Era 1997, setembro.
Mais uma viagem à Alemanha a trabalho, e desta vez para um verdadeiro show automobilístico: o IAA, Salão de Frankfurt.
O leitor ou leitora do AE já deve saber, mas não custa repetir: IAA são as iniciais de Internationale Automobil-Ausstelung na língua de Goethe, Exposição Internacional do Automóvel na de Camões.
O Salão de Frankfurt é o maior do mundo e concorre com outros salões importantes como os de Paris, Detroit e Genebra. Os salões alemão e francês são bienais, o primeiro nos anos ímpares e o segundo, nos pares, sempre em setembro, às portas do outono no hemisfério norte. Já o americano e o suíço são anuais, em janeiro e em março, respectivamente.
O motivo da ida à Alemanha foi mais uma reunião do grupo de assistência técnica mundial da Audi, do qual eu, “emprestado” pela VW do Brasil, participava. Nela, realizada uma vez por ano, discutiam-se os assuntos pertinentes à área e recebíamos atualizações. Mas em vez ser realizada na fábrica da Audi em Ingolstadt, esta reunião foi programada para ser realizada em Frankfurt, onde dois eventos importantes estariam ocorrendo.
O primeiro, o lançamento do Golf de quarta geração; outro, o Salão de Frankfurt. A programação incluía ir ao salão, o que prometia um verdadeiro show para os olhos. Naquele ano o salão abriu para o público no dia 11/9, 5ª feira, e se encerrou em 21/9, domingo, último dia de verão no hemisfério norte. Tradicionalmente, há dois dias reservados à imprensa e um a concessionários e fornecedores antes da abertura ao público.
A reunião da Audi foi na segunda-feira (8/11). No dia seguinte uma verdadeira maratona, ir ao salão no segundo dia de imprensa. O frio já estava se fazendo presente, apesar de faltar um semana para a chegada do outono.
Antes do salão pudemos andar no novo Golf. Havia vários à nossa disposição.
Andamos pela ruas de Frankfurt com um rápido estirão numa Autobahn. O carro nos surpreendeu.
O Salão de Frankfurt é conhecido pelo seu tamanho, são vários pavilhões, e para uma pessoa percorrê-los todos em um dia é missão quase impossível. Nem eu, ainda um “garoto” de 50 anos, consegui vê-lo todo.
De lá trago o registro fotográfico de alguns carros que me chamaram a atenção:
O Ferrari 355 F1 inovou com o câmbio robotizado nos automóveis, sistema de mudanças de marcha igual ao do Ferrari 310B de Michael Schumacher e Eddie Irvine.
Esse foi o ano-modelo da grande mudança na Porsche, o motor boxer de seis cilindros passar a ser arrefecido a líquido após 34 anos do lançamento do 911 com motor arrefecido a ar neste mesmo Salão de Frankfurt (1963).
Este carro preto é uma versão especial do Audi A6 devidamente preparado pela ABT, a responsável pela preparação dos carros de competição de Michael Schumacher quando este iniciava sua carreira como piloto.
A perua Audi azul, chamada de projektzwo (zwo é dois em alemão) nada mais era do que o início da conhecida RS 2 biturbo, o veículo de passageiros, à época, mais rápido do mundo, com oficiais 262 km/h de velocidade máxma e aceleração 0-100 km/h em 5,2 segundos. Tive o imenso prazer de usar uma durante 18 meses aqui no Brasil, isto em 1994/95, quando trabalhava para a Audi na América do Sul.
Este A3 amarelo era protótipo do futuro S3 que também chegaria mais tarde ao Brasil trazido pela Senna Import (a Audi só se estabeleceria no Brasil como filial em março de 2005). E falando em Senna Import, na foto seguinte está Leonardo Senna, irmão do Ayrton, ao volante de um A1 (que não veio para o Brasil), responsável por todo a operação Audi no Brasil, e no banco traseiro, atrás dele, Jaroslav Sussland, diretor de vendas e marketing da Senna Import.
Entre a habitual criatividade dos estandes nos salões de automóveis, o da Bentley chamou-me a atenção:
Para mim esta foi mesmo uma viagem inesquecível. Do “trabalho”, da reunião, pouco me ficou na memória, mas do Salão de Frankfurt e dos carros jamais esquecerei. E quem puder que se programe. No ano que vem tem mais.
RB