Segundo piloto ainda a ser definido. Ericsson subiu no telhado. Acordo é “multianual”.
Como a grande maioria das notícias que são anunciadas oficialmente no mundo da Fórmula 1, a confirmação da associação entre a equipe suíça Sauber e a marca italiana Alfa Romeo ficou longe de surpreender quem acompanha o dia a dia da categoria. O comunicado emitido hoje pelas duas empresas informa sobre uma parceria “multianual” que permitirá a cooperação entre ambas nas áreas comercial, estratégica e tecnológica. O fato de não ter sido anunciado o nome companheiro de equipe de Charles Leclerc indica que a vaga do sueco Marcus Ericsson está mais ameaçada do que nunca. O italiano Antonio Giovinazzi é o favorito para substituir o piloto sueco.
A Sauber foi fundada por Peter Sauber, suíço nascido em Zurique no dia 13 de outubro de 1943 e que iniciou sua carreira de construtor ao fabricar um biposto destinado às provas de subida de montanha, única modalidade de automobilismo permitida na Suíça. Vitórias e títulos levaram à criação de uma pequena fábrica e mais tarde à construção de um moderno edifício, ao lado da empresa de equipamentos elétricos fundada por seu pai em Hinwill, cidade próxima a Zurique. Um modelo equipado com motor Cosworth marcou sua estreia no Mundial de Resistência e precedeu a associação com a Mercedes-Benz em 1985, combinação que marcou o retorno da marca alemã ao automobilismo após ausência de 30 anos devido ao grave acidente de Le Mans em 1955, quando o 300 SLR do francês Pierre Levegh saiu da pista diante do boxes e investiu contra a arquibancada, matando 84 espectadores e o próprio piloto.
O progresso para F-1 foi relativamente natural e iniciou uma jornada que este ano completa 25 temporadas e inclui associações com as marcas Mercedes, Ford, BMW e Ferrari, esta a mais longeva, pois inclui um período em que os motores italianos foram rebatizados Petronas, por anos o maior apoiador da equipe. O namoro com a Honda, iniciado em abril, terminou em um frustrado noivado e a associação com Maranello foi repaginada para a próxima temporada: sai o trem de força Ferrari de especificação 2016 e chega o 2018, algo que vai permitir tirar a Sauber do fundo do grid.
Mais do que isso, a novidade da associação com a Alfa Romeo faz parte de um projeto mais amplo e que segundo Sergio Marchionne (o executivo-chefe da FCA) “é um passo significativo para remodelar a marca Alfa Romeo, que retorna à F-1 após uma ausência de mais de 30 anos.”
A decisão de investir pesado na equipe Sauber aumenta as dificuldades para justificar a permanência de Marcus Ericsson na equipe suíça: o sueco jamais demonstrou potencial suficiente para convencer a equipe de que pode se tornar um vencedor. Posto que o investimento da FCA no time será substancial a ponto de ocupar o papel de principal patrocinador, pode-se esperar que a pressão para inscrever Antonio Giovinazzi como companheiro de equipe de Charles Leclerc seja compatível com a verba destinada ao projeto. O fato de que a escolha segue indefinida indica que as negociações para escolher o piloto estão abertas. Não será surpresa se fornecedores da FCA aparecerem nos carros e macacões dos pilotos quando a resposta seja conhecida e inclua o nome do italiano.
WG