A Renault do Brasil inaugurou ontem (6/3), no seu complexo industrial em São José dos Pinhais, região da Grande Curitiba, a unidade Curitiba Injeção de Alumínio (CIA), resultado de um investimento de R$ 350 milhões, anunciado em 2017. Com a inauguração, o complexo — Complexo Industrial Ayrton Senna — passa a abrigar quatro fábricas. Além da CIA, a Renault do Brasil conta também com unidades produtivas de veículos de passeio, comerciais leves e motores.
“Desde que a Renault começou a fabricar no Brasil, há 20 anos, investimos cerca de R$ 7 bilhões para fazer da unidade brasileira uma fábrica estratégica não apenas para o país, mas para toda a Região Américas. A inauguração da CIA traz uma dose extra de eficiência ao nosso negócio, permitindo que alcancemos resultados ainda melhores”, disse o francês Olivier Murguet, presidente da Renault para a América Latina.
“A Renault é uma empresa que acredita no Brasil. Por isso, mantivemos nossos investimentos no país inalterados, mesmo em períodos de instabilidade econômica, o que nos permitiu renovar e ampliar a nossa gama de produtos e fortalecer nossa estrutura. Esta inauguração é mais uma demonstração do nosso compromisso com o país”, afirmou o brasileiro Luiz Pedrucci, presidente da Renault do Brasil.
A Curitiba Injeção de Alumínio
Com uma área construída de 14 mil metros quadrados, a Curitiba Injeção de Alumínio tem capacidade produtiva anual de 250 mil blocos e 250 mil cabeçotes do motor 1,6 SCe. Até agora esses dois itens eram importados do Japão. Aproximadamente 100 profissionais trabalham na CIA atualmente, em dois turnos. A nova fábrica reúne as melhores e mais modernas práticas em injeção de alumínio da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi no mundo, além de ser a única linha de injeção de cabeçote no Grupo Renault.
O trabalho para a construção da nova unidade industrial teve a participação de aproximadamente 2.000 pessoas, incluindo equipes da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi de 11 países, focadas em construir uma fábrica moderna e sustentável.
A CIA é composta por 165 máquinas de última geração, provenientes de 11 países, como Japão, Coreia do Sul, França, Espanha, Alemanha e Brasil — neste último caso, são exemplos as linhas de acabamento do cabeçote e os fornos de fusão, de tratamento térmico e de pré-aquecimento, entre outros.
Em função da inovação tecnológica, cerca de 60 colaboradores passaram por aproximadamente 18 mil horas de treinamento, envolvendo visitas técnicas a fornecedores e a outras unidades industriais na América, na Europa e na Ásia.
O pré-aquecimento das barras de alumínio é feito com o reaproveitamento do calor do processo, contribuindo para a utilização racional de gás. Com tudo isso, o consumo de energia elétrica e de gás natural é 5% menor.
Na foto de abertura, a principal unidade de fundição sob pressão.
Processo produtivo
A produção do bloco é composta por quatro etapas: fusão, injeção de alta pressão, acabamento e tratamento térmico. Para a fabricação do componente, é utilizado um processo de lubrificação moderno, que proporciona uma grande redução do uso de óleo – apenas 0,022 litro por peça, contra até 12 litros utilizados em métodos de produção tradicionais. Entre os principais resultados estão a economia, um ambiente limpo e sem fumaça e mais velocidade na fabricação.
A injeção do alumínio no bloco é feita de forma totalmente robotizada, a uma velocidade de 200 km/h, com a elevada pressão de 900 bar. A injetora é em torno de 20% mais compacta e tem produtividade 15% maior que a de máquinas de geração anterior.
Já a produção do cabeçote é composta de cinco etapas: fusão, sopro de machos de areia, injeção de baixa pressão, acabamento e tratamento térmico. O processo de fabricação é inorgânico, ou seja, isento de fumos e emissões de carbono, o que contribui para a qualidade do ambiente. Também neste processo, a CIA utiliza uma injetora cerca de 30% mais compacta e com produtividade 20% maior que a de equipamentos de outra geração.
A qualidade do bloco e do cabeçote é conferida na própria CIA, que possui um laboratório metalúrgico, onde são realizados diversos testes. Entre os destaques está um equipamento de tomografia computadorizada industrial, primeiro deste porte em uma fábrica na América do Sul. A máquina é capaz de fazer a análise das peças em três dimensões e é utilizada para controle de qualidade e pesquisa e desenvolvimento.
A Curitiba Motores
Os componentes produzidos na CIA têm como destino final a Curitiba Motores (CMO), onde são fabricados os motores que equipam os veículos da marca. A fábrica passa por uma ampliação a ser concluída nos próximos meses, com investimento de R$ 400 milhões. Fundada em 1999, a unidade já produziu cerca de 3,8 milhões de motores, já tendo exportado aproximadamente 40% desse total.
Renault do Brasil
Produzindo no Brasil desde 1998, a Renault passa pelo melhor momento de sua história no país em participação de mercado. A marca, que cresce em market share no Brasil desde 2010, atingiu, em 2017, seu recorde, com 7,7% de participação, além do recorde de exportações, com mais de 98 mil unidades – um aumento de cerca de 40% sobre 2016. O crescimento da Renault do Brasil está fortemente atrelado à renovação e à ampliação de sua gama. Hoje a marca fabrica sete veículos no país: Kwid, Sandero, Logan, Duster, Duster Oroch, Captur e o comercial leve Master – este líder de seu segmento há quatro anos. No total, já são cerca de 2,8 milhões de veículos Renault produzidos em 20 anos de inovação no Brasil. A Renault do Brasil hoje opera em três turnos e tem um total de 7.300 funcionários, sendo que 1.300 deles foram contratados no último ano em virtude da demanda interna e externa por Captur e Kwid. Para gerir suas ações socioambientais, a Renault criou, em 2010, o Instituto Renault. Atuando em dois eixos — Mobilidade Sustentável e Inclusão — o Instituto já alcançou cerca de 600 mil pessoas no país.
BS