual com tecnologia de época, dos anos ’80, a Fiat apresentou seu curioso produto Panorama por circuito interno da Embratel.
Roda-a-Roda
Jogo duro – Para participar do segmento de ônibus escolar com tração 4×4 para transportar alunos em estradas ínvias nas compras do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Agrale criou versão sobre seu jipe militar Marruá.
Maquiagem – Apto a disposição vencer caminhos difíceis por construção, com ângulos de entrada e saída para off-road. Oferece Dispositivo de Poltrona Móvel – uma das poltronas se desloca até o nível do piso, atendendo aluno com dificuldade especial.
Mais – Na mesma trilha faz versão para 10 adultos, criada para bombeiros, mineradores, policiais ambientais.
Dividindo – Mais vendido dentre os picapes no Mercosul, Toyota prepara nova linha para apresentar em outubro — como a Coluna antecipou. Poucas mudanças, muitas versões. Empresa trilhará o caminho ora adotado pela Ford, criando variáveis sobre cada produto para reduzir preços e aumentar vendas.
Fórmula – Não há mágica, mas a providência prática de olhar a prateleira de acessórios e equipamentos, escolhendo para embonecar versões mais simples, as de tração 4×2. Opção da caixa automática também se ampliará.
Idem – Ford Ranger 2018 lidera na receita: opção de motor diesel menor, 2,2 litros, e tração 4×2 mais equipada — com a referencial caixa automática de seis marchas. Também agregou como versão de linha a série especial Sportrac – 2,2; automática; 4×4. Linha dispõe de três motores: 2,2 e 3,2 diesel; e 2,5 flex.
Assunto – Por décadas há movimento cíclico no Brasil para a adoção do óleo diesel como combustível em automóveis. Haverá mercado? Os motores do ciclo Diesel oferecem melhor rendimento térmico e isto permite menor consumo.
Questão – Entretanto custam muito mais relativamente aos de ciclo Otto, a gasolina ou flex. O uso mais econômico permitiria pagar a diferença de custos?
Exemplo – Mercado vizinho, muito assemelhado ao nosso, responde: vendas de veículos leves a diesel caíram 80% em uma década.
Porquê – Questões várias: qualidade do diesel ante os novos motores; fator Brasil, onde seu uso é proibido veículos leves. Sendo maior cliente dos carros argentinos, os projetos locais deixaram de desenvolver tal opção.
Ao contrário – Se o Brasil permitir uso de diesel nos leves, a Argentina voltará a oferecer a opção. Hoje, lá, apenas Citroën e Peugeots.
Tacada – Em época de retração no mercado dos veículos comerciais, Volkswagen vendeu 417 caminhões para Ambev renovar frota de entregadores de bebidas. Maior venda do ano, modelos Delivery 13.160 e Worker 17.190 e 23.230. Compra é medida de confiança na retomada da economia.
Caminho – Aliança Renault-Nissan e Dongfeng Motor Group criaram terceira empresa – eGT New Energy Automotive Co, Ltd. Soma competências para fornecer veículos elétricos ao maior mercado do mundo, o chinês. Aliança, com conhecimento veicular; Dongfeng com o saber fazer carros a baixo custo.
Abertura – Primeiro modelo sobre plataforma de utilitário esportivo Renault-Nissan focando interconectividade inteligente. Junção das empresas em torno do mesmo objetivo é tratada como Triângulo de Ouro. Mercado chinês para elétrico prevê 330 mil unidades em 2017.
Catarata – Brasil, leia-se os formuladores de políticas públicas, mormente o Ministério do Desenvolvimento, não enxerga a enorme mudança do mercado, onde o carro elétrico puxa a preferência mundial. Não olha o futuro.
Reincidência – Já perdemos o bonde da história com o álcool combustível. Desenvolvemos tecnologia para ganho de produtividade litros x hectares plantados, mas não reduzimos o consumo dos motores a álcool.
Futuro – Gol anuncia aceleração na troca de aeronaves: 13 Boeing 737Max para 186 passageiros e dois 737 800 Next Generation. Diz, os Max, por aerodinâmica e novos motores, são 20% mais econômicos ante os 737 NG.
Mercado – Iniciarão chegar segundo semestre de 2018, mantido plano de fechar o ano com frota de 123 unidades. Do interesse aos passageiros: com maior autonomia substituirão os 737 800, voando direto à Flórida.
Performance – Quer melhorar o rendimento do seu carro? Importadora FW sugere aplicar o Sprint Booster e filtros de ar K&N. Primeiro reduz o tempo de resposta entre a demanda via acelerador e a resposta do motor. Possui função acessória Valet, limite de rendimento para evitar entusiasmo de manobristas.
Economia – Filtros K&N reduzem resistência à admissão de ar ao motor, permitindo ganhos em rendimento e consumo.
Interpretação – Mercado de usados tem vocabulário próprio. Nele, citar BMV pode não significar aportuguesamento da marca bávara BMW, porém Brasília Muito Velha … E a indicação ABS pode diferir do poderoso sistema de equilíbrio nas freadas viris, apenas descrevendo o método frenante em carros velhos e descuidados: Aperte; Bombeie; Segure…
Compass em edição especial
Fato auxiliar para manter a liderança no segmento, após vender 35 mil unidades em oito meses de mercado, FCA definiu nova versão sobre a de entrada do Jeep Compass. Combina o bom motor Tigershark 2-litros, 4 cilindros em linha, com câmbio automático Jeep Active Drive, de nove marchas e tração nas 4 rodas. Torna-o detentor da inédita posição dentro da linha Jeep, de oferecer tração total com motor flex.
Carro tem outros predicados complementares, além do bom comportamento permitido pela combinação motor 2-litros, caixa automática de 9 marchas tomada emprestada à versão diesel, e tração total. Também oferece o sistema Stop/Start, desligando o motor nas paradas, e bomba de combustível e alternador funcionando sob demanda. Aspecto ir ao encontro do cliente para entender suas exigências também foi contemplado pelo uso de tela plana e 17,5 cm, sensível a toque, compatível com sistemas Android Auto e Apple Car Play. Outros itens, equipamentos de série, como o ar-condicionado digital de duas zonas, controle de estabilidade ESP, controle anticapotagem, câmera de ré, freios a disco nas 4 rodas, freio elétrico para estacionamento, auxiliar de partida em subida. Seu valor de venda sugerido é R$ 117.900.
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